UM CEO NO MEU DESTINO

UM CEO NO MEU DESTINO

Tessa

Chovia quando Tessa abriu os olhos que ardiam de mais uma noite insone. Ela já estava acostumada com noites mal dormidas. Afinal, quem consegue dormir com o estômago reclamando de fome?

_ Tessa, querida_ ouve a voz doce da mãe _ vai se atrasar para a escola.

Ela suspira e sai da cama. Pelo menos teria uns momentos bons na escola. Tomou o seu banho. Rapidamente vestiu o uniforme gasto, que graças ao tempo chuvoso, podia esconder uns furos na blusa, usando um suéter.

Desceu para ajudar a mãe a terminar o café da manhã. Era simples, mas a mãe fazia questão de deixar a mesa enfeitada com flores do jardim dela. Tessa deu um beijo na mãe.

_Bom dia minha menina. Pode ver se o Sam já está pronto?

_ Claro mãe _ ela foi até o quarto do irmão que ficava no andar de baixo, pois Sam era cadeirante _ ei, garoto preguiçoso, acorda.

_ Estou acordado viu. E com fome.

Eles riram e Tessa ajudou Sam a sentar-se na cadeira. Foram para a cozinha e viram o pai descendo as escadas.

_ Bom dia família. Que cheiro bom. Ana você é a melhor_ Dá um beijo na testa da esposa e depois nos filhos _ e vocês são os meus filhos lindos.

Tomaram o café que consistia num pão com manteiga e café. Hoje tinha leite. A vizinha deu uma ajuda.

_ Ana, tenho uma entrevista hoje. Você poderia passar a roupa que preciso, antes de saír para o trabalho?

_ Claro, Tales. Deus abençoe que dê certo.

_ Amém. Se eu conseguir, você não precisa de tantas faxinas.

Ana sorriu. Tales era um marido carinhoso, um pai amoroso. Mas não conseguia parar em nenhum emprego. Para escapar dos maus tratos do pai, achou refúgio no álcool e mesmo com o apoio da família, ele não conseguia se livrar desse vício.

_ Está chegando o dia da minha princesinha fazer dez anos. O pai promete fazer uma festa se conseguir esse emprego.

_ Ah papai, não precisa de festa. Eu fico feliz só de ver o senhor entusiasmado. Vai dar certo a entrevista.

Quando terminaram o café, o ônibus escolar chegou e Tessa levou Sam . Foram para a escola felizes com a nova oportunidade de emprego para o pai. Tessa pediu a Deus que desse certo.

Na escola, depois de levar Sam para a sala dele, Tessa foi rapidamente para a sua. Foi para a sua mesa afastada das outras, pois assim evitava as piadas de mau gosto dos colegas.

Tessa era tímida e não conseguia se defender dessas piadas. Sempre corria para o banheiro e se trancava lá. Depois de chorar, ficava esperando o sinal para voltar à sala.

Mesmo com essa rotina, Tessa amava os momentos que ficava na escola. Além de aprender não ficava com fome. Ela e o irmão se destacavam nos estudos e a escola ganhou prêmios graças aos projetos deles e por isso foram beneficiados com bolsas integrais que incluíam alimentação.

No fim do dia, Tessa tinha permissão para sair uns minutos antes de todos para buscar Sam. Ela saiu desajeitadamente da sala e esbarrou forte em alguém. Os seus livros caíram no chão.

_ Garota idiota!_ Ela ouve uma voz furiosa_ além de pobre é cega.

_ Desculpe. Não tive a intenção.

_ Olha por onde anda sua pobretona.

_ Emily!_ Uma voz masculina se faz ouvir _ chega disso. Foi você que não olhou para onde ia.

_ Sai fora, Júnior. Você é essa mania de defender pobres. Argh!

Tessa estava agachada recolhendo os livros e viu duas mãos a ajudando.

_ Peço desculpas em nome da minha irmã _ ele fala ajudando Tessa a se levantar _ ela é mal educada. Você se machucou?

_ Obrigada pela ajuda. Não, estou bem. Preciso ir buscar o meu irmão.

Ela saiu envergonhada e Júnior ficou olhando-a até que ela saísse de suas vistas.

Em casa, a mãe estava feliz. Hoje teria o jantar. Tessa ajudou o irmão a fazer a sua higiene e depois de tomar o seu banho, foi auxiliar a mãe a terminar o jantar. Preparou a mesa, tomando o cuidado de colocar flores no centro.

Era só esperar o pai chegar para servir o jantar. Horas se passaram, e Ana tentando esconder a decepção, serviu o jantar e fingiu uma alegria ao perguntar como foi o dia dos filhos.

Tessa sentiu vontade de chorar. Ver a mãe assim a corroía por dentro. Mas sabia que tinha que entrar na onda e conversar. Sam, em sua inocência mental, causada por um acidente de carro, não sabia de nada e sorria feliz.

Tessa ajudou a mãe a arrumar a cozinha e depois foi contar histórias para Sam. Quando o irmão dormiu, ela viu a mãe sentada numa velha cadeira de balanço, na varanda.

_ Tome mãe. Está frio_ deu um casaco de lã bem gasto _ não quer ficar com o narizinho entupido, não é?

Ana riu e vestiu o casaco.

_ Obrigada minha filha. Sam dormiu?

_ Sim. Depois de me obrigar a contar duas histórias.

_ Ele abusa da sua criatividade.

_ Mãe, hoje aconteceu uma coisa na escola.

_ Boa?

 _ Começou ruim e depois ficou bom. Eu estava saindo da sala para ir buscar Sam e uma menina mal educada esbarrou forte em mim, derrubando os meus livros. Ela me xingou.

_ Qual é a parte boa?

_ O irmão dela a repreendeu e me ajudou.

_ Então fez um amigo?

_ Não sei. Tomara que sim.

_ Com certeza vai, filha. Ninguém merece mais que você.

Nesse momento, as duas veem um homem cambaleando. A mãe olha para ela e Tessa sabe que é hora de ir para o quarto.

_ Oi Ana. Cheguei. Estou com fome_ fala a voz arrastada di pai bêbado _ tem comida?

Ana ajuda o marido pacientemente. As lágrimas escorrem e ela pensa quando é que tudo piorou.

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