Tessa

Aos treze anos Tessa resolveu ajudar a mãe nas despesas e começou a cuidar de bebê depois da escola. Ela era meiga e responsável. Nádia tinha conseguido esse emprego com a sobrinha dela. Enquanto Tessa cuidava da Alice, Sam ficava com Nádia.

A mãe sempre chegava antes de Tessa e o buscava. A rotina deles era árdua, mas Ana sempre fazia um agrado para segurar a refeição. Flores, toalha de mesa colorida, uma sobremesa surpresa.

O padre da igreja local conseguiu uma vaga numa clínica para Tales se reabilitar.

Tessa e Ana eram muito gratas ao padre Luís é pediam a Deus para fortalecer o pai.

Ele ficou internado seis meses. Saiu sob o compromisso de frequentar as reuniões do AA. O padre Luís conseguiu um emprego para ele na floricultura do primo.

Tales estava determinado a se recuperar e estava indo tudo bem. A família estava feliz, ia à igreja aos domingos.

Tessa finalmente conseguiu fazer amigos na escola. Isso depois de todos saberem que Túlio era amigo dela. Eles ficaram muito amigos. Mas Emilly ficou furiosa com o irmão e pediu aos pais para mudar de escola.

A vida fluía com serenidade para a família Peterson. Tessa se viu um pouco perdida quando Túlio foi para outro colégio. Ele estava nos anos finais da High school. E os pais dele o colocaram na mesma escola de Emilly. Túlio protestou mas não adiantou.

Ele prometeu a Tessa que não iria deixar de vê-la. E aos sábados, eles iam até a sorveteria com Sam.

Tessa adorava esse passeio. Esperava ansiosa por sábado. E Sam também se divertia.

Emilly, no entanto não conseguia aceitar e tramou um plano para afastar Tessa de vez do irmão. Ela era uma pobretona. Tinha que mostrar a ela o seu verdadeiro lugar.

Começou a espiar os passeios. Fez amizade com o atendente da sorveteria. Emilly era muito bonita e ardilosa. Seduzir era a sua especialidade. E foi bem fácil.

_ Você tem certeza que isso é senas um laxante?_ Pergunta o atendente _ não quero fazer mal à ninguém.

_ Pode confiar_ Emilly diz com um sorriso _ eu também não tenho pretensão de fazer nal a ninguém. Só quero revidar. Ela fez isso comigo só porque não deixei que colasse de mim na prova.

E assim, o atendente inocente caiu na trama de Emilly. Ele triturou um comprimido e o misturou no sorvete.

O sorvete batizado era para Tessa, mas Sam pediu para a irmã trocar. Ela passou para o irmão.

_ Sam, você é olho grande _ Tessa fala rindo _ come tudo.

Eles terminaram o sorvete e foram para casa. Não demorou muito para que Sam começasse a gritar de dor.

Tessa ficou apavorada e chamou Nádia. Elas correram para o hospital. Os médicos levaram Sam para dentro.

_ Meu Deus!_ Tessa fala agoniada _ o que será que Sam tem.

_ Ele comeu algo diferente?

_ A única coisa diferente foi um sorvete. Ele geralmente pede de chocolate. Hoje quis o meu de baunilha.

_ Mas não deve ser isso. Sorvete não causa dor.

Ficaram esperando. Ana e Tales chegam junto com o médico.

_ Responsáveis por Sam?

_ Sim. Somos os pais.

_ O estado dele não é bom. Fizemos uma lavagem estomacal e conseguimos tirar a maior parte do veneno. Mas infelizmente, o organismo dele é frágil e absorveu uma quantidade razoável.

_ Veneno?_ Exclamam todos ao mesmo tempo _ como assim?

_ Encontramos veneno no sangue do seu filho. Vocês não têm ideia de como aconteceu?

_ Não senhor.

_ Sam comeu algo diferente hoje?

Os pais olharam para Tessa.

_Pai, mãe , Sam só trocou de sorvete comigo. Ele quis o meu .

_ E foi na mesma sorveteria?

_ Sim mãe.

A polícia chega, pois o médico seguiu o protocolo. O detetive era gentil.

_ Tessa, você tem certeza que Sam não comeu nada diferente?

_ Tenho sim senhor. Nós almoçamos em casa e depois fomos à mesma sorveteria que vamos aos sábados.

_ Você disse que a única mudança foi que Sam quis o seu sorvete?

_ Sim. Ele sempre pede de chocolate e hoje quis o meu.

O detetive agradeceu e foi conversar com o médico. Depois de saber o tipo de veneno, ele voltou.

_ Sam foi envenenado. Pela declaração de Tessa, tudo indica que foi um engano. Era para ter sido ela. Tessa, você tem ideia de quem poderia ter tanta raiva de você a ponto de envenenar o seu sorvete?

_ Não senhor.

_ Vocês vão sozinhos à sorveteria?

_ Não senhor. Todos os sábados o meu amigo, Túlio nos leva.

_E nunca aconteceu nada?

_ Não senhor.

_ Bem, eu preciso saber o nome completo do seu amigo e do endereço.

_ Eu sei o nome dele, mas não o endereço.

_ Está bem.

_ Ele se chama Túlio Mayers.

O detetive arqueou a sobrancelha admirado.

_ Vocês se conheceram como?

_ Na escola onde estudo. Há uns três anos atrás. Agora ele não estuda mais lá. Ele me ajudou com a irmã dele. que era má comigo.