William acabou de chegar para me buscar, eu me despedi do pessoal e fui ao seu encontro.
- aconteceu alguma coisa? - ele pegou a bolsa da minha mão e eu o abracei desabando completamente - amor, o que aconteceu? Olha para mim - ele segurou meu rosto entre suas mãos e eu suspirei tentando me controlar.
- Marcos me ligou, ele descobriu que a minha mãe tem vício por jogos e me ameaçou.
- desgraçado! - William chutou a porta do carro - o que ele queria?
- ele disse que queria me ver sozinha para a gente poder entrar em um acordo, e também disse que não era para eu te falar nada - enxuguei minhas lágrimas - ele está tentando armar uma situação para você duvidar de mim, Will, e eu tenho medo do que possa acontecer.
- não vai acontecer nada - ele voltou a me abraçar - eu te amo e confio em você - ele beijou os meus lábios rapidamente e abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar - vamos até a casa da sua mãe, precisamos saber tudo que está acontecendo, não podemos deixar o Marcos se sentir superior a nós.
William fez algumas ligações durante o caminho, e uma delas foi para o advogado e para Simon.
Acabamos de chegar na casa da minha mãe, ela estava na cozinha quando entramos.
- mãe, por favor, me fale a verdade! Voltou a jogar novamente? - estamos na sala, ela e William estão sentados no sofá e eu estou em pé, esperando uma resposta dela - Marcos me ameaçou, ele disse que quer me encontrar sozinha, tem ideia do que ele poderia querer fazer comigo?
- me desculpe, minha filha - ela levantou do sofá e começou a chorar - eu fui fraca e acabei fazendo essa besteira outra vez!
- por quê fez isso? Por quê não me falou nada? - não acredito que estamos nas mãos do Marcos mais uma vez, aquele desgraçado vai acabar com a minha vida! - está devendo muito dinheiro nas apostas?
- duzentos mil - ela voltou a sentar no sofá - estou devendo duzentos mil, Annie.
- Meu Deus do céu! - duzentos mil? Onde vamos achar duzentos mil? - mas que merda a senhora fez? Eu pedi para que não se metesse em confusão!
Meu celular tocou outra vez, e era o Marcos.
Eu olhei para William e ele pediu que eu atendesse e colocasse no viva-voz.
- O que você quer, Marcos?
- eu liguei para dizer que já paguei a dívida da sua mãe, duzentos mil é muito dinheiro! - olhei para William e depois para minha mãe - você deve ter ideia de que eu vou cobrar isso, não faz?
William está gravando toda a ligação com o seu celular para termos uma prova contra ele.
- eu não te devo nada! Você pagou por que quis!
- ah você me deve, e se não pagar, eu mato aquele desgraçado do William, você ouviu bem? Eu mato ele e acabo com a sua vida! Não teste a minha paciência!
- o que você quer?
- quero que jante comigo em um restaurante hoje a noite, e depois vamos juntos para um motel, você vai ser minha essa noite, depois te passo todo o endereço - ele desligou a ligação sem me dar a oportunidade de responder e eu olhei para William.
- Desgraçado! - William chutou o ar e eu abracei - eu vou matar esse infeliz!
- não, você não vai fazer nada - segurei o rosto dele entre as minhas mãos para que pudesse me olhar - eu vou a esse encontro.
- o que? - ele me olhou sem entender - você vai encontrar com ele? - ele se afastou forma brusca e me olhou sem acreditar - você quer ir para cama com ele, é isso? - ele me olhou de forma estranha e negou - você não vai a lugar nenhum, se fizer isso, pode esquecer da gente, dos nossos planos para o futuro e dos filhos que queremos ter.
- meu amor, eu não vou para cama com ele - segurei sua mão e tentei lhe explicar o meu plano - eu vou para a gente ter uma confissão gravada do Marcos, eu vou tentar fazer ele falar sobre todos os planos, inclusive sobre onde está o juiz - fiquei em silêncio por alguns segundos, e deixei uma lágrima escorrer pelo meu rosto - eu não quero te colocar em perigo por minha causa, não quero te causar problemas, eu te amo, e mesmo que eu seja presa, estou disposta a fazer o que foi para te manter bem.
- eu não vou permitir que fassa isso! - ele disse entre dentes e se afastou de mim.
- ele ameaçou te matar, eu não vou suportar viver sabendo que você se foi por minha causa, vamos ficar apenas no restaurante e você pode ficar de longe nos observando, eu juro que não vou sair de lá.
- você acha que o Marcos é burro? Acha mesmo que ele não vai arrumar um jeito de te levar para um motel ou seja lá o que for? - os olhos dele estão diferentes, não sei se é raiva ou decepção, não sei. Eu tentei me aproximar, mas ele negou e saiu de casa batendo a porta.
- desculpa, minha filha, eu não queria ter te colocado nessa situação - eu olhei para minha mãe, e não pude conter a minha cara de decepção.
- por quê fez isso, mãe? Eu te pedi tanto, tanto que não voltasse a jogar - peguei minha bolsa em cima do sofá - está vendo a situação que nos colocou? Eu tentei ajudar e acabei piorando tudo, e agora o William está com raiva de mim - enxuguei minhas lágrimas - eu vou para casa, e espero que ele esteja lá quando eu chegar.
- e o que vamos fazer com o Marcos?
- eu não sei, talvez peça um adiantamento no trabalho, ou venda a minha casa.
- não pode vender a casa, o seu pai deixou para você - ela segurou minha mão - Annie, vamos dar um jeito, foi eu que nos coloquei nessa situação, e sou que vou nos tirar.
***
Eu peguei um táxi e vim direto para casa, William não estava quando cheguei.
Eu tomei um banho e depois liguei para ele inúmeras vezes e ele não atendeu nenhuma das minhas ligações.
Às horas foram passando e eu acabei pegando no sono depois de muito chorar.
Quando eu acordei já era noite, e percebi que nem uma roupa vestir, estava apenas enrolada na toalha de banho.
Eu ouvi a porta abrir e fechar lá embaixo, e pedi a Deus que fosse ele.
Levantei da cama devagar, e logo em seguida a porta do quarto foi aberta.
Meu coração sorriu aliviado ao vê-lo.
- Will?
- desculpa ter saindo daquela maneira, mas eu fiquei louco só de imaginar você com ele.
- não, eu jamais ficaria com ele, eu só pensei que poderia prender ele no restaurante até que falasse tudo que a gente precisa - me aproximei dele - eu jamais iria com ele para um motel, eu sou só sua, William.
- sim, você é só minha - ele me puxou pela cintura grudando nossos corpos - eu te amo - ele beijou o meu pescoço e desenrolou a toalha que estava presa em mim - você é só minha.
Nos amamos feito loucos, e cada dia que passa eu tenho a certeza de que o meu amor por ele é maior do que qualquer coisa.
Estamos deitados na cama cobertos apenas pelo lençol, minha barriga está roncando de tanta fome, mas eu não quero sair daqui.
- onde você estava? - deitei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos ao sentir os seus dedos brincarem nas minhas costas.
- eu estava com o Simon, e ele disse que o seu plano é uma boa idéia - ele suspirou pesado e eu olhei para ele - você vai a esse jantar, mas não vai sair de lá, vamos colocar uma escuta na sua roupa e vamos ficar gravando toda a conversa.
- tem certeza?
- eu não queria que você fosse, mas é uma ótima ideia - ele inverteu nossas posições e ficou por cima de mim - eu vou ficar no carro ao lado de fora junto com o Simon observando vocês dois, e se eu ver qualquer abuso da parte, eu vou entrar lá e matá-lo, ouviu bem?
Eu confirmei e o abracei.
Agora estou nervosa, tomara que tudo dê certo e eu consiga tirar a minha mãe dessa situação.
***
Tomamos um banho e descemos para comer alguma coisa, eu vesti uma roupa bem simples, nada muito extravagante.
William me deu um par de brincos que são duas escutas, já está ligado e eu só preciso fazer o Marcos falar.
Ele me mandou uma mensagem com o endereço às oito da noite, e às oito e meia eu cheguei no restaurante, peguei um táxi e compartilhei a minha localização com o William.
- por que está usando uma roupa tão formal? - Marcos não muda, ele está usando toda essa situação para se vingar de mim.
- o que você quer, Marcos? Já não basta ter me usado e brincando comigo para matar o seu irmão? Agora quer destruir a minha família?
- eu não estaria fazendo nada disso se você estivesse ficado ao meu lado quando eu pedi! Se tivesse aceitado toda a fortuna quando ele ainda estava desaparecido, tudo passaria a ser seu legalmente e estaríamos longe daqui!
- como acha que eu seria capaz de fazer uma coisa dessas? Você tentou matar o seu próprio irmão! Acha mesmo que eu iria usufruir da fortuna dele ao seu lado? Eu tenho carácter, Marcos!
- eu fiz tudo isso por você! - ele bateu na mesa chamando a atenção das pessoas ao nosso redor - William sempre foi um infeliz, nunca gostou de mim, e tudo só piorou quando o pai dele morreu e deixou toda a fortuna para ele.
- mas você e a sua irmã também tiveram suas partes.
- mas não é o suficiente, eu quero mais, e você vai me ajudar a acabar com ele.
- está maluco? Eu amo o William, ouviu bem? Eu o amo e não me importo que você me mate ou me coloque na cadeia, mas não vou ficar ao seu lado.
- você tem uma dívida comigo, não esqueça que graças a mim, a sua mãe ainda está viva - ele segurou a minha mão em cima da mesa.
- eu não vou te ajudar a matar o William, eu o amo, será que não entende isso? - tentei puxar minha mão, mas ele apertou em cima da mesa - me solta!
- vamos passar essa noite juntos, depois você vai para casa e pedirá o divórcio, metade de tudo que ele tem será seu, e se ele não quiser dar, diga que está esperando um filho meu.
- eu não vou com você para lugar algum! - puxei minha mão e levantei da mesa - eu tenho nojo de você, e eu agradeço a Deus pela nossa relação nunca ter passado apenas de alguns beijos.
Eu iria sair, mas ele segurou o meu braço com força e colou os nossos corpos me impedindo de correr ou ir embora.
- se você não fizer o que estou mandando, vou providenciar para que o William não amanheça vivo amanhã, e acredite dessa vez eu não vou falhar, já tentei matá-lo uma vez, e só não deu certo por que o desgraçado conseguiu sair do carro, mas de um tiro ele não vai conseguir correr.
- me solta! Se não me deixar em paz eu vou gritar, está ouvindo? - ele me soltou e eu sair correndo sem olhar para trás.
Eu procurei o carro do William, e encontrei no fim do estacionamento, ele já estava ao lado de fora me esperando, e eu apenas o abracei sem dizer nada.
Acho que esse abraço já é o suficiente para expressar tudo que estou sentindo agora.
- vamos até a delegacia, e prestaremos uma queixa contra o Marcos, ele confessou que tentou me matar uma vez, e está planejando novamente - ele beijou o meu rosto e me abraçou novamente - não se preocupe, tudo ficará bem.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Celi
esse Marcos é um mostro tomara que consiga pegar ele
2024-06-16
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