Eu acredito em tudo que ela me disse, parecia sincera em suas palavras, mas também não posso confiar totalmente assim, preciso ficar atento, tentaram me matar e não dá para simplesmente confiar em qualquer pessoa.
Eu vou mantê-la ao meu lado, talvez consiga descobrir mais alguma coisa ou até mesmo saber se ela está mentindo.
- meu irmão, não sabe o quanto estou feliz e te ter aqui! - Marcos acabou de chegar, estamos sentados à mesa para almoçar, e desde a hora que cheguei, ainda não tinha visto.
- também é muito bom ver você - levantei e o abracei - já conheceu a minha esposa? - apontei para a mulher sentada ao meu lado na mesa.
- sim, eu a conheci no dia em que chegou para o seu enterro - ele coçou a garganta e olhou para ela rapidamente - eu queria ter vindo antes, mas teve uma reunião importante na empresa - ele beijou a cabeça da minha mãe e sentou ao lado dela.
- vamos nos mudar amanhã - voltei a sentar na minha cadeira, e segurei a mão dela em cima da mesa - ainda não lembro muito coisa sobre o nosso casamento, mas só em vê-la e tê-la por perto, me faz ver que é uma mulher incrível! E talvez seja por isso que eu tenha me apaixonado.
- pensei que continuaria morando aqui - Marcos deu um gole no suco e eu sorri.
- eu pretendia, mas acho que um casal recém casados merecem privacidade.
- meu filho, tem uma coisa que eu ainda não entendo - minha mãe deu um gole em seu suco e me olhou atentamente - por que escondeu ela da gente? E por que mentiu sobre a sua origem?
- eu não sei, mãe, é uma coisa que eu também não consigo entender, e eu gostaria muito de lembrar o por quê tomei essa decisão tão absurda! - beijei a mão dela - vamos sair para comprar as nossas alianças, e também procurar a nossa casa.
***
Almoçamos no completo silêncio, e foi bem notório o desconforto do Marcos todas as vezes que eu segurava a mão da Annie ou sussurrava algo em seu ouvido.
Assim que terminamos, subimos para o meu quarto e agora ela está sentada na ponta da cama, em silêncio e com um olhar distante.
- por que ficou tão calada durante o almoço?
- eu não tinha nada para falar - ela deu de ombros - eu pensei que a gente iria se divorciar - ela finalmente me olhou, só que de forma triste e com o semblante cansado.
- não vamos nos divorciar - sentei ao lado dela e suspirei pesado - se está mesmo falando a verdade, vai entender o meu lado - segurei a sua mão e fechei os olhos - tentaram tirar a minha vida, eu quase morri, entende isso ? - sentei corretamente na cama para que pudesse vê-la melhor - se estiver disposta a me ajudar e provar junto comigo que foi Marcos que planejou isso tudo, eu te deixo livre para seguir a sua vida como quer, mas se a gente se divorciar agora, pode levantar suspeitas, e eu não vou poder te proteger e muito menos a sua família.
- tudo bem - ela enxugou uma lágrima que caiu pelo seu rosto e sorrio - eu queria te pedir uma coisa.
- o que?
- eu não quero morar aqui, tenho medo dele - ela apertou minha mão - eu tenho uma casa, o meu pai deixou para mim quando morreu, e eu fiz uma reforma a pouco tempo - ela levantou da cama e cruzou os braços - eu estava pretendendo ir morar lá quando casasse, não é cheia de luxos, mas é boa e aconchegante.
- onde fica essa casa?
- eu posso te levar até lá.
- tudo bem, vamos lá.
***
Ela foi dirigindo o meu carro até a sua casa, fomos conversando sobre alguns coisas, até mesmo rimos um pouco.
Parece ser uma boa mulher, e facilmente alguém se apaixonaria, o que não é o meu caso.
Acabamos de nos conhecer, e apesar de tudo eu tenho um pé atrás com toda essa história.
- ele já veio aqui alguma vez?
- não, nunca teve tempo, estava sempre ocupado com o trabalho.
Ela pediu para que eu seguisse até a cozinha, e assim eu fiz observando cada detalhe da casa.
- a minha parte favorita da casa, o quintal me trás essa bela vista do mar.
- é realmente uma bela casa - me sentei na poltrona e respirei fundo sentindo a brisa do mar bater em meu rosto, enquanto algumas pessoas se divertem na água e olhei para ela mais uma vez - se está me escondendo mais alguma coisa, chegou a hora de falar a verdade, amanhã eu vou passar a investigar a fundo tudo o que realmente aconteceu, e não vou medir esforços para colocar cada um dos culpados na cadeia.
- eu já disse toda a verdade - ela ficou em silêncio por alguns segundos, e depois deixou um soluço escapar pelos seus lábios - acha mesmo que eu destruiria a minha vida por causa de dinheiro?
- eu não sei, não te conheço o suficiente para saber que tipo de pessoa você é - voltei a entrar em casa - não vamos ficar aqui, eu tenho um apartamento próximo a casa da minha mãe, é lá que vamos morar até tudo se resolver.
- o que? - ela negou enquanto me seguia - eu não quero morar no seu apartamento, eu quero ficar aqui, na minha casa!
- olha só, eu acho que não está em condições de decidir ou negar nada, é a minha esposa, e vai fazer o que eu dizer e mandar, ouviu bem? - abri a porta para saímos, mas ela se recusou.
E eu não tive outra alternativa a não ser colocá-la nos meus ombros e levá-la até o meu carro.
- eu odeio você, está ouvindo? Odeio todos vocês! São uns miseráveis que estão destruindo a minha vida! - ela começou a bater no volante totalmente descontrolada.
- eu também não gosto de você, mas enquanto eu não descobrir o que realmente aconteceu, vai continuar sendo a minha esposa e ponto final.
Ela fechou os olhos e respirou fundo.
- por que não me dá logo a merda do divórcio?
- porque eu não quero dar, foram vocês que começaram com tudo isso, e agora vamos até o fim.
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Atualizado até capítulo 32
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