Já faz três dias que estou presa nessa casa, minha mãe e Lara foram embora hoje pela manhã, e eu fiquei de ir à noite.
Não moramos muito longe daqui, apenas em um bairro mais simples e diferente desse condomínio.
O advogado ficou de trazer os documentos para eu assinar às onze da manhã, e eu estou ansiosa para isso acontecer.
Quero ficar livre de todas essas pessoas, e principalmente dele.
- está sendo burra! Não precisava abrir mão de nada! - Marcos está no jardim tentando me convencer a ficar aqui e seguir com o seu plano - podemos nos casar, vamos dizer que nos apaixonamos e tudo ficará bem!
- eu não quero casar com você - comecei a andar tentando me livrar dele - que tipo de ser humano você é? Não sente remorso por tudo o que fez com o seu próprio irmão?
Ele está sendo frio e calculista em cada passo e palavra que dá.
Não parece o mesmo cara que conhece há meses atrás.
E cada segundo que passa, o meu medo por ele fica ainda maior.
- onde está todo amor que dizia sentir por mim? - ele segurou o meu braço e se aproximou - pensei que ficaria ao meu lado.
- pelo visto não me conhece o suficiente para saber que eu jamais ficaria ao seu lado depois de tudo o que fez por dinheiro! - puxei meu braço de suas mãos e me afastei - e todo o amor que eu sentia por você morreu desde o dia em que pisei nessa casa, desde o dia em que descobri o tipo de ser humano que você é! - eu já não o amo mas, como seria capaz de amar um assassino? O cara que vem me ameaçando, ameaçando a minha família e ainda por cima me colocou no meio de toda essa história macabra sem eu saber?
Eu sinto ódio, nojo, asco! E dou graças a Deus por não ter me entregado a ele, eu acho que estaria sentindo nojo até mesmo do meu corpo.
- Marcos, aconteceu uma coisa incrível! - Marta acabou de chegar com o rosto banhando por lágrimas e visivelmente nervosa.
- o que houve? - ele se aproximou preocupado e curioso - o que aconteceu, mãe?
- o seu irmão está vivo!
- o que? - eu ouvi bem? William está vivo, é isso mesmo? - e-le está vivo? - gaguejei a pergunta com medo de ouvir a resposta.
- sim, é um milagre, minha queriada! - ela me puxou para um abraço, enquanto eu sentia as minhas pernas falharem e o sangue sumir do meu corpo.
- você está bem? - Marcos tentou tocar em mim, mas eu o afastei e sentei nas escadas sentindo minhas mãos suarem frio.
O que vou fazer agora? Eu vou ser presa, vou perder o meu emprego e a minha vida!
- vêm, vamos para o hospital - Marta segurou a minha mão, e sem nenhuma reação, eu me levantei das escadas e a segui.
Talvez se eu explicar tudo que aconteceu, eles me perdoem e acreditem em mim! Eu só não quero acabar na cadeia por algo que não fiz.
Céus, o que vai ser da minha vida agora?
***
Durante o caminho, Marta me explicou que ele foi levado ao hospital por um homem que passava próximo ao local do acidente, e que também pode ter perdido um pouco das suas memórias mais recentes por causa do impacto que sofreu na cabeça.
- e o corpo que enterramos? - estou acompanhando pelos corredores do hospital com as pernas bambas e as mãos trêmulas.
- ainda não sabemos, só saberemos depois que ele nos contar como tudo aconteceu - ela abriu a porta do quarto e segurou a minha mão - eu estou muito ansiosa para ver o meu filho, mas eu sei que você também estar, e como esposa dele, eu acho que tem prioridade - ela me empurrou para dentro do quarto e fechou a porta, sem me dar chance de negar ou reagir.
Nunca senti meu coração tão acelerado quanto agora, a boca seca e a falta de palavras denunciam o meu nervosismo.
- não vai se aproximar? - ele está em pé, acabou de sair do banheiro, e não tem uma das melhores feições no rosto.

Está sem camisa, tem um ferimento na testa, e também no braço.
- e-eu só não sei o que dizer - me aproximei devagar e parei na sua frente.
- quando foi que nos casamentos? - ele pegou rapidamente a minha mão, provavelmente procurando uma aliança - e como nos conhecemos?
- eu acho que precisa descansar um pouco - tentei me desvencilhar das suas perguntas, mas foi em vão.
- eu já descansei demais nos últimos dias - ele apontou para a poltrona e eu sentei - eu tenho tempo o suficiente para ouvir tudo que tem a dizer, falaram que perdi a memória, e consequentemente não lembro de você e nem do nosso casamento.
- nos conhecemos no hospital onde trabalho.
- é médica?
- não, eu sou enfermeira - cocei a garganta e levante da poltrona - eu quero o divórcio, não precisa se preocupar comigo, eu só quero ir embora e voltar a viver a minha vida em paz e sem problemas.
- mal nos casamentos e já está querendo o divórcio? - ela franziu as sobrancelhas e negou com a cabeça - o que houve? Não me ama mais, é isso? - ele começou a se aproximar de forma intimidadora, o que me fez dar alguns passos para trás até encostar na parede.
- você mentiu para mim, disse que tinha uma origem humilde como a minha, mentiu sobre a sua família e eu detesto isso! A sua vida, o seu mundo não são para mim - abaixei a cabeça, tentando não encará-lo - eu só quero o divórcio, por favor.
- e o que ganha com o divórcio? Metade da minha fortuna?
- não! - neguei as suas palavras e toquei nos seus braços - eu juro por Deus que não quero nada além de paz e tranquilidade! - deixei as lágrimas caírem pelo meu rosto - eu juro que só quero isso, nada do que é seu me interessa, eu só quero a minha liberdade de volta!
De uma forma inesperada ele me abraçou, e pediu para que eu me acalmasse.
Realmente não estava me sentindo bem, foram tantas emoções e problemas nos últimos dias, que acabei deixando minha alimentação e bem estar de lado.
Ele me levou até a cama e pediu para que eu sentasse enquanto me servia um pouco de água.
- você não me encarou desda hora em que chegou - ele tocou no meu queixo e levantou para que eu pudesse vê-lo - é uma mulher muito bonita - ele tocou os meus lábios e aproximou o seu rosto do meu, me deixando nervosa - acho que já sei por que me apaixonei por você - ele aproximou a boca do meu ouvido e sussurrou - tem uns olhos lindos - ele se afastou e sentou na poltrona a minha frente.
Ele é um homem muito bonito e atraente, vi algumas fotos dele pela casa, mas não é a mesma coisa de ver ao vivo.
Contei a ele sobre alguns momentos que vivi ao lado do Marcos como se fossem momentos nossos, e também expressei mais uma vez o meu desejo sobre o divórcio.
Espero que atenda o meu pedido e me deixe livre para seguir a minha vida.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Rosimeire Saraiva
Eita que a confusão agora tá formada
2024-11-23
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Adriana Lamas
o que eu entendi o Marcos então usou os dois isso?
2024-08-09
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Margarete Gaya
E falar tudo até pra ele se defender do tal Marcos aff ele usou ela e também tenho sertesa que vai chatagiar ela a culpando .Parabéns autora a sua história é bem bolada .
2024-08-04
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