capítulo 17

~ Annie ~

Tudo que eu queria agora era estar descansando em casa, mas a vida de adulto nos espera e cá estou eu, trocando o soro de um paciente que está com uma virose que causa vômitos, diarréia e muita dor na barriga.

- eu vou ficar bom logo?

- bom, essa virose demora dê uma a duas semanas para sair completamente do corpo, mas se seguir direitinho tudo que o médico disse, vai ficar bom logo - o paciente tem doze anos, está acompanhado do pai - assim que acabar o soro, podem ir para casa - acariciei sua cabeça e sair da sala sentindo o meu corpo doer.

Não acredito que vou ficar doente também.

Peguei meu celular e disquei o número da minha mãe, chamou três vezes e depois caiu a ligação.

Então eu liguei para Lara, que logo no primeiro toque atendeu.

- Lara, onde vocês estão? Por quê não me ligaram ontem a noite?

- chegamos muito tarde e não queríamos incomodar você - ouvir ela suspirar - a festa foi incrível!

- e a mamãe? Onde ela está?

- ela saiu bem cedo, e eu acho que ela voltou a fazer aquelas coisas.

- o que? - sentei em uma cadeira que estava próxima a mim para digerir a notícia - tem certeza?

- infelizmente eu tenho, eu entrei no quarto dela, e acabei percebendo que algumas coisas de valor acabaram sumindo, Annie, ela voltou a jogar, e eu tenho medo de como isso pode terminar agora.

Falamos por alguns minutos, e logo desliguei a ligação.

Minha mãe tem um grande vício em jogos de aposta, ela chegou a perder muitas coisas há alguns anos atrás, e por pouco não perdeu a casa, eu paguei toda a dívida, ela passou a frequentar lugares que a ajudaram a sair do vicio, mas pelo visto não foi definitivo.

Levantei da cadeira e voltei ao trabalho, tomara que o dia passe depressa.

***

São dez horas da noite, e acabou de chegar mais um paciente reclamando de dores abdominais, já passou pelo médico e agora estou indo dar o medicamento.

- Annie, tem um paciente chamado por você - uma das minhas colegas de trabalho acabou de se aproximar, e tomou a bandeja dos medicamentos da minha mão.

- ele falou o nome? - perguntei curiosa, nunca teve nenhum paciente que quisesse ser atendido exclusivamente por mim e isso é no mínimo estranho.

- não, mas deixa eu te dizer, que homem lindo, amiga, pena que é casado, eu vi a aliança em seu dedo - ela revirou os olhos enquanto falava com desgosto na voz.

- deixa de ser assanhada, Vanessa! - sorri para ela e entrei na sala onde o paciente está - boa noite, o que o senhor deseja? - abri a porta e não pude conter o meu sorriso ao vê-lo - William? O que está fazendo aqui?

- eu não estava me sentindo muito bem, e achei melhor vir até o hospital - ele levantou da cadeira e me prensou contra a parede - falaram que aqui tem uma enfermeira muito bonita, e que atende muito bem os pacientes - ele ralou os seus lábios nos meus, e logo estávamos nos beijando.

Eu passei a mão na porta e a tranquei, não quero que entreguem aqui e nos pegue nessa situação.

O beijo foi tomando intensidade, e logo a sua mão adentrou a minha calça me fazendo dar um gritinho de surpresa.

- Will, não podemos, estou trabalhando! - olhei para ele e pude perceber que os seus olhos mudaram de cor, e o ar de prazer tomou conta de todo o cômodo.

- eu quero foder com você aqui mesmo, e em pé, da maneira que estamos - ele voltou a atacar os meus lábios, enquanto penetra dois de seus dedos na minha vagina.

Não consegui conter o gemido que escapou dos meus lábios, e mordi o seu pescoço para abafar o som.

Ele retirou os dedos, e abriu o zíper da minha calça a deixando cair no chão, sorriu ao ver a minha calcinha na cor vermelha, e logo a jogou para o lado, deixando uma parte da minha intimidade exposta.

- eu vou chupar você toda - ele beijou os meus lábios, e se ajoelhou na minha frente, colocando uma das minhas pernas em seu ombro, e sem mais explicações, abocanhou a minha intimidade sem pudor algum.

Ele passou a língua por tudo quanto era canto, eu segurei na maçaneta da porta tentando ter um apoio.

- William... - gemi o seu nome quando ele deu uma mordida no meu clitóris.

- o que você quer? - ele subiu beijando o meu corpo, e foi abrindo os botões da minha blusa me deixando exposta.

Logo ele abocanhou os meus seis, fazendo o meu tesão aumentar e minha vagina pulsar de prazer, eu preciso dele com urgência.

Com pressa eu tirei sua camisa, e abri a sua calça.

Ele abaixou a sua cueca, e sem avisar me penetrou fazendo nós dois gemer ao mesmo tempo.

Ele prendeu uma das minhas pernas em sua cintura, e me segurou com força enquanto segurava o seu pescoço com força.

Com sua mão livre, ele segurou o meu rosto me fazendo encará-lo enquanto nos amamos.

Suas metidas foram aumentando, e logo chegaríamos ao ápice do prazer.

- eu vou gozar - ele sussurrou em meu ouvido - eu te amo - ele beijou os meus lábios, e nesse exato momento eu explodi de prazer, não consegui me conter e dei um gemido um tanto alto. Ele continuou metendo até gozar também, ele me encostou na parede enquanto descansava o rosto no meu ombro.

- eu te amo - sussurrei em seu ouvido e fechei os olhos.

Quando acalmamos a nossa respiração, nos vestimos e ele sentou na poltrona que temos para os pacientes na sala, e eu também destranquei porta.

- eu falei com a minha irmã hoje cedo - me sentei em seu colo e relaxei o meu corpo, estou me sentindo tão cansada, eu só queria a minha cama agora.

- e como elas estão?

- Lara disse que o show foi incrível! Que chegaram tarde, e que... - pensei um pouco antes de falar com ele sobre esse assunto tão delicado para mim - a minha mãe tem um vício em jogos, ela quase perdeu a casa há poucos pouco tempo atrás, eu conseguir ajudá-la a sair dessa, paguei a dívida, mas pelo que a Lara me disse, ela voltou a jogar novamente, e eu não sei o que fazer - levantei do seu colo e cruzei os braços - ninguém sabe sobre esse vício que ela tem, nem mesmo o Marcos.

- isso é uma coisa muito séria - ele levantou da poltrona e veio até mim - não se preocupe, vamos ajudar a sua mãe a sair dessa.

- obrigada - lhe dei um selinho e o abracei.

- Annie, o que tanto faz nessa sala? - Vanessa abriu a porta e nos olhou com curiosidade.

William sorriu e segurou a minha mão.

- Vanessa, esse é o meu marido, William - os apresentei, e logo depois ele se despediu de mim, disse que vai arrumar a casa, preparar uma coisa para eu comer quando sair daqui, e que amanhã bem cedo vem me buscar.

- mulher! Mil desculpas, mas onde você arrumou esse homem? - sorrir com a pergunta dela e sai da sala - quando você disse que iria casar, eu pensei que fosse com qualquer homem, menos com um desses - ela bateu no meu ombro - tá explicado por que você nunca nos apresentou ele.

- ele trabalha muito, e somente agora está tendo uma folga - fomos até a cozinha e eu pedi um café para conseguir ficar acordada.

- a noite vai ser intensa, chegaram mais duas pessoas com os sintomas da virose, e uma mulher em trabalho de parto, acho melhor você colocar uma máscara para se proteger do vírus.

Tomamos o nosso café e voltamos para o trabalho.

Dei banho em duas pessoas no leito, troquei soro, dei medicamentos, acompanhei um trabalho de parto que foi muito bonito por sinal, e já são três da manhã, meu corpo já não está aguentando todo esse pico do hospital.

Meu celular tocou algumas vezes, mas eu não pude atender, estava ocupada e agora vou ver quem foi.

Eu coloquei ele para vibrar, e sinto ele mexer toda vez que chega alguma mensagem ou ligação.

É um número desconhecido, retornei a ligação para saber quem era.

No primeiro toque a pessoa atendeu.

- Boa noite! Desculpe o horário, mas me ligaram desse número umas três vezes e tem menos de uma hora.

- não sabe o quanto eu sinto falta de ouvir essa voz.

- Marcos? - levantei da cadeira ao ouvir sua voz do outro lado da linha - o que você quer? Já não disse para me deixar em paz?

- eu quero ver você, e nem pense em falar com o William.

- está ficando louco? Eu não vou ver você! E por favor, me deixe em paz!

- não desligue! - ele gritou do outro lado - por favor, eu só quero conversar com você, precisamos chegar a um acordo.

- acordo?

- eu sei que a sua mãe é uma viciada em jogos, você não me contou, mas eu descobri, e você sabe que eu tenho muitos conhecidos, não sabe?

- Marcos!

- vai que a sua mãe aparece com um braço ou perna quebrada por não ter conseguido pagar a dívida alta que tem? Que, aliás, ela escondeu de você esse tempo todo! Essa gente é perigosa, e você sabe que não podemos esperar nada além do pior deles.

- eu não vou encontrar você, acha que eu não sei que fazendo isso para armar uma situação e me separar do William? Eu não vou cair na sua conversa, não vou perder o amor da minha vida por sua causa! E faça o favor de me deixar em paz ou denuncio você por perseguição!

Desliguei a ligação e guardei meu celular tentando conter a raiva que estou sentindo agora.

Preciso falar com a minha mãe, tenho que saber o que está acontecendo e por que voltou a jogar dessa maneira.

Fechei os olhos e respirei fundo desejando que o dia amanheça logo para eu poder ir pra casa.

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