~ William ~
A noite foi incrível! Já fazia tempo que não me divertia tanto.
Annie extrapolou na bebida, acabou vomitando um pouco, e eu apenas cuidei dela.
A coloquei debaixo do chuveiro, beijei os seus lábios, acariciei o seu corpo e a pus na cama.
Fiquei olhando ela dormir por alguns minutos e depois peguei no sono.
Quando eu acordei ela já não estava na cama, fiz minha higiene, coloquei uma roupa leve e desci para tomar café.
Logo de cara eu pude vê-la sentada no sofá, com o meu sobrinho nos braços.
Ela brincava e sorria para ele, que retribuiu com boas gargalhadas.
- bom dia, meu filho - minha mãe se aproximou e beijou o meu rosto chamando minha atenção para ela.
Eu pensei bem, e tenho certeza que contar a ela tudo que aconteceu é uma boa solução.
- mãe, precisamos conversar - pedi que ela me seguisse até o escritório e assim ela fez.
- aconteceu alguma coisa? - ela enrijeceu a testa e me olhou estranho.
- mãe, antes de tudo eu quero que saiba que ninguém pode saber disso que vou contar agora.
- está me assustando, William - ela levou a mão até o peito e eu pigarreiei me preparado para soltar a bomba.
- o acidente que eu sofri foi um atentado.
- como assim?
- Marcos tentou me matar.
Eu contei a ela tudo nos mínimos detalhes. O casamento, a forma com que ele enganou a Annie e a família dela, e as ameaças que ela vem recebendo dele nos últimos dias.
- isso não pode ser verdade! Ela deve ter inventado tudo isso! - ela sentou na cadeira com o rosto pálido - como pode ter tanta certeza? Se não a conhece como diz, por quê acreditou nela dessa maneira? Não percebe que está tentando te colocar contra o seu irmão? - ela está desesperada e é completamente compreensível a sua reação.
- eu sei que é difícil aceitar isso, mas é a verdade! E a maior prova foi ela ter rejeitado todo o dinheiro que herdaria com a minha morte, por que faria isso se tivesse planejado toda essa história?
- sim, eu lembro que ela se negou a aceitar o dinheiro, e o Marcos fez questão de preparar os documentos que ela assinaria abrindo mão de tudo - ela levantou da cadeira com as mãos no rosto.
- Marcos nunca aceitou o fato do meu pai ter deixado a maior parte da herança para mim, mas ele precisa lembrar que eu construir a segunda construtora e a imobiliária com o meu próprio esforço! - se ele tivesse sido inteligente, teria feito o mesmo com a herança que recebeu, mas preferiu gastar com bobagens e agora está assim, querendo ter o que é meu a qualquer custo.
- William...
- eu só não vou denunciá-lo porque ainda não tenho provas contra ele, mas assim que eu conseguir, vou colocá-lo na cadeia - não vou medir esforços para fazê-lo pagar por todas as suas armações, mas também tenho que encontrar uma maneira de livrar a Annie de tudo isso.
- eu vou conversar com ele, quero ouvir da boca do Marcos tudo isso que você acabou de me contar.
- acha mesmo que ele vai admitir ou confessar tudo o que fez? - perguntei com sarcasmo - ele vai negar, mãe, e vai colocar toda a culpa em cima da Annie.
- ela pode ter envolvido ele, pode ter o chantageado e o levado a fazer isso - ela segurou a gola da minha cabeça - nem sabemos que tipo de mulher ela é ou com quantos homens já se envolveu! Vai dar ouvidos a uma desconhecida e ficar contra o seu próprio irmão?
- eu sei o tipo de mulher que ela - me afastei dela - é uma mulher doce, sonhadora, batalhadora e de uma índole impecável! Pouco a pouco fui me apaixonado, e ontem a noite nos amamos pela primeira vez - peguei uma caneta em cima da mesa - ela era virgem, mãe, uma mulher de índole duvidosa com certeza já teria tido inúmeros homens e não teria o nome limpo em nenhum lugar, mas eu mandei o Simon puxar a ficha dela e da família, e não encontramos absolutamente nada! Marcos a enganou, brincou com os sentimentos dela e agora está ameaçando ela e a família, o desgraçado teve a coragem de pedir para ela fugir daqui com a família ou caso contrário me mataria.
- eu não quero ouvir! - ela tampou os ouvidos.
- eu sei que é duro para você ouvir isso, mas não esqueça que essa casa é minha e que ela agora é minha mulher, e eu não vou aceitar que a trate com indiferença.
Meu pai deixou essa casa para mim no testamento, minha mãe tem outras propriedades, mas como sempre moramos aqui, eu permiti que todos ficassem.
- eu vou pensar em algo que o faça confessar tudo o que fez, e vai ser aí que eu vou pegá-lo - toquei o seu ombro a puxei para um abraço - eu só preciso da sua ajuda, não vou fazer nada com o Marcos, mas quero que ele pague pelo que fez, eu quase morri mãe.
- a culpa disso tudo é minha! Eu nunca tive controle sobre ele, e o seu pai me avisou que Marcos cresceria com ambição, com maldade no coração e eu sempre achei que era implicância da parte dele pelo Marcos não ser seu filho - ela fungou e se afastou de mim enxugando as lágrimas - eu preciso ficar sozinha.
- tudo bem - beijei o topo da sua cabeça e sai do escritório a deixando sozinha.
Annie ainda estava no sofá, só que agora acompanhada da mãe e da irmã.
Eu cumprimentei as duas e sentei ao seu lado, segurando sua mão e beijando logo em seguida.
- já tomou café?
- não, eu estava esperando você acordar - ela pôs uma mecha de seu cabelo atrás da orelha - William, quando vamos para casa? Eu não me sinto confortável aqui.
- talvez hoje a noite ou amanhã bem cedo - olhei para minha sogra - fiquei sabendo que vocês duas são fãs da Beyoncé - tirei dois ingressos do bolso e entreguei a elas - vai acontecer um show hoje a noite, e eu pensei que vocês poderiam gostar de ir.
- oh meu Deus! - Lara pegou os ingressos da minha mão e pulou de alegria na nossa frente - desde o dia em que te vi, soube que era um cara incrível! - ela me abraçou rapidamente e olhou para mãe - nós vamos, não é?
- você tem curso amanhã cedo.
- mãe, não seja chata por favor! - ela sentou ao lado da mãe e começou a fazer o típico drama de adolescente e ela acabou ganhando.
As duas me agradeceram e saíram para comprar algumas coisas.
- você é incrível, sabia? - ela beijou o meu rosto e pousou a cabeça em meu ombro.
- eu vi como você brincava com o meu sobrinho, leva jeito com as crianças - brinquei com a aliança em seu dedo.
- eu sempre tive uma grande vontade de ser mãe - ela suspirou e ficou em silêncio por alguns segundos.
- você acredita que eu também tenho um grande sonho de ser pai? - na verdade eu passei a ter esse sonho agora, nunca imaginei que um dia fosse casar, e agora que isso aconteceu, mesmo de uma forma inesperada, eu passei a sentir essa vontade crescer ainda mais dentro de mim.
- William, não nos protegemos - ela levantou do sofá em um pulo e arregalou os olhos - precisamos ir até a farmácia comprar uma pílula do dia seguinte - suas bochechas coraram feito dois pimentões vermelhos, e eu apenas fiquei observando o quanto a sua beleza é incrível.
- por quê todo esse desespero? Não quer ter filhos comigo? - levantei do sofá e fiquei de frente para ela.
- eu quero, mas não tão rápido assim, não quero que as pessoas pensem que estou usando uma gravidez para te ter ao meu lado.
- nada na nossa vida tem acontecido devagar ou normal nas últimas semanas, e eu confesso que iria amar ter uma menininha com os seus olhos correndo por aqui.
- que bonitinho, os pombinhos fazendo planos para o futuro? - Marcos acabou de chegar, está batendo palmas de forma sarcástica e com um sorriso no rosto não muito agradável.
- o que você quer? - segurei a mão dela e olhei para ele de forma ameaçadora.
- para quem não lembrava da esposa, você está muito grudadinho nela - ele colocou as mãos no bolso - se eu fosse você ficaria atento, ela é de procedência duvidosa.
- quem você pensa que é para falar dessa maneira? Não esqueça que está na minha casa! - eu dei um passo para frente, mas ela segurou o meu braço.
- não esqueça você que essa casa também é minha! - ele bateu no peito demonstrando raiva - desde quando nasceu a minha vida passou a ser esse inferno! Roubou tudo de mim, o amor dos meus pais, o meu lugar nessa casa, e agora está tentando roubar o amor da mulher que eu amo!
- isso, joga para fora toda essa raiva e ódio que sente por mim - eu quero vê-lo confessar tudo o que me fez e ainda pretende fazer por causa da ganância - pensa que eu não sei o que você planejou?
- eu não sei do que você está falando - ele enrijeceu a testa e ficou de costas para mim.
- eu sei que foi você quem tentou me matar, e sei também que casou com ela usando o meu nome! - eu não consigo mais me conter, eu preciso jogar para fora toda essa raiva, quero ver a sua verdadeira face.
- foi o que ela disse a você? - ele negou com a cabeça - ela disse também que planejou tudo comigo? Que juntos decidimos dar um fim na sua vida miserável!? - ele voltou a me encarar, só que dessa vez com mais raiva.
- eu não acredito em você! - aproximei o meu rosto do dele - eu só não te denunciei ainda por que não tenho provas o suficiente, mas eu vou te pegar, Marcos, você vai dar um vacilo, vai deixar marcas no caminho e vai ser aí que você vai cair.
- eu não tenho medo de você, William, e pode procurar a onde for, nunca vai encontrar nada sobre mim, é a minha palavra contra dela, eu posso dizer que me apaixonei, e essa paixão cega me fez fazer coisas que não queria - ele deu de ombros - quem acha que acreditariam em você?
- eu acredito, Marcos.
- Mãe? - ele a olhou assustado.
- como teve a coragem de fazer isso com o seu próprio irmão? Sangue do seu sangue? - eu nunca a vi tão transtornada.
Ela caminhou até Marcos e deu um tapa em seu rosto, logo em seguida partiu para cima dele com raiva e fúria.
Era como uma mãe corrigindo um filho pequeno por uma travessura que ele fez.
Foi bom ela ter ouvido tudo, assim não resta dúvidas de quem o Marcos é de verdade.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Marisa Sampaio
até que em fim a máscara dele caiu.
2024-06-16
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