Ao sair do prédio, Gabriel sentiu a brisa fresca novamente. Ele olhou para a imponente torre financeira e sorriu. O dia começara tumultuado, mas parecia que as coisas estavam finalmente se encaixando. Ele avistou um táxi e, ao se aproximar, percebeu que era o mesmo que o havia levado pela manhã.
— Olá, de novo! — disse o motorista, com um sorriso amigável. — Parece que o destino nos colocou juntos novamente. Para onde vamos agora?
— Olá! Que coincidência, não é? — respondeu Gabriel, entrando no carro. — Pode me levar para dar uma volta pela cidade? Quero relaxar um pouco antes de decidir meu próximo destino.
O motorista assentiu e começou a dirigir pelas ruas movimentadas de Olga City. As luzes da cidade criavam um cenário vibrante e hipnotizante, e Gabriel se deixou levar pela tranquilidade daquele momento. Depois de alguns minutos, ele decidiu seu destino.
— Poderia me levar ao Museu Metropolitano de Olga City, na Avenida Cultural?
— Claro, senhor — respondeu o motorista, dirigindo-se para o museu.
Quando chegaram, Gabriel pagou a corrida e desceu do táxi. Ele se viu diante de um edifício majestoso, com uma fachada clássica que contrastava com a modernidade dos arredores.
Respirou fundo, sentindo o ar impregnado com uma mistura de aromas das árvores próximas e do concreto da cidade. Gabriel entrou no museu e foi imediatamente cativado pela grandiosidade do hall de entrada, com suas colunas imponentes e teto abobadado.
Ele começou a andar pelas galerias, observando as obras de arte e as exposições históricas. À medida que se aprofundava no museu, as memórias da manhã começaram a desaparecer, substituídas por um senso de admiração e curiosidade. No entanto, enquanto admirava uma escultura renascentista, ouviu uma voz familiar.
— Não acredito! Você de novo? — A voz era feminina, cheia de surpresa e um toque de irritação.
Gabriel virou-se e viu a mulher com quem havia passado a noite anterior e, posteriormente, discutido. Ela estava de pé, a poucos metros de distância, com os braços cruzados e uma expressão de incredulidade no rosto.
— Ah, você! — disse Gabriel, sentindo-se um tanto embaraçado. — Eu... eu não sabia que você trabalhava aqui.
— Sou a curadora-chefe deste museu — respondeu ela, com um tom que misturava orgulho e desdém. — E você ainda não se apresentou corretamente, seu cretino.
Gabriel corou, envergonhado pela manhã caótica que compartilhavam. Ele respirou fundo e decidiu começar de novo.
— Meu nome é Gabriel — disse ele, estendendo a mão, tentando transmitir sinceridade através de seu gesto e olhar. — E eu realmente sinto muito pelo que aconteceu mais cedo. Foi um mal-entendido e um péssimo começo de dia para nós dois.
A mulher olhou para a mão dele por um momento antes de aceitá-la relutantemente.
— Sou Clara — respondeu ela, com um suspiro. — E, sim, foi um péssimo começo de dia. Mas não esperava te ver aqui.
— Desde já, aproveito desculpar-me e, se possível, tentar compensar o transtorno que causei — disse Gabriel, com um sorriso tímido. — Podemos começar de novo?
Clara o estudou por alguns segundos, os olhos brilhando com uma mistura de emoções conflitantes.
— Bem, já que você está aqui, acho que não custa nada tentar. Pela noite que tivemos. — disse ela, um leve sorriso surgindo em seus lábios. — Vamos, vou te mostrar o museu.
Ela começou a guiá-lo pelas galerias, e Gabriel a seguiu, sentindo-se aliviado e grato pela oportunidade de se redimir. Clara mostrava cada exposição com paixão, explicando detalhes e histórias por trás de cada obra. Gabriel observava, não apenas as exposições, mas também Clara. Ele notou o brilho nos olhos dela quando falava sobre arte, o entusiasmo em seus gestos e a forma como ela se movia com graça e confiança pelo museu.
— Este é um dos meus favoritos — disse Clara, parando diante de uma pintura impressionista. — Você pode ver a emoção e a energia em cada pincelada. É quase como se o artista estivesse dançando com o pincel.
Gabriel olhou para a pintura, mas seus olhos voltaram para Clara, que parecia emanar a mesma energia vibrante da obra.
— É realmente impressionante — disse ele, tentando igualar o entusiasmo dela. — Obrigado por me mostrar tudo isso, Clara. Você realmente trouxe vida a essas obras para mim.
Clara sorriu, um sorriso genuíno desta vez, que iluminou seu rosto.
— Fico feliz que esteja gostando — disse ela, suavizando o tom. — Sabe, Gabriel, essa manhã foi um desastre, mas talvez possamos esquecer isso e seguir em frente.
— Eu adoraria isso — respondeu Gabriel, sinceramente.
Eles continuaram a tour, parando em cada galeria e discutindo as peças em exibição. Com o passar das horas, a tensão entre eles começou a se dissipar, substituída por uma camaradagem crescente. Gabriel se viu rindo e conversando com Clara como se fossem velhos amigos.
— Clara, tenho que perguntar — disse Gabriel, enquanto observavam uma estátua grega. — O que te levou a trabalhar com arte?
Clara parou por um momento, pensativa.
— Sempre fui apaixonada por história e arte — respondeu ela, seu olhar ficando distante enquanto lembrava. — Desde pequena, meus pais me levavam a museus e galerias. Eu me apaixonei pela ideia de preservar e compartilhar a beleza e a história com outras pessoas.
Gabriel sorriu, admirando a paixão de Clara.
— Isso é incrível. E é claro que você realmente ama o que faz — disse ele, sinceramente.
— E você, Gabriel? O que faz da vida? — perguntou Clara, curiosa.
— Trabalho na área financeira — respondeu ele. — Sei que não é tão emocionante quanto arte, mas tem suas próprias recompensas.
Clara riu, um som suave e contagiante.
— Cada um tem seu próprio caminho — disse ela. — E, afinal, o mundo precisa de todas as profissões para funcionar.
Eles continuaram conversando enquanto caminhavam pelas últimas galerias. Clara parecia relaxar mais a cada momento, e Gabriel sentia uma conexão crescente entre eles.
— Aqui estamos — disse Clara, parando na última exposição do museu. — Esta é a nossa galeria especial, onde exibimos peças de artistas locais e emergentes. É um dos meus projetos favoritos.
— Isso é fantástico — disse Gabriel, observando as obras vibrantes e variadas. — Obrigado por me mostrar tudo isso, Clara. Realmente pode conhecer um pouco a história da cidade atraves da arte.
Clara sorriu, um sorriso que Gabriel estava começando a reconhecer como um sinal de sua aprovação.
— Foi um prazer, Gabriel. Quem sabe, talvez possamos começar de novo — disse ela, com um brilho nos olhos.
Gabriel assentiu, sentindo uma onda de esperança.
— Eu adoraria Isso — respondeu ele.
Quando o dia começou a se inclinar para a noite, Clara guiou Gabriel de volta ao hall de entrada do museu.
— Bem, acho que é hora de você ir — disse ela, um pouco relutante. — Mas espero que volte algum dia.
— Com certeza voltarei — disse Gabriel, sorrindo. — E talvez da próxima vez, possamos sair para um café ou algo assim?
Clara hesitou por um momento, mas depois assentiu.
— Acho que gostaria disso — respondeu ela, um sorriso suave iluminando seu rosto.
Gabriel saiu do museu, sentindo-se mais leve do que quando havia chegado. Ao sair, ele pegou um táxi e deu uma última olhada no edifício iluminado. Sentiu uma mistura de alívio e antecipação pelo que o futuro poderia reservar.
— Para onde agora, senhor? — perguntou o motorista.
— Para casa, por favor — respondeu Gabriel, sentindo-se satisfeito com o desenrolar do dia.
Enquanto o táxi se afastava do Museu Metropolitano de Olga City, Gabriel não pôde deixar de sorrir, pensando em Clara e no começo promissor de algo novo.
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Atualizado até capítulo 81
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