Cap. 9

Luiz saiu apressado do escritório, precisava se encontrar com Matteo antes que ele agisse por conta própria. A última coisa que queria era um problema maior do que o que estava se formando. _ Esses mafiosos…Pensava Luiz enquanto dirigia pelas ruas movimentadas da cidade, cortando o caminho pelo trânsito com habilidade.

Em poucos minutos, ele chegou ao galpão onde Matteo havia levado Felipe. A presença do primo e de seus homens gerava um clima estranho. Luiz sabia que o tempo era essencial. Se Matteo decidisse que Felipe era uma ameaça, ele poderia dar um fim a vida dele.

_ Primo… Matteo se aproximou para cumprimentar Luiz com um abraço forte e um sorriso que tinha um toque de provocação.  _ Há quanto tempo....

_ Matteo, realmente tem muitos anos que não vemos.

Matteo deu uma olhada em Luiz, avaliando-o de cima a baixo, como se estivesse buscando algo para criticar. Depois, deu um sorriso leve e sacudiu a cabeça.

_ Você está envelhecendo. Provocou.

_ Digo o mesmo de você. Retrucou Luiz.

Matteo riu, mas havia um toque de seriedade em seu olhar. Ele sabia que Luiz não era um cara de confrontos violentos, mas também sabia que o primo não hesitaria em defender quem ele amava, estava no sangue da família.

_O que você quer que eu faça, Luiz? Perguntou Matteo, já sabendo a resposta, querendo ouvir da boca dele. _Eu pensei que você quisesse um favor, mas parece que você está aqui para impedir que eu faça alguma coisa com aquele traste.

_Só quero falar com Felipe antes, eu sei como vocês da máfia resolvem esse tipo de situação, mas eu quero tentar evitar um derramamento de sangue desnecessário, não estamos resolvendo um problema da máfia.

Matteo deu um sorriso irônico, mas concordou com o primo..

_ Você é um bom homem, Luiz. Sempre foi. Mas um ser como aquele cara, só entende a linguagem da força. Matteo gesticulou para os homens ao redor do galpão, todos armados e prontos para agir. _ Se você acha que consegue resolver sem violência, vá em frente.

Luiz  caminhou  em direção a cela onde Felipe estava preso sob o olhar de Matteo que estava atento, e agiria se fosse preciso.

Matteo observava os dois conversando, e como Felipe parecia arrogante. Por algum motivo, Luiz se exaltou acertando  um soco em Felipe que fez com que ele batesse a cabeça contra a grade da cela e começar a sangra

_ Esse soco doeu… Matteo sorriu ao ver que o sangue dos De Vincenzo ainda corria na veias de Luiz. _ Vamos. Chamou Matteo indo em direção a cela. Antes que Luiz continuasse a conversa com Felipe, Matteo e seus homens se aproximaram, engatilhando as armas. O som metálico reverberou pelo galpão, preenchendo o espaço com uma ameaça silenciosa, mas clara.

— Posso acabar com ele agora, primo? Perguntou Matteo, encarando Felipe com um olhar duro. Ele puxaria o gatilho se Luiz dissesse que sim.

Felipe começou a suar frio, a a sua arrogância desapareceu rapidamente ao ver a seriedade nos olhos de Matteo e dos outros homens.

_ Vocês são criminosos! Felipe estava apavorado, a sua voz revelava o medo que sentia. Ele sabia que estava em uma posição perigosa.

_Eu não sou, mas eles são. Afirmou Luiz, olhando para Felipe com uma calma que parecia mais ameaçadora do que qualquer grito. _ Se você quiser continuar vivo, fique longe da Elis. Você tem uma chance...

_ Nada de chance... Matteo interrompeu Luiz, colocando a arma na cabeça de Felipe, forçando-o a ficar quieto. _Seres como esse merda, não merece nenhuma chance. _A voz de Matteo era gélida, e o desespero de Felipe ficou evidente, e Matteo percebeu que Felipe não representava nenhum perigo, era um covarde que só sabia ser violento com mulheres.

_ Por favor... Felipe tentou suplicar, mas Matteo não parecia impressionado.

_Uma chance, só uma … Disse Luiz, intercedendo. Ele percebeu que Felipe havia entendido o perigo que estava correndo._ Se você voltar a ameaçar Elis ou a mim, não haverá conversa. Entendeu?

Felipe concordou rapidamente, os olhos arregalados enquanto sentia a pressão do cano da arma de Matteo contra a sua cabeça. Ele entendeu que estava brincando com fogo, e que Matteo não era alguém com quem se deveria brincar.

Matteo deu um passo para trás, mas manteve a arma apontada para Felipe, como um lembrete do que aconteceria se ele se desviasse do caminho certo.

_ Entendeu? Nunca mais volte a olhar para a Elis. Disse Luiz com uma voz baixa, mas autoritária. _ Estamos entendidos?

Felipe balançou a cabeça confirmando que havia entendido, e ele suava frio e o corpo tremia de medo. Matteo e seus homens estavam prontos para atirar, e ele sabia que a menor provocação poderia ser seu fim.

_ Você tem a sorte que o meu primo é bonzinho.  Meus homens vão te deixar em casa, então é melhor se comportar. Falou Matteo  com um tom que não deixava espaço para dúvidas do que poderiam fazer, olhando para Felipe que estava visivelmente abalado.

_ Vocês sabem onde eu moro? Perguntou arregalando os olhos. Matteo e seus homens apenas riram diante da pergunta.

_ Sabemos muito mais o que isso, maus do que você imagina. Respondeu Matteo, com um sorriso sinistro. _ Levem esse maledeto embora,  antes que eu mude de ideia. Ordenou.

Os homens arrastaram Frlipe para o carro, segurando-o com firmeza para garantir que ele não tentasse nada. Felipe foi empurrado para o banco traseiro, sem a menor cerimônia. O que antes parecia um plano perfeito para ele agora era um pesadelo do qual ele queria sair o mais rápido possível.

Luiz observou a cena de longe, satisfeito por ter conseguido manter a situação sob controle, mas esperava que depois do susto, Felipe se mantivesse distante de Elis. A mensagem estava dada: ele não teria uma segunda chance.

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