Você

Diana Narrando

- Por volta das 19 horas da noite, largo do plantão, cabisbaixa, amargurada e sem entender o porquê meu peito está tão confuso dessa forma, tudo o que eu imaginava que iria acontecer, mas que pensamento adolescente o meu, de achar que depois de 10 anos tudo estaria igual. Afinal na cabeça dele deve pensar que eu, simplesmente fui embora por vontade própria? Porque não o amava ? Tudo o que queria era tirar do meu peito toda essa angústia que está me atormentando.

- Estou em frente ao hospital, quando vou entrar no carro...

Enfermeira Amália: Dra. Largou agora?

Diana: Larguei Amália, para onde vai? Quer carona?

Enfermeira Amália: Na verdade iria chamar você para tomarmos alguma coisa e conversar, sei que é novata no hospital e não conhece muitas pessoas na cidade.

Diana: Verdade Amália, agora que você falou fiquei com vontade de beber alguma coisa mesmo. Entra no carro, vamos para o restaurante Vilella.

- Amália entra no carro e vamos para o restaurante, jantamos e bebemos algumas garrafas de vinho, na verdade eu estava precisando tirar tantas coisas da cabeça e Amália ultimamente é uma das poucas pessoas que eu confio no hospital.

- Já estou a ficar bebinha e acabei esquecendo que estou de carro. Amália ligou para o seu irmão chamado "John", ele veio a buscar no restaurante, ela ficou mais bêbada que eu,vou andando até o estacionamento, entro no carro e sigo para a praia, não estou a fim de chegar em casa agora.

- Lá eu sinto-me tão sozinha, como se as paredes fossem imensas e a minha alma flutuasse pela casa fazendo eu sentir um espaço enorme sobre cada cómodo.

- Ando pela praia, sento na areia e as lágrimas correm pelo meu rosto. Tudo aqui permanece igual, todas as ruas onde eu andava a dez anos atrás, todos os mercados, casas, todos os lugares continuam iguais, mas onde eu queria que permanecesse mudou, apenas mudou!

- Afinal, foi tudo culpa minha. Eu não deveria ter saído da forma que sai, eu deveria ao menos ter explicado, mas eu era ingénua, não sabia o que fazer, o meu amor por ele era tão grande que o medo de algo acontecer com ele tomou conta, afinal, a minha mãe falou que se eu continuasse ela iria fazer a vida dele um inferno, ele jamais seria ninguém na vida ou um bombeiro formado como é hoje. Ele jamais seria feliz se eu estivesse permanecido aqui, a minha mãe o mataria e eu jamais seria capaz de continuar aqui sabendo de tudo isso.

- Mas ele pensa que eu fui embora porque não o amava?! Eis a questão. Eu o amo até hoje e não fui capaz de colocar ninguém no seu lugar! Mas ele seguiu a sua vida.

— Eu era apenas uma adolescente de 19 anos quando o conheci, fui embora com 20 anos para tão longe e agora eu voltei com 10 anos mais e 10 anos depois. As lágrimas correm pelo meu rosto e eu estou tão bêbada que acredito não ser capaz de dirigir.

- Acredito que está na hora de ir para casa, mas como?... Vou andando até o carro e entro, dirijo poucos metros e a minha vista fica turva quando sou surpreendida com a porta do meu carro abrindo, eu ouço uma voz, aquela voz que fazia e faz o meu coração acelerar…

Voz: Mas o que você está fazendo tão bêbada desse jeito...

Diana: Luke? É você? Eu...

Luke: Você não irá conseguir dirigir nessas condições, fala-me onde eu posso te deixar sem que você se machuque.

- Pego meu celular e dou-lhe, lá tem a localização do meu apartamento. Ele pega o meu celular em silêncio e não fala nada.

Diana: O que você está fazendo aqui? Por que você está aqui. Deveria está em outro lugar, deveria está com a sua namorada lá, deveria está apagando incêndios, em todos os lugares, o que faz aqui? Eu já estava disposta a esquecer você porque você seguiu a sua vida com outra pessoa.

Luke Narrando

- Eu estava passando pela praia indo para casa quando vi ela de longe, seus olhos marejados, derrubou as chaves do carro duas vezes, percebi que ela estava bêbada, entrou no carro, dirigiu alguns metros e parou, ela não vai conseguir dirigir dessa forma. Os meus pensamentos apelaram para não ir até lá, a minha cabeça implorou para não a deixar ir sozinha da forma que estava, e o meu peito lutou para que nada de mau acontecesse com ela, eu não seria capaz.

- Tento ajudar da forma que posso, ela me entrega seu celular desbloqueado com as informações do apartamento, bloco, andar e número. Mas o que me chamou atenção foi sua tela de bloqueio, lá estava escrito:

"O mundo separou os nossos corpos, mas nossa alma estará sempre conectada"

- Chego até a localização do apartamento e ela está dormindo no banco, pego-a no meu braço e subo no elevador até o andar, giro as chaves e entro no seu apartamento, tudo arrumado e o seu cheiro na casa toda, coloco a na cama e ela abre os olhos.

Diana: Não vai... Fica...

Luke: Como você bebe desse jeito. Precisa tomar mais cuidado Dra. Não é apenas a vida das pessoas que está em risco. Eu preciso ir, está a salva.

- Ela pediu-me para ficar, talvez porque estava bêbada, mas, eu preciso ir embora. Saio do apartamento aliviado por ela está em casa, mas onde eu estava com a cabeça em ajudar a pessoa que destruiu o meu coração e me abandonou.

- Pego um táxi e vou para casa, não parei para pensar em como a casa está tão larga, um vazio de tantos anos de amargura e solidão, ela acha que eu estou comprometido e que fui capaz de esquecê-la tão facilmente ou que fui capaz de namorar outra pessoa? Tudo estava tão bem até ela voltar. Eu não posso sentir nada pela pessoa que me destruiu, tudo o que ela fez foi por não ter condições financeiras, eu jamais deveria ter ajudado ela. Mas , jamais me perdoaria se algo acontecesse com ela.

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Comments

Tania Cassia

Tania Cassia

Luke em primeiro lugar o amor ao próximo e você é um salva vida ❤️ e tem que cuidar do seu amor 🤩

2024-04-19

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