Já estava mais que na hora de segurar a onda e enfiar a cara nos livros. Tinha um vestibular pra enfrentar em menos de um mês. Eu sempre fui boa aluna, isso me dar a chance de passar sem paranóia. A não ser...Pelo simples fato de não tirar da mente a imagem do James.
Preciso me esforçar para não olhar da varanda a cada vinte minutos, mesmo sabendo que ele não está plantado lá .
O James pelo que percebo tem uma maneira estranha de demonstrar seu interesse. Ainda não esqueci do que ele fez quando fui visitar minha amiga Vic.
Os homens são diferentes mesmo, até no quesito amar. Tudo no início são flores! Já dizia minha avó.
Liguei pra Vic para marcar de estudar juntas.
– Oi Vic,
– Oi Lya, como estão as coisas por aí?
– Sob controle. Estou me preservando, como me aconselhou.
–Otimo!
– Eu quero marcar no domingo pra gente revisar antes da prova, pode ser?
–Claro! Assim a casa estará vazia, todos vão almoçar em casa de uma tia.
–Ok, então. Até domingo!
–Beijo
Recebi uma chamada no telefone fixo, era o papai perguntando se eu não queria garantir uma vaga para assistir a uma palestra na academia de polícia. Uma tenente do exército falaria sobre a importância da mulher na sociedade cuidando preventivamente da sua integridade fisica,moral, psicológica. Passando a estar de igual para igual com os homens nas ruas atuando ostensivamente, e não só na área médica, administrativa ...Chegaria o fim das castrações, onde lugar de mulher é atrás de alguma mesa ou pilotando fogão.
Eu não queria ser indelicada com papai e dizer logo que só porque ele era policial eu teria que ser.
Eu Disse que seria bom ir a palestra, porém, precisava estudar, e o meu curso nada tinha a ver com prender bandidos ou mexer com arquivos policiais.
Papai ficou alguns segundos calado do outro lado da linha e disse:
–Tudo bem, filha
Se não é do seu interesse...
É...que... pensei ser de alguma utilidade pro futuro. Mas, vamos deixar para outro dia.
Um silêncio se fez por alguns segundos. Papai teve ainda esperança que eu mudasse de idéia no último instante. Mas isso não aconteceu e ele despediu-se:
– Ainda está aí filha,?
– Sim, papai.
– Então, até mais tarde, em casa. Beijo.
– Beijo, papai.
Fim do diálogo
Por um instante, olhei para ao redor da nossa sala de estar.
Era... tão aconchegante com as cortinas brancas deixando um raio tímido de sol entrar vez ou outra quando o vento as sacudia. Cheirava a chá de canela com maçã, já estava impregnado do velho hábito da mamãe tomar após as principais refeições. Havia um velho relógio cuco, herdado da vovó Clarice. O que mais gostava era a iluminação lateral que a noitinha deixava a sala bastante íntima. Era como se ainda estivéssemos usando antigos castiçais com velas. Um ar charmoso. Apesar dos meus 18 aninhos, eu tinha um gosto para decoração mais antiga, era mais minha cara . Nossa mesa de jantar tinham seis lugares . Era de madeira imbuia com suas cadeiras forradas couro presos por grandes parafusos redondos ao redor do assento. Nunca nossa mesa ficou sem um vaso com flores naturais. Minha mãe cultivava flores em sua estufa e uma pequena horta que só ela cuidava antes de ir a loja de compotas.
Almoçamos juntos. Eu era filha única. Nossa Cozinheira Ruth estava conosco desde os meus sete anos . Tínhamos uma arrumadeira que 3 vezes por semana fazia a limpeza geral. Nós outros dias eu dava manutenção junto com a Ruth. Meus pais me ensinaram a cuidar da casa e manter limpa para quando casasse pudesse administrar os funcionários. Nunca achei ruim essa atitude deles. Uma criança desde pequena aos 3 anos já deve ter noção que sua cama precisa ser arrumada ao levantar. Guardar seus brinquedos quando não estiver usando. Não é legal achar que sua babá ou Arrumadeira tem por obrigação apanhar os brinquedos quantas vezes deixarem espalhados.
Assim eu cresci. Tendo minhas responsabilidades.
Bom, fui tomar meu banho. Amava meu sabonete de lavanda que a mamãe trazia da Bouquet Marrie que ficava alguns metros de sua loja. Era de uma conhecida sua e vendia todos tipo de produtos para banhos sauna, limpeza pele entre outros...
Eu preferia não ficar trocando de odor. Assim era com meu perfume. Antes de terminar eu já encomendava. Nossa pele absorve o aroma e as notas do perfume se misturam com nosso próprio odor dando uma característica única. Assim eu seria inesquecível rsrs.
Por isso o James disse que meu perfume o enlouquecia. Na verdade era a minha pele que já estava impregnada .
Após meu banho sequei meus cabelos. Eu não usava shampoo. Só mesmo o sabonete que era natural e não agredia meu couro cabeludo nem os fios ruivos.
Detestava secador de cabelo, secava dando leves apertadinhas com a toalha, assim definia os cachos.
Vesti meu vestidinho soltinho. Nada de apertar cintura. Meu estilo era - garota do campo: Floral nos vestidos, jeans surrado com camisetas tons pastéis, verde musgo, mostarda e terra. Vermelho somente nos lábios. Os olhos usava apenas delineado e rímel. Nada de blush ou base, pó compacto. Minha pele tinha sardas, não exageradas, mas eu evitava encobrir minha naturalidade. Tinha receio de um dia, algum namorado me visse diferente.
Até hoje não entendo como algumas mulheres ficam totalmente diferentes ao ponto de sem usar maquiagem ficam irreconhecíveis rsrs.
Cada uma com seu gosto, não é mesmo?
***
Desci após meu banho e dei de cara com o James na cozinha. Não pude disfarçar o quanto fiquei mexida .
A Ruth perguntou logo se eu queria algum lanche, estava preparando um para o James levar .
Eu afirmei com a cabeça que sim, e que o James podia comer alí na cozinha comigo.
Ela não desconfiava de mim, mas dele tinha receio, era um homem quase nove anos mais velho, experiente.
Comemos nosso sanduíche de peito de peru com rúcula, cenoura ralada com maionese. Tudo lá em casa era feito alí mesmo, a não ser o pão. A Ruth amava criar receitas e sua maionese caseira, molhos, patês eram de dar água na boca.
Eu estava lambendo os dedos sujos de maionese e o James passava a língua na lateral da sua boca olhando pra minha. Era um sedutor até comendo .
Não sei quanto tempo demorei mastigando,só para o tempo durar mais um pouco.
Tomamos um suco e puxei conversa pra relaxar aquela transa alimentícia rsrs.
– James, me fala uma coisa... lá na sua casa, você costuma fazer seus lanches ou tem uma Ruth também?
– Eu sempre fiz meu próprio lanche, mesmo tendo três funcionárias só pra cuidar da casa em tempo integral, a minha mãe mal sabe chegar na cozinha.
Mas, eu nunca gostei de sentar lá pra comer ou deixar que fizessem algo pra mim. Diferente da Ruth que eu vejo dedicação. Não é porque ela está aqui, mas nunca a escutei falar algo negativo de quem quer que seja daqui.
Lá em casa as moças viviam amaldiçoando a saída e entrada de meus pais em casa e eu escutei algumas vezes.
– Nossa, que horror, James! Deve ter sido difícil pra você não foi?
– Apesar de reconhecer os erros dos meus pais, nas atitudes arrogantes, isso não dá o direito de desejarem o mal de quem está pagando seu salário.
Eu penso quê...Se não está satisfeito, saia.
– Exato,James! Concordo com você.
Terminamos o lanche e agradecemos a Ruth.
Ele levantou-se e saiu.
Eu fui até a porta de saída admirar seu andar enquanto se distanciava.
Corri até meu quarto e vi uma mensagem que chegava no Windows live...
– Delícia de lanche!
Queria ter comido a salada no seu corpo...lamber a maionese até descobrir o que estaria por baixo.
Eu ri...
Safado! Agora ele vêm com brincadeirinhas. Se não o encontrasse na cozinha, não mandaria nenhum MSM.
– Quem é vivo, sempre aparece!
O lanche estava gostoso mesmo, mas sua imaginação bastante fértil, James.
– Vai dizer que não pensou bobagens enquanto se deliciava com os dedos?
Aposto que estava toda molhadinha, vai negar?
– E se estava,vai adiantar algo falar?
– Sim. Mata minha vontade agora!
– Mas como, seu louco?
A Ruth não vai embora agora, e eu não vou me expor a ir no celeiro.
– E quem falou pra vir até mim?
Hehehe, Manda uma foto da parte que está úmida. Dê um close!
– Quê? Tá se divertindo ?
Mandar foto íntima pra você seria a última coisa que faria!
– Bobagem, coisas piores já fizemos pessoalmente e não vi nenhum absurdo, tampouco vergonha por sua parte.
Mas, tudo bem...se quer me deixar assim...melhor a gente parar por aqui. Se não confia essa relação não vai adiante.
Eu estava hipnotizada pelos argumentos e louca de tesão.
E se ele realmente me deixasse? Estava apaixonada e entregue. Uma fotinha não iria fazer mal.
Pensei mas um pouco...
Procurei uma luz através da Me certifiquei que que a porta estava trancada... Me masturbei. Coloquei a celular na posição e temporizei. Fiz umas cinco fotos em posições diferentes de frente. Parecia que estava possuída, sei lá, algo inexplicável.
Enviei ao privado na rede, que risco estava correndo! por onde quer que fizesse estaria frita!
Só não queria perdê-lo.
Não recebi resposta por meia hora, fiquei com medo de haver mandado as fotos errado a outra pessoa. E aí, que seria de mim?
Não aguentei a expectativa e liguei.
– James, você me pede fotos íntimas como se pedisse um Self Service e depois não confirma seu pedido?
– Hahaha, Desculpa minha ruiva. Estava ao telefone com uma prima que não falava há mais dois anos. Minha mãe deu o número a ela, queria saber como eu estava.
Mas, eu recebi sim. E confesso que gostei muito da irrigação do terreno.
Em terra úmida onde se planta, dá.
– É isso que tem pra me dizer? Estava de conversa com alguma vadia e vem com essa mentira de prima. Então sua priminha é mais importante que minhas fotos; Por que não pediu para ela então?
– Calma minha potranquinha. Minha priminha não gosta da fruta que você engole. Hehehe
Não te liguei porque precisava tomar um banho rápido da sujeirada que suas fotos provocaram...que abertura de perna são aquelas? Olhando assim, parece contorcionismo. Quero de novo na prática !
Por um momento me arrependi. por outro lado, não queria que ele pensasse que eu era uma covarde.
Resolvi não discuti mais e desliguei com um até breve
Não vi mais o James, nem mandou mensagens, esse era meu problema, não questionar deixando tudo pra lá.
Falei com meus pais antes que fossem para a igreja, que passaria o dia na casa da Victória e talvez dormisse por lá, eu avisaria.
Peguei o carro, liguei o rádio e estava tocando "Jar of Hearst", eu amava as letras de suas canções, e essa em particular tinha a ver com o que pensava sobre o James. Meu coração acelerava só de pensar em nunca mais vê-lo. Era essa a sensação a seu respeito. Que de uma hora para outra ele desaparecesse.
Cheguei a casa da Vic. Estava um silêncio, todos haviam saído. Fomos tomar uma cerveja, o dia finalmente estava propício para abrir uma garrafa da cerveja Stoker Brewing . Apenas para comemorar antecipadamente nossa conquista nas provas.
A Vic morava num endereço elegante . Brindamos, enquanto conversarmos na varanda de frente para uma charmosa rua onde carros luxuosos desfilavam em pleno domingo, com suas famílias.
Victoria me perguntou:
– E como estão os ânimos com o seu cowboy ?
– Não tenho falado com ele Vic, o James é arredio. Acho que está evitando algum confronto.
–Ok, Lya
Cada cabeça uma sentença, o importante é focar agora nas provas.
...
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Fatima Vieira
tomara q ela não caia do cavalo
2024-04-23
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