Capítulo 07

_Amara_

Eu vou matar aqueles desgraçados!

Como eles ousam fazer isso com a minha irmã, a única pessoa que eu me importei nesses meus miseráveis 3 mil anos...

Hoje eu vou fazer churrasco de lobo.

levantei-me abruptamente e fui em direção a porta de entrada.

Anastácia- Espera irmã! Não toma uma decisão precipitada, me conta o que sabe primeiro e depois tomamos uma decisão do que fazer...

Respiro fundo e viro-me lentamente, encontrando os seus olhares de súplica completamente fofos. O meu humor melhorou instantaneamente com aqueles olhos que mais me pareciam duas bolas lindas azuis claras. Solto um longo suspiro e me sento novamente no banco sem tirar a carranca do rosto...

Anastácia- Me conta tudo...

Amara- Se eu vou contar a nossa história, vou precisar começar do começo.

_Flashback_

A exatamente 3 mil e 200 anos A.C, existia uma civilização de dragões do norte chamado Malyries. Morávamos em montanhas enormes de gelo num castelo altamente fortificado de pedras preciosas, assim como todas as civilizações, nós do norte também enfrentávamos guerras tremendas exteriormente e internamente. Nossa raça era dividida em três categorias: A realeza, o clero e a pobreza ( Não muito diferente dos humanos ). Eu e a Anastácia éramos as princesas destinadas a no futuro morrer pela mão da outra, segundo a uma profecia maligna. Os nossos inimigos eram todas as outras raças que nos invejavam, principalmente a raça dos lobos que se consideravam únicos por serem criados pela Deusa Selene. Eu era uma general princesa dragão e a minha irmã era a minha protegida, desde pequena sempre enfrentávamos os seres malignos dentro do reino que tentavam nos separar, porém, as perseguições começaram a ficar mais intensas, fazendo com que até os nossos pais nos perseguissem. Minha pior relação era com a minha mãe, ela odiava a minha personalidade e vivia me humilhando quando via uma chance, meu pai me incentivou a ser uma guerreira e depois jogou na minha cara que eu havia matado muitas pessoas, então por isso não havia como eu me casar algum dia, porque segundo ele, mulheres másculas eram as piores esposas. Eu não ligava para isso já que de qualquer forma eu não pretendia me casar nunca, porém começou a pesar as injúrias,calúnias e perseguições de meus pais, por noites eu chorava pedindo socorro a algum Deus, mas ninguém veio até a mim.

Eu era o Dragão preto da noite Claries

E a minha irmã, o dragão branco do Dia Mevies

Nós dragões vivemos há mais de mil anos... Eu e ela éramos carne e unha, ela era a única coisa que me importava na vida! Até que em um fatídico dia, espalhou-se um boato de que as princesas dragões estavam querendo usurpar o trono. Meu pai e minha mãe tentaram matar a Anastácia, porém eu matei eles primeiro e depois fugimos voando pelo céu até parar em um lugar completamente desconhecido.

Anastácia- Olha maninha... Tem comida aqui!

Anastácia 500 anos:

Amara- Eu já falei para você não sair de perto de mim...

Amara 600 anos:

Anastácia- Mas eu estava com fome...

Amara- Se estava com fome deveria ter me pedido para trazer algo.

Ela cruzou os braços e fez um biquinho exageradamente fofo.

Anastácia- Você é má...

Peguei nas suas bochechas e comecei a apertar.

Amara- Quem é a má aqui?

Anastácia- Aii... Desculpa... Desculpa!

Soltei as suas bochechas e ela me encarou com uma cara emburrada enquanto eu sorria minimamente para ela...

A fruta que ela havia pegado era um côco, rachei ele com a mão direita e dei para ela comer. Seus olhinhos brilharam quando ela viu a quantidade de água que havia no côco...

Anastácia- Te amo!

Ela disse isso e se virou para beber o côco. Sorri carinhosamente vendo ela se sentar em uma pedra e tomar a água do côco com vontade...

São coisas como essas que me motivam a protegê-la com a minha vida!

Estávamos proibidas de pisar novamente no reino dos dragões e por isso vivíamos viajando de terras em terras procurando um abrigo. Eu me culpava muito pois tudo o que eu podia dar a ela era essa vida miserável!

Depois de dias e noites viajando pelo oceano, finalmente chegamos em uma ilha, nos transformamos na nossa forma humana e fomos caminhando por uma estrada. Fui andando na frente e tudo parecia razoavelmente nos conformes até que de repente eu escutei o grito da minha irmã e me virei rapidamente para ela e vejo nada mais nada menos que uma rede de mana agarrá-la, saquei a minha espada e quando estava prestes a tirar ela de debaixo dessa rede, outra rede caiu em cima de mim. Eu me debati debaixo dessa rede até que escutei uma voz masculina falar:

- Olha o que temos aqui... Duas invasoras!

Quando os nossos olhares se encontram, ele diz entre um rosnado:

-MINHA...

Ele por acaso é um cachorro para estar rosnando?

Amara- Se você tem amor na sua vida, é melhor nos soltar por conta própria!

Ele deu um sorriso irritante e eu cortei a rede com as minhas garras, depois cortei as da minha irmã e o meu olho ficou completamente em um vermelho carmesim...

Ele me olhava com um misto de admiração, espanto e... Tesão?

* Filho de um diabo! *

- Nossa! Então vocês são dragões... Que interessante!

Amara- Eu vou matar vocês aqui!

- Calma, vamos conversar...

Ele me encarou sério e depois deu um maldito sorriso convencido que me deu nos nervos no mesmo instante!

* Quem ele pensa que é? *

Anastácia- Vamos nos acalmar maninha...

- Se me seguirem eu prometo que não vão se arrepender...

Fiquei com um pé atrás mais confiei na minha irmã e segui o idiota com a guarda alta.

*Se ele tentar qualquer gracinha, eu mato ele!*

Ele olhou para trás e me deu mais um dos seus malditos sorrisinhos.

Amara- Perdeu algo na minha cara?

- Desculpa é que você é linda...

Senti o meu rosto esquentar e olhei para a minha irmã que me dava um sorrisinho maroto... Olhei para ele novamente com uma expressão indignada e ele apenas me deu um olhar intenso. Algo no meu peito começou a acelerar e eu não sei o que é isso e nem que sensação é essa!

- Acabei me esquecendo de me apresentar, Oi, meu nome é Alec e eu sou um Beta da Alcatéia Kron.

Amara- UM LOBO?

Nem vi quando me transformei em um dragão e comecei a tentar voar, mas fui detida por ele que se transformou e se jogou em cima de mim, ambos caímos no chão. Me transformei novamente na minha forma humana e agora eu já estava irada!

Amara- SAI DE CIMA DE MIM!

Ele se transformou na sua forma humana e agarrou os meus braços contra o chão enquanto me olhava nos olhos. Senti que meu coração ia sair pela boca...

Essa sensação é completamente nova, meu corpo todo estremecia num simples contato com a sua pele. Minha boca ficou úmida e o meu corpo esquentava mais que brasas recém acesas...

* O que está acontecendo? *

Seu olhar era profundamente penetrante, ele parecia ver cada centímetro dos meus mais profundos pensamentos. Foi quando eu percebi!

Amara- Aaaahhhh

Sai de baixo dele apressadamente...

Ele estava nú em cima de mim!

Amara- Seu animal desavergonhado!

Ele se cobriu constrangido enquanto eu me virava bruscamente para o outro lado...

* Aquele corpo definido cheio de músculos... Mas o que eu estou pensando? *

Alec- Em minha defesa, eu só queria lhe impedir de fugir!

Me virei lentamente e respirei aliviada por ele finalmente estar vestido.

Amara- Você é um imoral!

Alec- Eu não sou como as princesas dragões que já se transformam vestidas.

Falou ele com um tom irônico e um sorriso convencido no rosto...

Amara- Ainda assim... Espera, COMO VOCÊ SABE?

Alec- Não é óbvio? Não é todo dia que eu vejo uma dragão tão majestosa.

Todos os outros lobos sorriram com o seu comentário...

Amara- Acho bom medir as suas palavras lobo! Nossas raças são inimigas, não se esqueçam disso.

Alec- Negativo. Somos inimigos do rei dragão e do seu reinado de sangue à custa de inocentes e se vocês duas fugiram dele, significa que estão do nosso lado!

Ele me olha convencido o que me enche mais ainda de raiva!

Anastácia percebendo que a qualquer momento eu iria matar esse lobinho de merda, interviu no meio tentando me acalmar...

Anastácia- Calma maninha... Vamos seguir ele, você sabe que eu já estou cansada de tanto mudar. Vamos parar um pouquinho aqui por favor!

Ela me lança aquele olhar pidão de sempre, me amolecendo na hora.

Amara- Tudo bem, mas se esse lobo tentar alguma gracinha eu arranco as entranhas dele!

Alec- Nossa, fiquei com medo agora!

Falou ele com um tom de ironia visivelmente irritante.

Amara- Acho bom ficar com medo mesmo!

Dei o olhar mais ameaçador possível e ele apenas sorriu de lado..

* QUE ÓDIO DESSE LOBO! *

Amara- Vamos logo, antes que o que eu falei se concretize.

Seguimos por uma trilha junto com os lobos até chegar a um lugar que, pelo que parece, é uma alcatéia. As casas são feitas de madeira e a vila parece ser bem tranquila... Tudo aqui é tão acolhedor, crianças brincando no chão de terra seca e as mães conversando entre si concentradas no assunto. Alec nos levou até um lugar que parecia mais uma caverna, fomos adentrando dentro dela e eu comecei a ficar fascinada com tudo, era enorme o espaço e havia muitos lobos trabalhando no pesado retirando pedras preciosas das paredes. Continuamos andando até chegar em uma sala enorme, com uma mesa de jantar no centro, olhei mais a frente e vi um lobo dos cabelos pretos sentado em um trono de pedras com pelagem de animais. Seu olhar muda para uma cor amarela e ele diz entre um rosnado alto:

-MINHA...

Ele se levanta com uma aura dominante e começa a caminhar até a minha irmã...

Me coloco na sua frente e saco a minha espada da bainha.

Amara- Não se aproxime dela ou eu te mato lobo!

- Ela é a minha companheira! Não ouse se colocar na frente desse laço inquebrável dragão do norte!

Ele se transformou em um lobo enorme da pelagem preta e veio pra cima de mim, mas eu desviei mantendo a minha irmã atrás de mim, ela se tremia toda olhando para o lobo apavorada. Alec se transformou e se colocou na minha frente...

Não sei o que aconteceu, pois foi muito rápido mas parece que tudo se esclareceu já que ambos se transformaram na sua forma humana novamente.

- Ela é minha e você não pode impedir isso!

Amara- Quem você pensa que é?

- Só não vou matá-la porque é irmã da minha companheira.

Amara- Como você sabe? E ela não é a sua companheira, ela é a minha companheira!

Ele dá um sorriso sarcástico e pega uma pelagem de animal para se cobrir, foi quando eu percebi que eles estavam pelados. Tampo os olhos da minha irmã rapidamente e digo:

Amara- Vocês lobos são uns depravados!

Alec me olha com um misto de malícia no olhar enquanto me dá mais um daqueles sorrisinhos cínicos.

Uma mulher aparece repentinamente e diz:

- Posso saber o que vocês vieram fazer nas nossas terras?

Já não gostei dela.

Amara- Não sabíamos que essa ilha era povoada, só pousamos aqui porque a minha irmã estava cansada então eu não tive escolha.

- Você pode ir mais, a minha companheira fica!

Falou o homem com uma pose dominante se sentando novamente no trono e encarando a minha irmã com uma expressão possessiva.

Alec- Nenhuma das duas vão embora!

Amara- Quem vocês pensam que é para mandar em nós?

- Seus companheiros...

Alec- Seus companheiros...

Falaram eles juntos em uníssono.

Minha cabeça começou a esquentar de raiva e a minha vontade é tacar fogo nesses dois vermes inúteis. Sinto um toque suave na minha mão e quando eu olho para trás eu percebo o olhar pidão da minha irmã...

Amara- Aa não, nem vem...

Anastácia- Mais maninha eu estou cansada da viagem, vamos ficar só até resolvermos esse mal entendido.

- Fofa...

Falou o macho sentado no trono encarando a minha irmã com uma expressão de apaixonado.

Amara- Não tem nada de fofa aqui! Escuta bem o que eu vou dizer-te lobo, não quero você perto da minha irmã. Você entendeu-me?

Ele fica com uma expressão sombria no olhar e eu reconheço bem essa expressão, eu matei inúmeros lobos que também estavam com essa mesma expressão no rosto.

Ele se levanta novamente do trono e caminha até a mim, Alec se coloca na minha frente com uma expressão ameaçadora no olhar.

O babaca olha pra ele e diz entre um rosnado:

- Acho bom você se lembrar que eu sou o seu Alfa, mesmo você sendo o meu irmão e o meu beta, não permitirei que me desafie!

Alec- Pensa no que sentiria se eu fosse com uma expressão ameaçadora pra cima da sua companheira.

Ele parece pensar um pouco e depois se afasta olhando para Anastácia.

- Tudo bem, acho que não nos apresentamos direito... Me chamo Kaleu, Alfa da alcatéia Kron.

Ele estende a sua mão na minha direção, mas eu rejeito o seu comprimento e apenas digo:

Amara- Eu sou Amara e a minha irmã se chama Anastácia, ambas somos dragões.

Kaleu- Anastácia...

Ele morde o lábio inferior em depois se distancia sem tirar os olhos da minha irmã e sem se virar. Seu olhar demonstrava puro desejo, olho de relance para a minha irmã e percebo um olhar de fascínio vindo dela.

* Isso só pode ser um castigo! *

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Continua...

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