capítulo 5

Dino

Tudo que era do meu pai ficou pra mim, a grana eu investi tudo na comunidade, pra melhorar a infraestrutura e arrumar emprego pra população, até tive que comprar alguns políticos pra trazer as empresas pra cá.

As casas dele eu cedi pras famílias dos soldados do meu pai que abandonaram o morro, os que não quiseram viver dentro da lei, os desgraçados foram embora deixando mulheres e filhos.

A casa principal, que é maior, o povo chama de Prefeitura, já que lá fica eu e toda a galera que me ajuda a manter esse lugar organizado. Tem quem cuide da saúde, da educação, do turismo, e da ação social e mais uma galera. Eu não tenho nenhum melhor amigo, nenhum braço direito, depois daquele polícia desgraçado não consigo confiar em mais ninguém.

Eu tava aqui de boa, cuidando das minhas coisas quando dois pivete veio me chamar.

- Dino, a Bete mando a gente te chamar pra separar uma briga lá no bar.

- Que tipo de confusão? Preciso levar a Polly?

- O Zezão e o carniça tão saindo na porrada lá.

Puta que pariu, esses dois pau no cu já faz dia que tão me enchendo o saco, brigando que nem besta por causa de uma piriguete que não vale nem o esmalte descascado da unha dela.

- Nesse caso a Polly vai junto.

Passei a mão na Polly e fui pra lá.

Os dois meninos se olharam e ficaram sérios.

- Se fuderam, ele vai levar a Polly.

É isso amores, a Polly e eu somos conhecidas aqui na comunidade. Hoje eu não tô com a minha saia super sexy, tô de calça jogger camuflada e camiseta de botão aberta mostrando essa minha barriguinha linda e chapada, meu tênis preto surrado, é geralmente assim que eu me visto durante o dia, minhas saias e shorts curtos são só pro baile e prós fins de semana quando eu quero sentar em um gringo gostoso.

Cheguei lá e tava daquele jeito, um monte de gente em volta e aquela putaria de sempre, já cheguei atirando pra cima pra eles saberem que eu a Polly não tamo de brincadeira.

Todo mundo saiu de perto, uns até correndo, mas sempre tem aqueles que querem ver o outro se fuder então tinha plateia.

- Qual foi seus arrombado do caraio?

Assim que me viram, os dois merda já começaram a choramingar.

- Nada não Dino, desculpa aí a gente já paro já.

- Ah mais tão cedo? Agora que a Polly chegou pra festa?

- A gente já paro já Dino, é sério deixa passa essa por favor.

- Quero os dois fora daqui! Pega seus pano de bunda a vaza da minha comunidade, não vou aceita dois idiotas fazendo merda e colocando o povo em perigo, vocês tem 1 dia, se eu encontrar vocês ou souber que vocês estão escondidos, vão bater um papo sério com a Polly, agora vaza!

Sei que os bostas queriam reclamar, mas assim que viram a Polly bem de pertinho, ficaram emocionados e até sem palavras.

Depois de resolver esse B.O eu decidi beber um a cerveja ali com a Bete, ela me disse que tem um morador novo, mas é claro que eu já sabia, mas a Bege acabou me confirmando o que outos moradores já tinham me falado, o gaúcho é todo metidinho, trata as pessoas com arrogância e se acha melhor que todos.

Bom eu acho que tá na hora de conhecer esse tal de Lucas né, a Polly adora fazer amizade.

No dia seguinte eu acordei cedo e fiquei na espreita esperando o bonitão aparecer, claro que o playboy acordou já era meio dia, além de tudo ainda é folgado, assim que ele saiu de lá eu fui falar com ele.

- Bom dia Gaúcho!

- Meu nome é Lucas.

- Tô vendo, e aí o que tá achando da Candelária?

- Não é como eu pensava, mas vai servir.

- Meu nome é Dino, por falar nisso.

- Cê mora aqui a muito tempo?

- A vida toda.

- Conhece a Duquesa?

- Opaa e como.

- Como ela é? Aposto que é totalmente diferente desse povo daqui, pra se Chamar de Duquesa.

- Como você pensa que é?

- Uma princesa, muito educada e gentil, como uma Duquesa deveria ser. Soube que ela tem uma amiga chamada Polly que deve ser linda igual ela.

- Tu quer conhece as dias?

- Sim, claro, soube que ela que organiza os bailes aqui, sei que baile funk não é igual os bailes de gala que eu organizava mas eu posso ajudar ela, trazer cantores bons, música boa, MPB ,rock clássico essas coisas, posso deixar o baile mais elegante, aposto que os turistas vai gostar

- Os turistas sobem no morro pra ver coisas que ele nunca viram, eles não vem aqui pra ouvir coisas que eles podem ouvir em casa. aqui a gente vive sendo nós mesmos.

- Isso é o que você e sua mente favelada pensa. Aposto que a Duquesa tem outra opinião.

Nosso já tinha parado em frente o bar da Bete.

- Bom dia Gaúcho, vi que já fez amizade.

- Bom dia Bete, me chama de Lucas.

- Bom dia Dino, tô vendo que hoje a Duquesa acordou de bom humor.

o Gaúcho me olhou vermelho de vergonha.

- É você?

- Sim, sou eu, e essa aqui é a Polly.

Lucas

Puta merda é hoje que eu vou morrer, não é que a Duquesa é um cara, e a Polly uma arma, eu tô tão fudido.

Esse cara vai me matar!

O maluco me pegou pelo braço e começou a me sacudir enquanto gritava comigo sacudindo uma arma rosa na minha cara.

- Escuta aqui o poco muco! Você é um cara chato, metido a rico mas ele não tem merda nenhuma na vida, tanto que tá morando aqui. É b você respeitar e falar direito com a minha gente ou você vai se entender com a Polly, sobre o meu baile, a gente não precisa das suas ideias chatas e antigas de tiozão, se quiser continuar morando aqui, mas principalmente se quiser fica vivo, cuida bem da tua língua Leke, ou eu acabo contigo.

Ele me largou e me olhou com tanto desprezo que me senti a criatura mais pequena do mundo.

- Que saber Bete, esse playba não vale a pena, é só um arrogante de merda querendo ser o que não é, cuida pra esse imbecil não morrer cedo aqui.

E ele saiu me deixando lá no chão, humilhado e envergonhado com um monte de gente em volta me olhando.

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