capítulo 12

Dino

Tá sendo muito divertido esse jogo de sedução com o meu gaúcho gato.

Eu provoco ele o máximo que eu posso, já vi ele esconder uma ereção Ka no bar, quando eu me inclinei no balcão,eu estava com uma saia corrija e uma jockstrap preta, então eu acho que ele teve uma bela visão naquele dia.

Ele jura que desfaça bem, mas eu sei que eu tô mechendo com a cabeça dele.

Hoje a gente vai no baile. Tô praticamente tendo que arrastar a Lua comigo, porque a bonita não quer ir festa pro causa de macho, mas não comigo aqui, ela vai querendo ou não.

- Você escolhe Lua, ou se arruma pra gente ir , ou eu te arrasto de pijama mesmo vixe que escolhe!

- Ahhh, como eu te odeio Dino.

- Não mona, você me ama e sabe que eu tenho razão, agira vai bota esse corpinho pra jogo e vamo rebolar nossa raba.

- Eu vou, mas já vô avisando que sou uma pessima companhia hoje.

- Faz assim, pega suas coisas e vamos lá pra casa, a gente faz um esquenta lá e você me conta tudo enquanto eu te maquio.

Nunca convidei ninguém pra ir na minha casa, nunca mesmo. Mas eu gosto da Lua,sei que posso confiar nela. Ela chegou com uma mala, que eu achei puro exagero, mas ela disse que eram opções , talvez eu até pego alguma coisa emprestada hoje.

A gente sentou na mesa da cozinha, eu abri uma garrafa de vodka e começamos a conversar.

- Vai amiga, me conta abre o seu coração que a sua Casa sensata aqui vai te aconselhar.

- Dino sabia que você se parece um pouco com a minha mãe? Aposto que ela ia te adorar, talvez até me trocasse por você.

- Eu sei que sou um encanto, qualquer pessoa ia me querer amore, mas me fala você e a sua mãe se dão bem?

- Dino, se sabe da onde eu vim né?

- Sim, do morro da Penha, daquele gostoso do Santo, puta merda naquela idade o homem continua uma delícia, e o Jotapê? nossa como você viveu naquele morro sem tentar tirar um casquinha daquele homem lindo? Eu tive lá pra aprender sobre pacificação no morro, e olha se a Diva da Ariel não estivesse lá pra me lembrar que ele era casa, olha não sei não heim.

- Eles são meus pais Dino.

- Pera eles quem ? o Santo e o Jotapê? Mas eles não eram só amigos?

- Não bicha burra, Ariel é a Minha mãe, e o Jotapê é o meu pai.

- Puta que pariu Lua, caralho mulher! Quer dizer que a princesinha da Penha é tu?

- Para Dino, eu odeio esse apelido.

- Mas você é, e sua mãe poraa, sua mãe é a pessoa mais necessária da face da terra.

- Se for continuar eu vou embora!

Não estava entendendo o porquê da Lua estar daquele jeito, até que olhei nos olhos dela, então eu entendi. A comparação. A comparação destrói a essência. E a Lua está tentando proteger a essência de quem ela é de toda essa comparação.

Como eu sei disso? Simples, as pessoas também me comparavam com o meu pai, diziam que eu seria o sucessor dele, que eu era parecido com ele em tudo, e quando eu fazia algo fora do comum eles me mandavam ser mais parecido com o meu pai.

A diferença é que entre o meu pai e a Ariel existe um abismo de distância.

- Oh amiga, desculpa. Eu sei como é uma merda crescer sendo comparado com nossos país, mas amiga não castiga a sua mãe pós erros das pessoas. Ela não tem culpa. Eu lembro de como ela falava de você mas palestras, com tanto amor com tanto orgulho, e agora que eu te conheço eu sei que ela te descreveu com precisão, o amor por você era nítido nos olhos dela.

- Amigo eu sei que as vezes eu pego pesado, e a sensação que eu tenho é que eu tenho tanta raiva, mas tanta raiva acumulada, e eu sei que posso descarregar nela, porque ela me ama tanto que nunca vai embora. Eu sei que sou um ser humano terrível.

- Não amiga, você não é um ser humano horrível, é só um ser humano.

- Vamos mudar de assunto?

- Sim, próxima pauta da nossa sessão de terapia com cachaça, André.

- Sério Dino, vai sair de um assunto ruim pra um péssimo?

- Desembucha mana, você precisa falar.

A Lua me contou a história toda, eu achei uma merda, porra o negócio é tão simples de resolver, porque neguinho complica?

- Amigo, o que eu faço?

- O Óbvio né mulher, vai lá e pega o boy garota!

- Não é fácil assim Dino.

- Amiga cê tem duas escolhas, ou você perdia ele e fica com o homem que você ama, porque tá na cara né amor que você é apaixonada no gato. Ou você fica aí cultivando sua mágoa e perde o boy, só não reclama se ele arrumar outro ou outra.

- Não sei se eu posso perdoar ele amigo.

- Poder você pode amiga,pode o que bem quiser, a questão aqui é, você quer ?

Deixei a ela lá sozinha pensando no que eu falei, talvez ela tome alguma decisão, uma decisão inteligente eu espero.

Depois de uma meia hora eu voltei e a gente começou a se arrumar, hoje a minha intenção é parar o baile quando a gente chega, quero deixar aquele gaúcho doido hoje.

Hoje escolhi uma bermudinha bem curta, na verdade parece mais uma cueca samba canção. Ela é toda branca apertadimha mas coxas e no bumbum, uma camisa de botão também branca com alguns detalhes floral, mas dessa vez a camisa estava abotoada na frente. Um brinco em uma orelha só, era um brinco simples, uma correntinha dourada com um atrás na ponta. Não usei maquiagem, só um gloss nos lábios e um perfume bem cheiroso.

A Lua tá a a coisa mais linda, um penteado lindo, o cabelão bem penteado pra trás e dias tranças na frete com uns enfeites dourado.

Uma maquiagem leve deixando a pele dele reluzente, iluminação naqueles olhos lindos e uma boca nude, ela tava com um croped canelado branco e uma saia jeans rasgada no joelho e desfiada na barra, a saia não era curta mas também não era longa, tava um pouco acima do joelho, ela colocou uma melissa de salto preta um colar joquer e brincos de argola, enfim perfeita.

Chegamos no baile e foi como eu wieroaz todo mundo vou a gente chegar, e eu logo vi meu gaúcho lindo parado olhando pra mim no bar. Mas quando eu olhei pra lua sei rosto estava triste, olhei pra onde ela olhava e entendi tudo.

Porra André, vacilou irmão...

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