Vitor: — E aí? Como foi o primeiro dia de trabalho?
Sarah: — Foi bem cansativo... -Mudei para uma expressão triste.
Vitor: — Ué, por que ficou triste? Fizeram algo com você?
Sarah: — Não, é que as crianças são muito desanimadas e não me deram atenção.
Sarah: — Era como se eu não estivesse falando nada! Isso foi me desanimando.
Sarah: — Eles mal me respondiam.
Sarah: — Dei o meu melhor, tentei brincar, diverti- los e fiz de tudo, mas em nada resultou.
Vitor: — Que pena... Eu sinto muito!
Vitor: — Com o tempo você conquista eles.
Sarah: — Não, não teremos tempo.
Sarah: — Eu desisti do emprego.
Sarah: — Vou me formar neste sábado agora. Então esperarei o tempo certo para procurar um emprego.
Vitor: — Ãh?! Você já vai se formar?!
Sarah: — Sim!
Vitor: — Desculpa a pergunta, Sarah, mas quantos anos você tem?
Sarah: — Estou com vinte e três.
Vitor: — E já vai formar?
Sarah: — Sim, uai.
Vitor: — Caramba!
Vitor: — Fico feliz por você.
Sarah: — Obrigada!
Vitor: — Nada. -Falou com um meio- sorriso.
Vitor: — Agora fiquei com uma dúvida. Se me permite...?
Sarah: — Pode falar.
Vitor: — Como vai ficar a sua formatura e o seu pai?
Sarah: — Eu estive pensando nisso.
Sarah: — Tenho que convidar ele.
Vitor: — Entendi.
Sarah: — Amanhã cedo vou na casa dele. Imagino que ele já tenha chegado de viagem.
Vitor: — Tem certeza que quer ir lá?
Sarah: — Por mim tudo bem.
Sarah: — Faço de tudo para não permitir que essas coisas me afetem.
Sarah: — Tento não ligar e permanecer confiante e de cabeça erguida.
Vitor: — Entendo. Só que você não pode prender os seus sentimentos, Sarah.
Vitor: — Você não pode passar por cima do que sente e tentar reprimir isso.
Sarah: — Eu faço isso quando estou em público. Não posso mostrar minha "face" de fraqueza para Gregório.
Sarah: — Se eu mostrar, ele pisa em mim e se aproveita disso.
Vitor: — Você tem razão.
Poucos minutos depois, ele estaciona em frente o prédio do meu apartamento.
Sarah: — Ué! Onde eu coloquei minha bolsa?
[Procurando]
Sarah: — Ah!
Vi que estava no banco de trás, então me inclinei para pegar. Vitor fez o mesmo e acabamos nos esbarrando. Meu olhar se encontrou com o dele e, sem querer, permanecemos ali naquela situação olho a olho. A minha vontade era de encostar minha boca na dele "sem querer" também e sair do carro.
Minhas emoções estavam para fora. Fiquei parecendo uma criança boba.
Sarah: — Ãm... Éh..
[Riso sem graça]
Vitor: — Shh.
Ele colocou o dedo indicador na minha boca e se aproximou mais ainda.
Vitor: — Eu posso?
Sarah: — Não se pede para beijar.
Ele dá um sorriso sedutor, segura em meu queixo e me beija. Pensa num beijo gostoso! Uma boca do sabor maravilhoso! Nossas línguas se encontraram e a coisa foi se intensificando. Por incrível que pareça, o meu corpo pedia por algo à mais. Fiquei envergonhada, pois não sabia que ele estava mexendo tanto comigo assim.
Nos afastamos, porque as coisas estavam muito quentes e isso não podia acontecer. Claro que esse foi o de menos! O principal motivo foi a falta de ar.
Vitor: — Você tem uma boca muito gostosa.
Vitor susurrou próximo do meu pescoço e deu um beijo logo em seguida.
Sarah: — Me desculpa... E.. Eu não queria causar uma situação dessas. -Falei envergonhada.
Vitor: — Relaxa! Foi ótimo e eu não me arrependo.
Vitor: — Confesso que você estava mexendo comigo.
Ele pegou na minha mão e colocou- a sobre o seu membro que se encontrava rígido. Dei uma leve apertada, o que fez ele respirar ofegante.
Sarah: — Tenho que ir. Não podemos fazer isso agora, Vitor.
Vitor: — Agora? [Risos perversos]
Sarah: — Você entendeu. -Falei sem graça/envergonhada.
Vitor: — Tudo bem, linda.
Vitor: — Vá!
Ele me deu um selinho demorado, nos despedimos e fui para meu apartamento.
Sarah: — Meu Deus!
Sarah 💭: — O que você fez, Sarah?
Sarah: — Nossa! Que boca gostosa!
Sarah: — Eu nem acredito que isso aconteceu mesmo.
Sarah: — Surreal o jeito que ele mexeu comigo!
Fiquei pensando no nosso beijo até a hora de eu dormir. Realmente parecendo uma criança. Tinha muito tempo que eu não sentia isso ou que eu pelo menos beijei alguém.
No dia seguinte...
Acordei com a luz do sol invadindo o apartamento. Lembrei do acontecido de ontem e dei um sorriso. Agora já se tornou algo normal na minha cabeça. Levantei, tomei um banho e passei uma mensagem para Gregório.
Mensagem on 📲
Sarah 📲: — Pai! Bom dia.
Sarah 📲: — Você já chegou de viagem?
Sarah 📲: — Se tiver chegado, me passa uma mensagem que eu vou até a mansão para conversarmos.
Mensagem off 📴
Coloquei o celular sobre o peito, mas logo acordei pra vida e fui fazer meu café da manhã. Optei por algo mais simples.
Tomei café da manhã e fui ver se Gregório tinha respondido. Ele disse que havia chegado nessa madrugada que passou, então conferi se Vitor já estava lá embaixo e fui até a recepção.
Quando o vi, dei um sorriso "pra frente" (se é que me entende) e fui até ele. O mesmo retribuiu com um olhar penetrante. Me olhou de cima a baixo.
Sarah: — Bom dia! -Sorri.
Vitor: — Bom dia, Sah!
Vitor: — Dormiu bem?
Sarah: — Sim, e você?
Vitor: — Faltou uma coisinha para me aliviar, mas sim.
Sarah: — Ah, sim! Entendo.
[Risos]
Vitor: — Para onde vamos?
Sarah: — Mansão do Gregório.
Vitor: — Tá bem. As damas primeiro.
[Abre passagem]
Fomos até a mansão conversando. O olhar dele sempre se encontrava com o meu. Alguns sorrisos disfarçados eram pegos no ar.
Sarah: — Pode me esperar aqui. Vou ter uma conversa longa com ele. Eu acho.
Vitor: — Tudo bem. Você ficou linda nessa roupa.
Sarah: — Obrigada! Imaginei que você tinha gostado mesmo.
[Risos]
Fui caminhando até a entrada da gigantesca mansão. Não precisei tocar a campainha, apenas entrei.
Margô: — Bom dia, filha!
Sarah: — Não creio! Margô!!
Fui até ela e a abracei fortemente.
Sarah: — Meu Deus! Quanto tempo!
Margô: — Quem é vivo sempre aparece, minha filha.
Margô: — Senti a sua falta.
Sarah: — Nossa! E eu então?!
Sarah: — Você veio com o Gregório?
Margô: — Foi, sim.
Sarah: — Vim conversar com ele.
Margô: — Pra variar, está no escritório.
Sarah: — Ah! Vou lá então. Depois a gente conversa melhor.
Margô é uma senhora muito especial para mim. Quando minha mãe morreu, quem ficou comigo e cuidou de mim como uma segunda mãe, foi ela. Ela fez isso melhor do que ninguém! Desde então, guardei um amor e carinho imenso por Margô.
A abracei e fui até o escritório.
Sarah: — Licença.
Gregório: — Olha! Minha filha sumida resolveu aparecer!
Ele levantou da cadeira, arrumou seu terno e veio me abraçar.
Sarah: — Oi, pai.
Gregório: — Oi, minha filha! Sente- se, por favor.
Sarah 💭: — Como consegue agir assim? Meu Deus!
Gregório: — E então? O que aconteceu?
Sarah: — A minha formatura vai acontecer no sábado.
Gregório: — Já?!
Sarah: — Sim. Vim te convidar para comparecer à solenidade.
Gregório: — Eu com certeza irei!
Gregório: — Pode contar com minha presença!
Sarah: — Eu imaginei!
Fiquei um pouco sem graça e pensativa.
Gregório: — O que foi, filha?
Sarah: — Pai.. Ãm... Sobre aquilo.. Eu queria saber se podemos conversar como duas pessoas normais.
Gregório: — Aquilo o que?
Sarah: — Sobre eu me casar com o James.
Gregório respirou fundo.
Gregório: — Não temos o que conversar. O contrato já foi feito, Sarah.
Sarah: — Por favor... Se você realmente me ama, faz isso por mim.
Sarah: — Agora eu vou abrir a minha própria empresa e administrar ela. Isso pode te ajudar de alguma forma!
Sarah: — Vamos nos unir e ganhar os benefícios juntos!
Gregório: — Eu não gosto de fazer isso contigo, Sarah.
Gregório: — Me sinto mal, pois, sei que você se sente pressionada e não gosta disso.
Gregório: — Só que eu preciso disso.
Gregório: — Você não entende.
Sarah: — Eu entendo, pai.
Sarah: — Mas você se lembra de quando a Amélia morreu?
Sarah: — Você se lembra o motivo dela ser feito aquilo?
Sarah: — Me desculpa... Eu não quero tocar nesses assuntos ou muito menos falar isso, mas se você observar, muita mulher que esteve "nas suas mãos" tiraram a própria vida por sua causa.
Sarah: — E eu sei que a morte da Amélia te afetou muito. Eu só não entendo o motivo de você continuar com isso depois de tudo que aconteceu.
Sarah: — Você sabe que isso foi horrível pra todas nós.
Gregório: — Não quero falar sobre isso, Sarah.
Sarah: — Mas é necessário, Gregório.
Sarah: — A morte dela te afeta até hoje. Sei que sente falta dela e também sente culpa.
Sarah: — O sentimento de culpa é algo que não sai de você.
Sarah: — E você insiste em fazer a mesma coisa a cada geração que passa.
Sarah: — Tenta entender o meu lado, Gregório.
Sarah: — Tenta pensar um pouco no amor de pai que você nunca me deu.
Sarah: — É muito ruim eu pensar que existo na sua vida, só pra te ajudar a ganhar mais dinheiro.
Sarah: — Porque você me usa pra isso.
Sarah: — Por favor, pensa como eu me sinto com isso.
Gregório ficou pensativo e seu semblante mudou. Achei incrível poder conversar abertamente com ele sobre um assunto assim. Confesso que fiquei com medo dele estourar e fazer algo comigo.
Percebi que ele ficou sentido, então mudei de assunto e conversei sobre o Teodoro etc.
Continua...
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Amélia Rabelo
tomara que ele desista e deixe ela ser feliz bem longe dele
2024-04-01
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