Capítulo 3

Sarah Worf

Quando saio de casa, os seguranças me observam com um olhar carregado de desejo e começam a cochichar entre si. Sinto o peso dos olhares, mas permaneço com a postura firme, parando de frente para Vitor.

Sarah: — Vitor, me leve ao shopping, por favor. — Digo e me encaminho para o carro. Sem esperar resposta, entro e me acomodo no banco do passageiro. Vitor, depois de um momento, entra no carro e liga o motor. Ele me observa pelo retrovisor, mas desvia rapidamente o olhar.

Vitor: — Olha, Sra... Eu não sei qual é o seu problema comigo ou com sei lá quem, mas eu gosto de resolver as coisas conversando. — Fala, ajustando o espelho retrovisor para me observar melhor. — Eu curto conversar. Então, se você tem alguma coisa para me falar, alguma coisa para reclamar, eu estou aqui para te escutar.

Vitor: — Agora a senhorita ficar com essa braveza pra cima de mim já é sacanagem. — Ele fala, com um tom de voz que mistura frustração e uma pitada de resignação.

Vitor: — Porque eu não te fiz absolutamente nada. Inclusive, eu sei que isso não é da minha conta, eu acho. Porém, eu não posso deixar essa barreira crescer entre nós, sem que eu saiba ao menos o motivo dela estar aqui.

Vitor: — Espero que a senhora possa ser um pouco mais compreensiva. — Ele diz, com um olhar atento, tentando captar qualquer sinal de reação minha.

Vitor: — Estou te conhecendo hoje e já vamos começar assim?

💭 É. Se bem que ele tem razão. — Penso, observando sua expressão pelo retrovisor — Vitor não me fez nada e eu estou o tratando desta maneira. — Sinto um nó na garganta ao refletir sobre isso.

💭 Ele não sabe de nada do que aconteceu e eu não posso culpá-lo por isso.

Sarah: — Eu sinto muito. Só não estou num dia muito bom, Vitor. — Digo, olhando pela janela e vendo a cidade passar.

Vitor: — Eu entendo. — Responde com um tom mais suave, enquanto mantém o foco na estrada. — Para qual shopping a senhora quer ser levada?

Sarah: — Pode ser o do centro, por favor. — Respondo, com um suspiro, e me ajeito melhor no assento.

Sarah: — E não precisa me chamar de senhora. Pode me chamar só de Sarah. — Digo, tentando descontrair o ambiente e dando um leve sorriso.

Sarah: — Eu não gosto que me chamem assim.

Vitor: — Olha, eu até entendo, mas eu não quero misturar as coisas. Estou aqui a trabalho e prefiro chamar-te assim. — Ele diz, mantendo uma expressão séria e decidida. — Não temos essa intimidade toda para que eu te chame pelo nome.

Sarah: — Como assim "misturar as coisas"? — Pergunto, curiosa, enquanto o observo, tentando entender o que ele quer dizer.

Vitor: — Estou aqui a trabalho, então prefiro chamar-te de forma profissional. — Responde, ajustando o volante.

Sarah: — Não, mas eu estou te dando a liberdade de me chamar pelo nome. Isso não significa que temos intimidade. — Explico, tentando ser clara, enquanto olho para o painel do carro.

Sarah: — Eu apenas prefiro que seja assim. Se fosse um apelido carinhoso, ou coisa do tipo, aí sim eu daria razão para chamar de intimidade.

Vitor: — Tá bem. — Ele diz, cortando o assunto enquanto continua dirigindo.

💭 Achei muito emocionado da parte dele. Fiquei até sem graça. Não entendi muito bem o que ele quis dizer com "misturar as coisas". Uma coisa não tem nada a ver com a outra — Penso, olhando para suas mãos firmes no volante.

Olho para sua mão e vejo um anel de compromisso na mão direita. Imediatamente, compreendo o possível motivo de "respeito". No entanto, continuo sem entender completamente a atitude de "misturar as coisas".

Chegamos ao shopping poucos minutos depois. Assim que entro, começo a visitar algumas lojas para ver roupas novas, joias, sapatos, etc. Depois de um tempo, paro na praça de alimentação para comer um salgado numa loja brasileira que adoro. Confesso que amo parar aqui para comer toda vez que venho fazer compras.

Estava tudo tranquilo. No entanto, percebo imediatamente a presença de paparazzis, que estão posicionados estrategicamente, tirando fotos minhas com o segurança. Eles me cercam discretamente, e eu me sinto um pouco desconfortável com a atenção indesejada, enquanto dou uma olhada nervosa ao redor.

Sarah: — Vitor, vamos embora. — Digo, levantando-me da mesa e pegando minha bolsa. — Vou pagar a conta e já vamos.

Sarah: — Por favor, escolha algo para comer, que eu vou pagar. — Adiciono, dirigindo-me ao balcão.

Vitor: — Não precisa, Srta.

Sarah: — Não insista. Apenas aceite e escolha o que você quer levar, por favor. — Repito, com um tom decidido.

A moça do caixa nos olhava, com um sorriso gentil, aguardando alguma resposta da parte dele. Enquanto pago a conta, sinto o olhar dos paparazzis sobre mim, e minha irritação cresce. Com o pagamento feito, volto diretamente para o carro, tentando manter a calma.

Quando situações assim ocorrem, a minha prioridade é sair do local o mais rápido possível para evitar mais atenção indesejada. Sinceramente, eu odeio ter uma vida pública. Esse estilo de vida é contra a minha vontade, e eu não suporto ser vista como a "filhinha rica do CEO" ou a mulher que, segundo rumores, dá para qualquer um que encontra pela frente. O que eu faço ou deixo de fazer, não é da conta deles!

Vitor: — O que aconteceu? A senhora está bem? — Pergunta, com um olhar preocupado enquanto dirige.

Sarah: — Não me chame de senhora, Vitor!

Vitor: — Tá bem, Sarah. Perdão. — Responde, ajustando o espelho retrovisor para me olhar.

Vitor: — Agora me conta o que estava acontecendo que você saiu naquela pressa toda?

Sarah: — Haviam alguns paparazzis ali. Eles têm o costume de tirar fotos minhas e divulgar notícias falsas por toda a rede de comunicação nacional. — Explico, cruzando os braços e olhando pela janela do carro.

Sarah: — E é pior ainda quando estou com seguranças. Eles postam coisas do tipo: "Sarah é vista com mais um dos seus seguranças em lugar tal"; "Será que Sarah encontrou mais um para sua lista de seguranças?"; "Será que é mais uma vítima de Sarah? Da série: Os casados."

Vitor: — Entendi. — Ele diz, com um olhar de compreensão, segurando o riso.

Vitor: — Me desculpa a pergunta, mas por que eles postam coisas com esse título?

Sarah: — Como eu havia dito: Notícias falsas. — Respondo, com um suspiro, sentindo um leve desconforto.

Vitor: — Entendi. — Ele acena com a cabeça em sinal de entendimento.

Vitor me leva de volta para casa, e assim que chegamos, vou diretamente atrás do meu pai. A necessidade de esclarecer as coisas e entender sua decisão de contratar um novo segurança para mim é urgente.

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Comments

Amélia Rabelo

Amélia Rabelo

acho que ela não sai com os seguranças não é mais notícias que inventam

2024-04-01

5

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