Capítulo 15

Ela disse que ia ligar pra Gabriela e pedir pra ela ir ficar com o Gael, assim que ela falou com a Gabriela, já ligou para o Valter, ele não atendeu, ela me disse

- A Gabriela já tá chegando, deixa o Gael com as meninas do salão. Anda Angélica vamos logo!

Ela foi pegando a bolsa saindo apressada, falei só dá mamadeira a quantidade rapidinho para as meninas e saímos no carro dela, ela perguntou onde ele poderia estar, falei do hospital, chegando lá ela já foi doida atrás de informações, falando que era a mãe mostrando documentos, então informaram que ele havia sido transferido, ela ligou várias vezes para o Valter que não atendeu, fomos até a casa dele no haras, chegando na portaria, ela falou virada no Jiraya

- Avisa lá o seu patrão que a Maria Lúcia está aqui pra falar com ele!

O rapaz sem entender perguntou do que se tratava, se ela tinha marcado hora com ele, ela gritou com ele falando pra dizer o que ela falou que o Valter iria entender, em poucos minutos liberaram a nossa entrada, a Aline foi nos receber na porta, a Lúcia já foi falando em um tom super agressivo

- Não vim aqui pra falar com você menina, a onde está o Valter?

A Aline respondeu sem jeito

- Oi nós queríamos falar com você Angel, mais você tá sem celular né?

A Lúcia olhou ela com ódio, achei que fosse bater na Aline, perguntei apreensiva

- Para onde o Augusto foi transferido? Tá tudo bem com ele?

A Lúcia estava muito brav.a nervosa olhando feio pra Aline, ela me respondeu

- Ele está se recuperando, mais não quer te ver. Foi um pedido dele! Desculpa Angélica.

Respondi chorando

- Como assim não quer me ver? Oque aconteceu?

Ela respondeu chateada exultante

- Ele tá um pouco abalado, vocês passaram por muitas coisas, da um tempo pra ele . Vai ficar tudo bem!

Eu me vi perdida desnorteada, o que me confortou foi imaginar que fosse mentira deles, a Lúcia começou falar que queria ver ele de qualquer forma e queria falar com o Valter, que não ia sair de lá até conseguir, a Aline ficou quietinha, abaixou a cabeça, disse que ia tentar falar com ele e saiu de perto, sentamos na sala, eu comecei chorar muito, a Aline voltou uns minutos depois, disse que ia passar o endereço do hospital e que o Valter estaria lá nos esperando, a Lúcia falou enquanto saia

- Ahh menina idio.t.a é bom ficar quieta, se não desço o braço aqui mesmo.

Fomos para o hospital as pressas, a Lúcia o tempo todo falando que queria saber o que estava acontecendo, me fazendo perguntas e eu dando respostas vagas com medo de falar demais, chegamos no hospital era um particular, muito luxuoso, ela foi na recepção e eu me sentei, o Valter logo apareceu, eu não pude ouvir mais pela forma que ela gesticulava vi que estavam discutindo e ele balançando a cabeça que não várias vezes e tentando apaziguar, acalmar ela, tomou dois tapas na mão quando a segurou pelo braço, ela era um tsunami, mandou a enfermeira calar a boca, foi até mim e disse

- Vou primeiro e já volto, fica aqui, fica calma que vai dar tudo certo .

Ela e o Valter entraram no elevador, uns vinte minutos depois ela voltou chorando, se aproximou e disse triste

- Ele vai ficar bem, está sedado tomando muitos remédios para dor, vamos embora .

Respondi sem entender

- Mais a senhora conversou com ele? Ele falou algo? Disse que eu estava aqui? E a Liz? Por favor eu preciso ver ele!

Ela respondeu limpando as minhas lágrimas

- Conversei pouco menina, ele não quer ver ou falar com ninguém, nem parece meu filho, ele vai estar bem cuidado aqui, se acalma e vamos embora.

- Você tem dois filhos pequenos precisando de você, vamos embora, vem. Ele tá bem cuidado aqui, logo isso passa e vocês vão poder conversar! Da um tempo pra ele.

Fiquei muito ma.u arrasada, sai quase carregada por ela, eu não estava entendendo, como ele podia não querer me ver e nem falar comigo, fiquei muda chorando o trajeto todo, ela também chorou calada, fomos para o salão a Gabriela estava lá com o Gael nos fundos, agradeci ela, peguei ele e fui saindo, a Lúcia insistiu pra eu ficar com elas, ir na casa dela, mais eu tinha deixado a Ana em casa e eu precisava falar com a minha tia, pra tentar saber algo da Liz, não sei nem como consegui chegar em casa, no caminho comprei um chip, cheguei em casa apreensiva, a Ana estava deitada me olhou assustada perguntou o que Augusto disse, se iam pegar ela, falei que não tinha conseguido ainda ver ele.

Liguei pra minha tia mais não tive coragem de falar nada e desliguei, mandei uma mensagem falando que estaria indo lá pra casa dela naquele dia mesmo, já salvei os contatos importantes, Valter, Aline, Nina, Lúcia, Ana, Augusto, fiz as malas e decidi deixar o Augusto no canto dele, já que era o que ele queria e eu precisava mais do que qualquer coisa no mundo saber da minha filha, decidi levar a Ana comigo, ela não tinha pra onde ir estava morrendo de medo também.

Era logo depois do almoço, tentei ser discreta pra ninguém ver nada, coloquei o carro na garagem pra por as malas lá, eu tinha dinheiro guardado em casa, peguei boa parte e fomos, o Augusto estava com o celular dele, eu liguei duas vezes, ele não atendeu, mandei uma mensagem

" Não sei porque você não quer falar comigo, a sua família tá precisando de você, nós te amamos e vamos superar juntos tudo isso, amo você, volta pra gente "

Ele visualizou e não respondeu nada, se passaram tantas coisas pela minha cabeça, a Ana disse tentando me tranquilizar que com certeza o pai dele tinha algo a ver com isso, a casa da minha tia ficava a quase duas horas da minha, ela liberou a minha entrada no condomínio, meu coração estava apertado, a minha vontade foi parar na casa da Thaís, quando cheguei na minha tia ela saiu me receber, já perguntou da Liz, comecei chorar, fomos entrando sentamos na sala falei pra ela

- Tia o Henrique armou uma emboscada pra mim e pegou a Liz .

Ela ficou desesperada confusa começou fazer perguntas, pedi pra ela ir lá tentar conversar com a Thais e pedir pra eu ver a Liz, falei que a Ariela tinha contado para o Henrique sobre a Liz ser filha dele e levado até amostra de DNA da menina, minha tia ficou possessa, disse que nem ia ligar, que ia pessoalmente lá na casa da Thaís, mãe do Henrique, fiquei esperando aflita aos prantos, minha tia voltou disse que a babá do Miguel falou que a Thais não estava lá, ela ligou pra Thais perguntou o que estava acontecendo, pediu pra ela ir até lá o mais rápido possível, meia hora depois a Thais chegou sozinha, ficamos na sala eu, ela e a minha tia, ela falou pra mim assim que me viu

- Eu sabia que tinha algo errado nessa história, Angélica o que tá acontecendo?

Respondi chorando

- Eu só quero ver ela saber se está bem, fala com o Henrique, ele vai te ouvir, por favor Thais, eu te imploro, me deixa ver a minha filha !

Me ajoelhei nos pés dela, ela estava séria inquieta apreensiva, me respondeu com estranheza

- Porque você escondeu esse tempo todo a existência da menina e depois resolveu entregar como se fosse um objeto? Você devia ter pensado nas consequências antes de fazer isso Angélica .

Minha tia começou falar que as coisas não tinham sido assim, que fui obrigada ameaçada, elas começaram discutir porque a Thais disse que não era verdade, que eu estava inventando mentiras porque tinha me arrependido, que estava usando drogas e morando com uma pessoa de uma índole duvidosa, chegou falar que a Liz sofria ma.u.s tratos, quando ela disse isso eu comecei discutir com ela também, falei que não era verdade e eu ia até o inferno se preciso fosse pra ter a Liz de volta, falei que ele ia se arrepender, ela disse que eu podia tentar, mais a justiça estava do lado do Henrique e ainda mais com a Ariela junto.

Falou que a minha história estava muito errada, confusa, cheia de contradições, eu não podia falar muito do Thiago porque ele não seria testemunha de nada e se o Henrique pudesse me ligar a morte dele, eu estaria perdida de vez, acabei me excedendo, mas logo tentei me retratar, sem sucesso, a Thais foi embora falando que se eu quisesse ver a Liz era pra eu ir atrás da justiça primeiro de tudo, ela também disse que não ia se meter que éramos adultos.

Fiquei muito ma.u a minha tia disse que não era pra eu ir atrás, ela achava que seria melhor só dar um tempo, esperar a poeira baixar, fiquei muito nervosa e comecei pensar em aceitar a proposta do Valter, só que ninguém poderia saber de nada, eu não queria saber se ele ia ameaçar ou matar o Henrique, eu só queria a Liz de volta, liguei para o Augusto mais de dez vezes, ele atendeu, eu estava chorando perguntei como ele estava, ele respondeu

- Vou ficar bem, porque você tá chorando? Onde você tá?

Respondi aos prantos

- Eu vim pra casa da minha tia tentar ver a Liz, Augusto eu não sei o que fazer .

Percebi que ele também estava chorando, ele respondeu

- A culpa de tudo isso é minha, me perdoa por ter colocado você nessa situação, vou dar um jeito nisso! Não faz nenhuma bobagem, eu vou resolver. O Gael tá bem?

Falei que sim, ele me pediu pra ficar lá e esperar, conversamos pouco, ele disse que ia ter alta e que ia pra casa da Lúcia, perguntei se ele ia pedir ajuda para o Valter, ele respondeu que não, porque não ia adiantar, que estávamos por nossa conta.

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