Capítulo 13

Sai para ver o que tinha acontecido, a Ana estava transtornada dizendo que ia acabar com tudo, o Thiago caído com tiros nas costas, o Augusto do mesmo jeito que deixei.

Me abaixei no chão perto dela, falei pegando na sua mão com muita cautela

- Não, você não vai se matar e eu vou te ajudar, devo a minha vida a você, não vou deixar nada acontecer com vocês, te dou a minha palavra . Precisamos sair daqui ! Vamos chamar ajuda.

Fiz ela soltar a arma e peguei a outra de perto do Thiago, levei para dentro da casa, pra tirar de perto dela e escondi, voltei para os fundos, ela estava do mesmo jeito que deixei, chorando muito, comecei tentar soltar o Augusto, ele gemeu de do.r, senti um alívio enorme de ver que ele estava vivo ainda, deitei ele no chão e falei pra ela

- Preciso de um celular, Ana cadê seu celular? Não podemos chamar a polícia. A gente precisa ir no hospital.

Ela estava sem reação alguma paralisada, mexi na bolsa dela, que estava caída no chão, encostei a digital dela pra desbloquear e comecei mexer na agenda, procurando o Valter ou a Aline, achei o número do Valter, liguei duas vezes não atendeu, liguei para a Aline madrasta do Augusto, ela atendeu " Alô, quem fala " Respondi nervosa

- É a Angélica, eu preciso falar com o Valter, preciso de ajuda aconteceram algumas coisas, é urgente .

Ela respondeu aflita

- O que tá acontecendo? Cadê o Augusto? O Valter saiu. Onde você tá?

Respondi

- Não posso falar por telefone, preciso de ajuda. Vou te enviar a localização, eu não sei onde estou, precisamos ir para o hospital rápido.

Ela disse que ia falar com o Valter, e era pra eu ficar onde estava, que eles já estavam indo, alguns minutos depois o Valter ligou de volta, eu atendi, ele falou

- O que aconteceu? Quero falar com o Augusto .

Respondi

- Ele não pode falar, está muito machucad.o e inconsciente, eu sei que você disse que não ia ajudar em nada, mais eu preciso da sua ajuda, não sei onde estou e só você pode resolver tudo. Não posso falar por telefone.

Ele respondeu aflito

- Não sai daí eu tô chegando, da pra esperar aí? Quem está com vocês? E as crianças?

Falei chorando

- É um sítio eu não sei. Está eu, a Ana, Gael e o Augusto, vem rápido por favor, ele está muito m.a.u.

Ele disse que a Aline ia ficar falando comigo, até eles chegarem, mandei a localização de novo, fiquei com a Aline na linha, ajudei a Ana ir para o sofá, ela começou ter sangramento e continuava em estado de choque, falando várias vezes que só queria morr.e.r, que iam tortur.a.r machuc.a.r queimar ela viva, tentei manter a calma e prometendo que ia ajudar ela.

Coloquei o Augusto no sofá também, no quintal tinha um, ele não conseguia nem despertar direito, o meu medo era ele entrar em coma, ter um traumatismo craniano algo assim, juntei as coisas do Gael, as coisas da Ana pra não deixar rastro nosso pra trás, coloquei tudo no meu carro, ela começou sentir mais do.r, estava aborta.nd.o eu não sabia o que fazer e eles não chegavam logo, a Aline foi falando que estavam perto, pedindo informações do local e Ana falando coisa com coisa chorando de do.r, sai pra fora, abri a porteira, eu estava agoniada sem poder fazer nada por eles, demoraram uma hora pra chegar, ouvi barulho de carros se aproximando, chegaram quatro carros, cada um com pelo menos três homens, alguns armados, o Valter desceu da caminhonete muito nervoso, a primeira coisa que disse foi

- Cadê o Augusto?

Levei até a casa, ele perguntou o que aconteceu lá, comecei falar por cima enquanto entramos, os homens dele foram entrando em tudo, falei que o Thiago estava lá nos fundos, que devia estar mort.o, quando ele e a Aline chegaram na sala e viram o estado do Augusto o caos tomou conta, ele perguntou o que a Ana estava fazendo lá ainda e disse pra ela

" você devia ter fugido "

Ela me olhou desesperada, vi no olhar dela o medo, foi muito rápido, ele grudou ela pela garganta e levantou ela do sofá, falei nervosa

- Não faz isso, ela está grávida, acho que abortando, precisa no hospital, se não fosse ela o Augusto ia estar morto, ela ajudou a gente. Por favor eu te imploro, pelo seu filho! Deixa ela.

A Aline falou tentando o conter

- Valter não, aqui não, vamos embora logo!

Ele jogou a Ana no chão, eu ajudei ela levantar, foram colocando o Augusto no carro do pai dele, a Aline pegou o Gael no colo, fomos saindo, o Valter foi lá nos fundos ver o Thiago, um dos caras falou que a Ana ia no carro com eles, ela implorava pra eu não deixar ela sozinha, dizendo que iam matar ela, eu falei que ela ia comigo, porque também precisava ir para o hospital, o Valter falou que não, respondi ele

- Então você vai ter que me machuc.a.r antes de machuc.a.r ela, ela quem salvou as nossas vidas, se o seu filho está vivo é graças a ela, isso não tem valor pra você?

Ele não gostou nada, a Aline entrou no meio e falou

- Vou no seu carro com vocês e o Gael, você não está em condições de dirigir. Vamos!

Coloquei a Ana no carro, fomos saindo em três carros, os outros ficaram, eles iam dar um jeito no corpo e em tudo lá, a Aline estava nervosa também e pediu pra eu não bater de frente com o Valter, na frente das pessoas daquela forma, que eu não podia fazer aquilo nunca, contei tudo oque deu pra ela, o que aconteceu no caminho, o Valter conversou com ela pelo celular antes de chegarmos no hospital, eles estavam combinando o que iam falar tudo certinho, quando chegamos a Ana foi para a emergência do SUS e o Augusto emergência particular, ele tinha convênio.

Fomos para um quarto particular, o Valter eu e a Aline, eu não tive coragem de falar que fui abusa.d.a e menti, neguei todas as vezes que perguntaram, fizeram curativo em mim, nas escoriações e na boca que cortou quando apanhei.

O médico foi dar notícias, era conhecido do Valter, disse que o Augusto tinha quebrado o pé e ia ter que operar, eu estava quieta falando com Deus e pensando refletindo, nem acreditava que tínhamos escapado, a Aline estava com o Gael, o Valter se aproximou, sentou do meu lado e falou que podia deixar a Ana livre com uma condição, respondi apreensiva

- O que você quer?

Ele viu a oportunidade perfeita pra me manipular e falou

- Você viu o que aconteceu quando o meu filho se afastou de mim, dos nossos negócios, ele ficou vulnerável colocou vocês todos em risco, tenho uma lista de inimigos que podem vir atrás de vocês e acho que você não quer que algo ru.i.m volte acontecer, não é?

- Posso conseguir sua filha de volta pra você também, mais como tudo tem um preço. Quero que deixe o Augusto, vou te dar dinheiro pra você ficar bem pro resto da sua vida. Trazer sua filha e você vai o deixar de uma vez.

Olhei pra ele assustada, ele continuou falando

- Ninguém precisa saber, isso tudo aconteceu por sua culpa. Sei que ele não quer trabalhar comigo porque você pediu, ele vai ficar melhor sem você, tenha certeza disso.

- Eu deixo a Ana ir embora, recupero sua filha e te deixo muito bem financeiramente, se precisar terá minha proteção. As pessoas sempre vão querer te usar pra prejudicar ele !

Respondi chorando aos prantos

- Não posso fazer isso, a minha vida não faz sentido sem ele, nós temos uma família e apesar dele não ser o pai biológico da Liz, ele tem ela como filha, temos o Gael.

- Você não respeita nada nem ninguém, só ama a si próprio, por isso o seu filho não quer estar com você, se você o amasse ia querer o bem dele e não o afastar da família que ele construiu.

- Seu dinheiro não me interessa, essa sua proposta me faz pensar que você pode ter permitido, que tudo isso viesse acontecer a gente!

Levantei peguei o Gael do colo da Aline e sai de perto, eu queria falar com a Lúcia, a Nina e principalmente com a minha tia, para contar sobre a Liz e tentar ter notícias, mais eu estava sem celular, fui ver a Ana, ela estava medicada ia ficar em observação e não tinha perdido o bebê mais foi por pouco, falei com ela, mais ela estava dopada.

O Gael só chorava, estava muito assustado incomodado, o corpinho devia estar doendo pelas coisas que aconteceram, eu não estava conseguindo amamentar, precisava ir embora mais não podia deixar a Ana sozinha, fiquei mais um tempo no hospital no meu canto sozinha, ela recebeu alta horas depois, e o Augusto estava sem poder receber visitas, mais estava fora de perigo, fui até o Valter com a Aline e falei

- Preciso ir pra casa e vou levar a Ana comigo, quando o Augusto acordar ele decidi o que acha que devemos fazer, ela não vai conseguir ir a lugar nenhum como está e não tem pra onde ir .

O meu excelente sogro, me olhou com uma cara péssima, tentando me intimidar, falei que estava sem celular e que voltava de manhã, que não ia falar com a família ainda, porque ia esperar o Augusto acordar pra não deixar elas nervosas, a Aline disse que iam ficar lá a noite toda, que era pra eu ir tranquila, que tudo ia ficar bem, mandou um homem de confiança escoltar a gente .

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