Capítulo 14

Fomos pra minha casa que era em outra cidade, fui com a Ana e o Gael, ela estava muito abalada, foi praticamente muda, só sabia chorar, estava toda dopada e eu pensando na Liz, em como que ia tirar tudo da Ana, eu também estava ajudando ela pra entender como o Henrique foi tão longe, como criaram essa ligação toda pra atacar a gente, não fazia sentido.

Quando chegamos em casa estava tudo do jeitinho que deixei, entrei chorando pensando na Liz, me deu vontade de morrer ver tudo, o nosso lar e ela longe, sem nós, em um lugar estranho, com pessoas que ela nunca viu, coloquei a Ana no sofá, tomei banho com o Gael e não consegui amamentar de jeito nenhum, massageei os s.e.i.o.s coloquei ele pra chupar, choramos juntos, estava doendo muito, ele estava faminto.

Liguei na farmácia comprei mamadeiras, chupetas novas, eu me senti a pior mãe do mundo, tive que dar fórmula, dei a que a Ana e o Thiago tinham comprado e eu levei embora comigo na bolsa do Gael, ele mamou chorando e logo dormiu.

Coloquei ele no berço, dei roupas limpas para a Ana, ela tomou banho, fiz o jantar, ela comeu a sopa, bem pouco, acomodei ela no quarto da Liz, que ela nunca nem tinha dormido porque vivia no nosso quarto.

Quando a Ana dormiu, fui limpei a cozinha chorando e pedindo a Deus pra ter notícias da minha filha, eu não sabia com quem falar, estava com medo de piorar as coisas fazendo alarde.

Eu não consegui dormir de jeito nenhum, só pensando na Liz, sem nós a dias, peguei o cobertor dela enrolei o Gael e dormi abraçada com ele sentindo o cheirinho dela, antes de dormir quando estava quase amanhecendo, falei com Deus agradecendo pelo pior, que já tinha passado e comecei pedir pra conseguir ela de volta, pra ela estar bem, sendo bem cuidada mesmo que longe de mim, a maior preocupação era o bem estar dela.

Cedo levantei com febre, com o peito inchado, o leite todo empedrado, estava doendo muito, eu ma.l consegui vestir o sutiã, arrumei a bolsa do Gael, troquei ele, me arrumei pra sair, fiz uma mala com as coisas do Augusto, chamei a Ana, falei com ela, estava muito abalada ainda, ela levantou dispersa, sentou na mesa e ficou parecendo um zumbi, falei com firmeza

- Tô disposta a te ajudar mesmo depois de tudo o que você me fez, Ana quero a verdade. Me conta tudo! Porque a minha filha?

Ela respondeu

- Você não pode impedir ele .

Mandei ela falar logo, sentei na mesa ela próxima, ela respondeu

- Quando o Augusto soube do interesse do Thiago em você, ele perdeu a cabeça, podia ter feito mais, ter feito o pior.

Falei

- Mas não fez, o que aconteceu?

Ela continuou falando

- Ele fez o Thiago abandonar tudo, jurado de morte e disse que se ele voltasse pra casa, pra nossa cidade, ia morrer no mesmo dia, que se alguém soubesse de qualquer coisa sobre o que rolou entre vocês, que ele ia morrer.

- Eles eram amigos a muitos anos, a vida toda praticamente Angélica, acredito que só por isso o Augusto não fez o que devia, direito ele tinha e ninguém na facção ia se opor, só que você ia rodar junto.

Perguntei como encontraram o Henrique, ela falou

- Sua madrasta procurou nós dois, fazem uns meses. Ela soube do acontecido não sei como e quis unir forças contra vocês, querendo se vingar porque acha que o Augusto deu fim do seu pai, com seu apoio, ou pra ficar com você, eu tinha acabado de descobrir a gravidez e pareceu a coisa certa a se fazer, eu não estava jurada de morte, ainda no meio do pessoal, pude tirar todas as informações necessárias e confirmei as suspeitas da Ariela, inventei coisas e ela caiu como um patinho, ela contribuiu muito na verdade, ela te odeia e quer te ver a sete palmos da terra !

Fiquei muito surpresa extremamente decepcionada, perguntei se ela sabia de mais alguma coisa, se a Ariela tinha dito algo, ela disse que nunca entraram em muitos detalhes, mais que ela me odiava com todas as forças e acreditava que eu tinha participado da morte do meu pai, ela também disse que quem fez a ponte com o Henrique foi a Ariela, ela contou tudo, levou amostra de DNA da Liz e foi armando com ele.

Fiquei arrasada chorei bastante enquanto conversávamos, eu precisava ir para o hospital e tive medo de deixar a Ana sozinha em casa, ela disse que ia ficar bem e insistiu, acabei deixando, deixei ela trancada pra não fugir, fui para o hospital com o Gael, quando cheguei lá não estava me aguentando de ansiedade, muito preocupada, estava agoniada precisando ver e falar com o Guto, cheguei na recepção e fui informada de que não podiam me dar informações sobre ele, eu estava sem celular pra falar com a Aline e o Valter, já me desesperei comecei chorar, fui procurar a única pessoa que podia me ajudar, a minha sogra, ela ia ficar louca, mais ia mover mundos e fundos para ver o Augusto e enfrentar o Valter, só ela poderia fazer isso, fui direto no salão, quando cheguei lá ela estava atendendo, assim que entrei ela já me olhou séria e falou preocupada

- Cadê a minha neta Angélica? E o Augusto? Oque aconteceu? Porque você está chorando?

Respondi não aguentando conter o choro

- Vou ali na cozinha te esperar .

Ela já foi atrás aflita, me abraçou perguntou se estava tudo bem, disse que estava tentando falar com a gente a dias, que sentiu que tinha algo errado acontecendo, comecei chorar muito e falei aos prantos

- Não sei nem o que te dizer, preciso da sua ajuda!

Ela ficou parada me olhando com as mãos na cintura aflita esperando eu falar algo, falei tentando me acalmar

- Aconteceram muitas coisas esses dias, mais não cabe a mim te falar, preciso que você confie em mim e me ajude ... O Augusto se meteu em problemas, mais tá bem agora, ele está com o Valter, eu perdi meu celular e não tô conseguindo falar com eles.

Ela já me interrompeu falando que sabia que tinha algo acontecendo que ela estava sentindo, já foi pegando o celular xingando o Valter e falou

- Vou mostrar pra esse Valter com quantos pa.u. se fazem uma canoa, esse homem não muda mesmo, eu cansei de falar para o Guto se afastar, você acha que eu não sei das coisas que ele faz para o pai dele Angel? Eu sabia que ele ia prejudicar vocês, ele não aceita que o Augusto não é como ele.