Capítulo 07

...AURORA BECKER...

Passei o dia de ação de graças com minha família, Emma passou conosco. O Dia de Ação de Graças aqui nos Estados Unidos é quando famílias de qualquer religião se reúnem para agradecer as bênçãos recebidas durante o ano.

 No final da tarde, fui passear com a Amora, já fazia um tempo que não saíamos juntas. Coloquei uma coleira nela e fomos caminhando até uma praça que tem vista para um belo lago, que já está metade congelado.

— Você está com sede, meu amor? - Ela balança o rabo como se respondesse. Pego a vasilha de água dela e encho com a água da minha garrafinha. – Fique quietinha bebendo água aí, eu já volto.

Levanto do banco e vou até o carrinho de pipoca. Hoje não está nevando tanto e o chão está sem uma quantidade exagerada de neve, apenas um clima frio. Volto para o banco, mas assim que percebo que minha cachorra não está onde a deixei e não a vejo por perto, me desespero.

Soltando a pipoca no chão, começo a procurá-la. Ela não pode ter sumido, eu só me ausentei por dois minutos.

Pego minha bolsa em cima do banco e começo a procurá-la, perguntando para algumas pessoas ao redor sobre a direção em que ela foi. Meu coração está acelerado, com medo de alguém pegá-la para me machucar, pois com o mundo como está nos dias de hoje, isso é o que pensamos. Avisto-a no braço de alguém ao longe e corro até lá.

— Solte-a.

— Aurora? - só agora olho para o rosto da pessoa e reconheço Christian. - Ultimamente tenho visto você mais do que a mim mesmo no espelho, deverei achar que é um sinal do universo? - ele dá uma piscadinha para mim.

— Você eu não sei, mas eu diria que é azar. - ele coloca a mão no peito como se estivesse ofendido.

— Vejo que já está melhor do tornozelo. - ele olha para meus pés.

— É, parece que sim, agora me devolve minha cachorra.

— A Gigi é sua?

— Que Gigi? O nome dela é Amora.

— Oh, me desculpe. Esse é o nome que eu daria a ela caso a dona não aparecesse.

— Que babaca, está vendo, filha? - faço um carinho nela. - Ele iria sequestrar você.

— Não seria um sequestro. – Ele fala me dando minha cachorra.

Começa a nevar, olho no meu smartwatch e já eram oito horas, nem percebi quão rápido o tempo passou.

— Precisamos ir, já está nevando.

— Eu acompanho você até sua casa.

— Não precisa, eu não moro longe.

— Eu faço questão, loira. – Ele dar outra piscada pra mim, eu poderia passar a vida toda vendo ele piscar pra mim, juro. – Vamos logo.

Caminhamos lado a lado enquanto Amora ia no meu colo, o prédio onde eu moro fica só a dois quarteirões dali, não é tão longe. Fomos conversando com se nos conhecêssemos há anos.

Talvez, só talvez. Bem lá no fundo, Christian não seja o babaca que todos acham.Ele gostou da minha cachorra, caras que gostam de animais de estimação são pra poucos.

Mas ele pode está sendo legal, porque é gentil ou porque se sente na obrigação, já que quase quebrou o meu nariz e me deixou com um olho roxo.

Chegamos em em frente ao prédio onde eu moro e me viro para ele, a neve já estava ficando bem mais forte.

— Obrigada pela companhia. – Dou um sorriso. – Se você quiser eu posso pegar o meu carro e deixar você na su...

— Não precisa.

— Ok, mesmo assim, obrigada.

— De nada.

Entro no prédio e vou para o elevador, Christian é assim mesmo ou ele só está fazendo seu joguinho para me levar pra cama? Afinal, é isso que ele faz, seduz as garotas, fode com elas e depois abandona.

Entro no meu apartamento e logo o aquecedor, tomo uma ducha quentinha e faço meu jantar, depois de ficar rolando o feed Instagram por longos minutos durmo.

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