Continuação do capítulo anterior…
Meia hora depois, o Ian fala no meu ponto que a câmera tinha sido desativada, mesmo à distância ele trabalha bem demais. Me levanto da mesa onde fiquei fingindo interrogá-lo e me sento na cadeira ao lado do Herrera, eu não o vejo como um bom homem, ele não só trai a esposa como traiu o próprio filho, mas se ele está sendo pressionado pela tríade, eu preciso descobrir porque.
– Herrera vamos ir direto ao ponto, não tem mais ninguém nos vigiando. – Eu falo e ele concorda com a cabeça.
– Você tem razão, eles estão com meu filho. – Ele fala e suspira pesadamente. – Quando começamos com a venda por fora, a Tríade nos procurou, eles precisavam aumentar a influência deles no tráfico de narcóticos e queriam fazer isso com o nosso negócio paralelo, mas claro que eu recusei, porque eu dividiria os meus lucros. – Ele apoia os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos. – Mas como esperado eles não aceitariam um não como resposta.
– Eles não aceitaram e pegaram seu filho para te ameaçar. – Eu concluo e arqueio a sobrancelha. – Mas você não se importa com seu filho ao ponto disso ser relevante, então porque aceitou a proposta deles? – Eu pergunto e ele me olha.
– Eu tive um caso há alguns anos com a Yolanda e quando ela engravidou nós soubemos logo que o filho era meu, já que meu filho o marido dela era estéril. Quando eu soube de tudo, eu me afastei dela o máximo possível e peguei a criança para criar, mas quando a tríade veio, a Yolanda ouviu nossa conversa e se ofereceu para trabalhar com eles. – Ele se levanta e vai até a janela que fica atrás de sua cadeira do escritório, ele coloca a mão no vidro com melancolia. – Por mais que eu não me desse bem com meu filho, nenhum pai quer ver o seus filhos morrerem bem na sua frente. – Ele olha para mim. – Aquela mulher colocou a Tríade na nossa vida, ela matou um dos meus filhos e entregou o outro para eles. E eu não tive escolha a não ser aceitar tudo o que eles me pediram para mantê-lo vivo.
Eu suspiro, agora é fácil para ele culpar a Yolanda de tudo, ela já está morta e ele já sabe disso, e não tem como ela se defender, eu posso acreditar nas palavras dele, mas até onde ele está dizendo a verdade.
– Quem veio falar com vocês? – Eu pergunto.
– Não conheço, Kim, Jin, Yin algo assim. – Ele está sendo evasivo.
– Eles estão com o seu filho, você manda dinheiro para eles mensalmente e não sabe nenhum nome? – Eu pergunto e ele não responde.
Ele se senta em sua cadeira e eu vou até ele, coloquei minhas mãos em seus ombros e apertei até ouvir seu gemido de dor. Eles estão com o filho dele e da Yolanda, mas ao invés de fazer algo ele continua dando dinheiro a eles. Isso quer dizer que isso vai além das negociações, ele não iria ficar quieto, se fosse só isso, ele viria até nós colocaria a culpa na Yolanda como está fazendo e pediria ajuda. Eu penso mais sobre o assunto, eu não consigo encontrar a ligação entre os dois, mas com certeza a criança não é o único motivo.
– Porque não tentou resgatar seu filho? – Eu pergunto.
– E assinar a minha sentença de morte. – Ele fala e eu aperto com mais força. – Se eu fosse até vocês morreria como um traidor, mas trabalhando com eles eu pelo menos ganhei um tempo a mais.
– Com eles mantendo seu filho como refém nas mãos da Tríade uma máfia impiedosa o seu pensamento foi somente em se manter vivo, não em resgatá-lo. – Eu aumento ainda mais o meu aperto fazendo com que ele grite de dor. – Eu tenho cara de trouxa para você. Acha mesmo que eu engoliria essa desculpa.
– Essa é a verdade , Srta.
Eu suspiro e puxo a cadeira e me sento na mesa a sua frente, ele me observa a cada movimento, eu não devo demorar muito mais tempo aqui, do tempo que desligamos a câmera, pode ser que eles já estejam vindo atrás de mim. Eu coloco minhas mãos nas costas, pego as duas facas que estão na minha cintura e enfio ambas ao mesmo tempo na perna dele um pouco acima do joelho, ele grita e vai com as mãos onde está as minhas mas eu continuo pressionando para entrar mais fundo.
– Por… favor… pare! – Ele pede.
– Quando você vai começar a falar a verdade? – Eu questiono.
– Si… Sim… Eu juro… mas por favor, pare!
– Se eu retirá-las vai começar a sangrar e não vai parar mais. – Eu falo e tiro minhas mãos das facas. – É melhor deixá-las onde estão.
Ele começa a falar gaguejando, e repete o mesmo que disse antes, então eu vou ligando os pontos do que ele está falando e sobre o que eu já sei, ele deixou pontas soltas demais, além de ter algumas coisas que ainda estão martelando na minha cabeça.
– E foi assim, eu juro que foi isso. – Ele termina de falar mas eu já tenho ideia de como tudo aconteceu.
– Então a culpa é da Yolanda, foi ela quem negociou e você apenas está pagando pelos erros dela. – Eu concluo e ele assente.
Eu tiro as facas das pernas dele, ele grita de dor e coloca as mãos sobre as feridas abertas, eu viro a cadeira dele deixando ele de frente para janela, puxo seus cabelos em seguida, coloquei as facas cruzadas no pescoço dele.
– Eu te disse para falar a verdade, não disse. – Nós dois encaramos o nosso reflexo na janela. – Mas você insiste em mentir para mim. – Eu sussurro e vendo seus olhos arregalados de medo, eu sorrio. – Vamos chegar a algumas conclusões que você não quer me contar. – Eu falo e cravo ambas facas nos ombros dele o prendendo na cadeira, os olhos dele estão cheios de lágrimas enquanto ele geme e grita de dor.
– AHHHHH!!!! – Ele grita e eu dou uma gargalhada.
– Vocês estavam vendendo drogas por fora, e seu filho começou a ficar ainda mais ganancioso depois de descobrir que o pai e a esposa fizeram um bebê. – Faço uma pequena pausa. – Mas então a criança nasceu, eu assumi o controle e vocês perceberam que nós chegaríamos em vocês a qualquer momento então seu filho confrontou a esposa, eles brigaram e a Yolanda matou ele, eu tenho certeza que foi ela, porque o caderno com nomes e dívidas da Famiglia estava com ela, provavelmente ela pensou em usar ele para sair ilesa quando chegássemos. – Eu faço outra pausa, peguei a adaga que estava na bainha em minha coxa e comecei a rodar ela no meu dedo ainda o encarando pelo reflexo na janela. – Pisca duas vezes se estou indo pelo caminho certo. – Eu coloco a ponta da adaga próximo ao olho direito dele. – Ele pisca rápido e eu aproximo ainda mais.
– Sim… – Ele fala com dificuldade e medo, as pessoas tendem a falar a verdade quando estão frente a morte, mas ainda que ele esteja mentindo não importa mais.
– Mas eu fiquei com uma dúvida, aonde você está escondendo seu filho? – Eu passo a adaga na bochecha dele, cortando-a ele fecha os olhos e reclama de dor. – Quando eu assumi, você soube sobre a Tríade estar se reerguendo, então você descobriu esse caderno. – Eu tirei o caderno do bolso do meu casaco e coloquei na frente dele. – Eu não tenho ideia de como você conseguiu ele, mas eu tenho certeza que ele estava na Itália, você vai me falar como ele chegou até aqui? – Eu pergunto e coloco o caderno no meu bolso novamente.
– Orlov. – Ele fala com dificuldade e ainda chorando.
Faz sentido talvez fosse isso que o Orlov e a Soraya estavam negociando aqui no México quando o pegamos. Irei pensar nisso melhor quando estiver com o Ian e o Dimi.
– A Tríade não veio até aqui, certo? Foi você quem foi atrás deles usando as informações do caderno. Você pensou em tudo, escondeu a criança para usar caso a nossa máfia viesse e usou o caderno para fazer a Tríade ficar ao seu lado. – Eu dou uma gargalhada. – Você sabia que eu estava aqui e pensou que poderia jogar com as duas máfias, culpando a Yolanda e fingindo que eles levaram seu filho. – Ele tenta segurar minha mão, mas a perda de sangue está o deixando fraco e ele está pálido, ele não vai durar muito.
– Minha casa… Ele está… na… minha casa… – Ele fala com dificuldade.
– Eles não importam mais para mim querido Herrera. – Eu passo a adaga pela outra bochecha, cortando da orelha até a boca. – Você não tem movimentações no seu nome, mas tem na do seu filho. E eu tenho certeza que a sua esposa não sabe nada disso, ou ela já teria te ferrado. – Eu sorrio. – Na verdade, talvez eu faça uma visitinha a sua casa, quem sabe eu não encontro algo interessante.
Ele usou o filho que devia ter um ano ou menos para fazer lavagem de dinheiro, geralmente bancos não fazem transações com menores de idade, ele deve ter pagado um extra bem gordo para o banqueiro. Além disso, ele usou o caderno que eu encontrei aqui para contactar a Tríade, mas porque eles aceitariam?
Se bem que eles estão voltando para a ativa, então eles estariam interessados no caderno que encontrei na casa da Yolanda, dinheiro, influência. Mas agora mesmo que eu questione ele não vai conseguir falar mais nada, está muito fraco para isso.
– É o fim da linha para você. Sr. Herrera. – Eu sussurro e ele começa a chorar. – Por você ter usado uma criança inocente e pensar que eu não teria capacidade o suficiente para deduzir seus planos além de tentar usar a mim e a minha família, eu vou te dar uma morte bem dolorosa. – Pelo reflexo eu olho nos olhos dele pela janela. – Eu pego uma seringa no meu bolso e posiciono na veia do pescoço dele. – Aqui tem um líquido venenoso, que vai fazer com que pareça que todo o sangue do seu corpo está fervendo, ele vai atrasar a sua perda de sangue e além de retardar sua morte vai te deixar imobilizado, quando a primeira gota entrar na sua veia, você vai muito desejar morrer. – Eu vou esvaziando a seringa aos poucos.
Ele começa a gritar e urrar de dor, eu tiro as facas que estavam segurando ele na cadeira, limpo o sangue na roupa dele e as guardo novamente, ele cai no chão ainda chorando de dor. Eu vou até a porta, alguns soldados me aguardam, eu dou a ordem para ficarem de olho até que ele morra e depois se livrem do corpo.
Estou no Instagram como @alehs_books. Instale o aplicativo para seguir lá eu aviso sobre quando o capítulo vai ser postado e também rola um spoiler às vezes.
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Atualizado até capítulo 27
Comments
Celma Rodrigues
Sophia foi extremamente perspicaz montando esse quebra-cabeça e desvendando a verdade. Capítulo top Autora. Parabéns!!!
2024-04-21
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Abreu Ana
Princesa Sophia
2024-01-04
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Andreia Cristina
ui ela tem o sangue frio não tem dó nem piedade
2024-01-03
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