Capítulo 2

...Três meses depois…...

Meu despertador toca e eu não quero levantar, meus dias de dormir até às 09h acabaram, o sol ainda nem saiu e eu já estou me arrumando, eu tenho toda uma rotina de cuidados, eu começo cedo porque eu demoro. Eu desço para tomar meu café.

Depois que eu me tornei capo, eu passei a morar sozinha na casa que nos foi dada pelo meu pai, a nossa família tem uma grande vila onde cada um dos meus irmão tem sua própria casa, no fim nossos pais nos mantém sempre próximo, por mais que cada um com seu próprio dinheiro tenha seus bens.

Eu entro na cozinha e vejo a Nana terminando de bater meu suco, é claro que eu ia me mudar e trazer minha babá favorita comigo, meus pais que lutem. 

– Bom dia Nana. – Eu falo e dou um beijo na testa dela. 

– Bom dia filha, seu suco já está pronto e já vou deixar seu café preparado para quando você voltar do seu treino. – Ela sabe tudo da minha rotina.

– Eu te amo Nana, você me conhece até mais que a minha mãe.

– Se a senhora ouvir isso ela me despede. – Ela fala rindo.

– Ela já sabe boba. – Eu falo terminando de tomar meu suco. – A Cami e a Silk devem chegar logo, manda elas direto para lá direto, não vou esperar dessa vez.

– O Sr. Marco já está esperando. – Eu aceno e vou para academia.

Marco é um dos nossos soldados de primeira linha, eu treino com ele desde que éramos pequenos, o pai dele treinava nós dois e depois ele começou a me treinar quando subiu para soldado. Eu entro na academia e ele está pendurado nas barras se levantando pelos braços. E que braços puta a merda, ele é sempre sério e muito respeitoso, nunca passou dos limites comigo, na verdade nós somos mais amigos do que qualquer outra coisa, mas nada me impede de admirá-lo não é mesmo. O que é bonito é para se olhar.

– Bom dia Marco. – Eu falo e ele solta a barra.

– Bom dia Princesinha. – Ele se aproxima e me abraça todo suado, só para me irritar. 

– Você está grudando, que horas você chegou aqui? – Eu falo e ele sorri.

– A algumas horas. – Ele fala levantando meus braços para me alongar. – Alongamento rápido, te espero no ringue.

– Bom dia. – A voz doce da Cami chega em nossos ouvidos.

Eu me aproximei muito da Cami nesse último ano, ela estava ficando na casa do meu irmão, mas assim que o Gabriel arrumou uma casa eles foram morar juntos, ela ficava na casa da tia Elle como empregada, mas quando ela decidiu fazer faculdade de direito, eu já tirei ela da minha tia e coloquei ela para trabalhar comigo, agora ela é minha secretária pessoal enquanto eu a ajudo nos estudos.

– Bom dia. – Eu e o Marco falamos juntos, eu continuo me alongando e o Marco vai ajudá-la.

– Vem treinar comigo hoje, vamos ver se você está melhorando. – Eu falo e o sorriso dela se ilumina. 

A Cami é um livro aberto, suas expressões entregam tudo o que ela está sentindo, e eu acho isso lindo nela, fora que ela parece ser frágil, mas ela é muito mais forte do que aparenta. Eu gosto de ver a força e a garra que ela tem, e eu vou fazer o possível para ajudá-la sempre que eu puder.

– Desculpa o atraso – A voz animada da Silk chega aos nossos ouvidos. – Eu tive uma noite longa. – Ela suspira e eu e a Cami sorrimos.

– Isso tem algo haver com um tal integrante de uma banda que chegou ontem, será? – Eu falo e ela fica toda corada, a Silk é sempre extrovertida, aberta, carismática, ver ela envergonhada é quase uma honra.

– Vamos pular esse pequeno detalhe. – Ela fala colocando as mãos para cobrir o rosto. – Eu estou toda quebrada, pega leve comigo Marco, por favor. – Todos damos altas risadas dela.

Eu volto a me alongar e depois vou para o ringue esperar a Cami, e a Silk vai se alongar e treinar com o Marco. as horas passam voando. E eu me jogo no chão do ringue cansada e a Cami faz o mesmo. 

– Você melhorou muito, tenho que admitir. – Eu falo e ela se levanta para pegar duas garrafas de água e joga uma para mim.

– Finalmente né, demorou bastante para eu conseguir te acompanhar. – Ela fala se sentando no ringue ao meu lado. 

– Eu treino desde que tinha meus dez anos de idade. – Eu falo e ela encara a garrafa. – Para chegar a fazer o que eu faço ainda vai levar um tempo.

– Deve ser difícil, ter que começar tão nova. 

– Com o tempo o corpo acostuma e não foi assim só comigo, todos nós começamos desde de pequeno, o cuidado vem sempre em primeiro lugar, já que nossa vida está sob ameaça sempre, para os meninos é ainda pior, porque eles começam ainda mais cedo ainda, a maioria com seis anos, se o corpo for saudável.

– O Dimi também começou a treinar com essa idade? – Ela pergunta e toda vez que ela fala no Dimi seus olhos brilham.

– Sim, todos os meninos.

Eu já percebi que ela sente algo pelo Dimi, mas eu tento não dar mais entusiasmo para isso, meu primo mudou muito depois de ser sequestrado e torturado, eu não tenho ideia do que ele passou, mas seja o que for mudou ele por completo e a Cami também passou por muita coisa, ser criada na prostituição não é facil. Ambos têm experiências assustadoras, pesadas e difíceis, não consigo ver eles juntos. Eu me levanto e ajudo ela a se levantar.

– Agora vamos trabalhar, temos muitas coisas para o dia de hoje. – Eu olho para Silk que está em um dos aparelhos. – Estou indo nessa Sisi.

– Eu vou terminar meus exercícios e vou também… – Ela me encara. – Você não vai me falar porque eu tenho que ir na reunião do conselho? 

– Sisi, provavelmente eu vou ficar sabendo hoje também. – Eu e a Cami saímos da academia e vamos em direção a sala.

– Você tem a reunião com seu pai agora na parte da manhã e depois no período da tarde tem a reunião com o  conselho. – Ela faz uma pausa breve. – O Sekani avisou que está chegando hoje. – Eu olho para ela, perguntando porque eu tenho que saber disso, sim… ela entende meus olhares, totalmente perfeita. – O problema com o tráfico de humanos, ele parece ter bastante informações. 

–o que ele tem haver com isso? Bom ele vai me procurar quando chegar. – Eu começo a subir as escadas mas paro no meio do caminho. – Hoje a sua faculdade volta com as aulas, certo? – Eu pergunto e ela suspira.

– Sim… – Ela faz uma pausa breve. – A tia Eleanor acha melhor eu ficar na cidade enquanto estou na faculdade para evitar fazer o caminho a noite que pode ser perigoso. – Ela fala meio duvidosa.

– Eu concordo com ela, a La Sapienza tem ótimos dormitórios, vou conseguir um para você lá. 

– A tia já fez isso.

– Perfeito, assim nós ficamos mais tranquilos, não iremos treinar todos os dias de manhã, então continue com sua rotina de treinos, é preciso no nosso meio, ainda mais se você pretende virar mulher de um mafioso.

– Eu irei… – Ela faz outra pausa. – E não decidi nada ainda. 

– Se não decidiu não deveria ter aceito. – Eu volto, paro na frente e coloco as mãos nos ombros dela obrigando-a que me encare. – Esses compromissos são coisa séria no nosso mundo, meu pai lutou muito para conseguir mudar um pouco essas coisas, mas os compromissos marcados ainda são muito importante, ainda que o meu pai foi um idiota em te perguntar na frente dos Baricelli, a maior parte da culpa é dele. Mas se você não gosta do Henry, você poderia ter falado que não, eu estava lá eu iria te proteger. 

– Talvez tenha sido o melhor a se fazer. – Ela fala e a confusão em seu rosto me deixa com ainda mais raiva do pai, por colocar ela nessa situação.

– Tem certeza? É isso que você quer? Aqui nós não forçamos ninguém a se casar Cami.

– Vou ter isso em mente, por enquanto é melhor deixar as coisas como estão.

– Você quem sabe. – Eu desisto de tentar convencê-la.

Eu tenho quase certeza que ela só aceitou isso pela obrigação, meu pai pegou eu e ela de surpresa, e para piorar não pude fazer nada. Ainda que eu seja a chefe, nós não desrespeitamos os mais velhos, imagina tirar a autoridade do meu pai na frente de outras pessoas. Mas se ela decidir e não quiser se casar, eu vou apoiá-la até o fim, precisamos de aliados, mas as coisas não precisam ser feita dessa maneira.

Depois do banho, eu tomo meu café e vou para casa do meu pai, essa reunião de hoje é importante por muitas razões.  Quando eu chego no escritório, está meu pai, Zac, Dimi, Ian. Com a saída do meu irmão o Théo está responsável pelas empresas, o Dimi está como meu subchefe e o Ian como consigliere.

– Bom dia meninos. – Eu falo e eles estão conversando animadamente, mas param para me cumprimentar.

– Bom dia princesa. – Eles falam todos juntos e eu sorrio, para mim ainda é engraçado ser chamada assim, estou pagando o carma de ter ficado provocando o Harry.

– Onde a Cami está? – Eu pergunto já que ela sempre chega primeiro que eu.

– Ainda não chegou filha. 

– Temos que esperar? – O Dimi pergunta e seu tom me deixa curiosa. 

– O pretendente dela está com ela na minha casa e ela passou lá antes de vir. – Meu irmão fala e o Dimi revira os olhos, acho que estou perdendo alguma coisa entre esses dois.

– Papa eu ainda não entendo porque você concordou com esse compromisso.

– Filha, você pode discordar agora, mas é uma boa oportunidade para ela, os Baricelli são uma boa família, quais são as chances de um Capo bom querer casar com ela, no máximo ela se casaria com um soldado e teria uma vida simples por aqui, eu quero que ela tenha mais e seja bem sucedida e ela não foi contra isso.

– Ela não foi contra porque você pediu, como ela ia dizer que não aos seus benfeitores, nós somos as pessoas que ajudamos ela, como ela ia negar algum pedido nosso, ela foi pressionada a aceitar... – Três batidinhas na porta, acompanhada da voz doce perguntando se pode entrar, me faz calar a boca e suspirar fundo.

– Entre querida. – Meu pai fala e pelo semblante dela eu sei que ela escutou tudo, ou pelo menos tudo que eu disse. Ela sorri incomodada e se senta ao meu lado.

– Então vamos ao que interessa. – O Ian toma a frente. – Quem está vendendo a droga por fora, é o filho mais velho de um dos capocione do méxico. Mas a alguns meses atrás, mais especificamente quando a Sophia assumiu o controle, o filho dele foi assassinado, a venda parou por alguns meses, coincidência? com certeza não! – Ele faz uma pausa breve. – Há mais ou menos duas semanas a droga voltou a ser comercializada no México, na América do Norte e no Brasil. 

– Locais que não tem capocione definidos, já que no México era a Maria que agora está presa, a América do norte ainda não foi passada totalmente para os Baricelli e o Brasil está sem ninguém com a morte do Gambino.  – Eu falo.

– Exatamente, alguns lotes foram enviados para o norte da França e para o sul africano. – Ele vira o computador para mim. – Eu rastreei e a esposa dele, é ela quem continua com as vendas. 

– Ela só deixou a poeira baixar para continuar com as vendas por fora. – Meu irmão concluiu. – O mais provável é que o marido dela ainda esteja vivo, e eles forjaram a morte dele para acabar com as desconfianças.

– Não ele está realmente morto, eu pedi a exumação do corpo. – O Ian fala

– Pelos documentos que você me mandou, eles aumentaram a produção já que a quantidade que é enviada para nós não foi alterada. – Eu afirmo.

– Sim, ela não está trabalhando sozinha isso é óbvio, tem algum capocione por trás dela. – Ele pega o computador e coloca no mapa de uma ilha com três X marcado em vermelho. – Eles estão produzindo na Isla Holbox, uma ilha a duas horas de cancun, então ela faz a viagem para cidade turística e de lá para ilha, por ser uma ilha de pescadores e pacata, ela está conseguindo transportar toda a droga “extra” por avião, sem qualquer tipo de rastreio. – Ele digita alguma coisa no computador e depois faz uma careta. – Ela está na ilha e volta para casa dela hoje de madrugada.

– Cami prepara o avião e dois dos meus primos. – Eu falo e ela anota na agenda

– Eu posso ir. – O Dimi fala.

– Perfeito, eu quero pegar ela de surpresa na casa dela, ainda hoje.

A reunião termina e ainda tem algumas horas até a reunião do conselho, então eu saio do escritório e vou procurar a minha mãe. 

Estou no Instagram como @alehs_books. Instale o aplicativo para seguir lá eu aviso sobre quando o capítulo vai ser postado e também rola um spoiler às vezes.

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Comments

Michele Silva

Michele Silva

Gostei da história. Peço pra ler a minha também

2024-08-08

0

Erika Paixão

Erika Paixão

concordo demetri e cami deve se acertarem e ficar juntos...

2024-01-23

2

Andrea Freire

Andrea Freire

O Dimi tem que ficar com a Cami

2024-01-04

1

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