Capítulo 4

Assim que acaba a reunião eu saio e vou direto para o meu carro, ainda tenho algumas coisas para arrumar antes de viajar a noite, quando estou entrando o Sekani me chama, eu me viro e ele está vindo correndo na minha direção. A reunião foi mais do que esperava e o jeito que a Silk ficou me deixou preocupada sobre como vamos ficar daqui para frente, será que ela vai realmente ficar com raiva de mim? Melhor não pensar nisso agora eu preciso focar na minha missão de hoje. Ele se aproxima me tirando do meu limbo de pensamentos e abre a porta do motorista para que eu entre.

– Eu preciso de uma reunião com você princesa, é sobre a máfia, então inclua seus subordinados nessa reunião também. – Ele fala eu entro e a Cami entra no lado do passageiro.

– Qual o nível de importância desse assunto? – Eu pergunto diretamente, enquanto estou ligando meu carro, ele fecha a porta e eu abro a janela, para ouvir a resposta.

– É sobre o problema de tráfico humano, eu encontrei uma rota e também descobri alguns associados africanos envolvidos. – Ele sussura e eu o encaro.

– Hoje não vai dar, eu vou atrás da cadelinha que está nos roubando no México. – Eu mordo o lábio inferior e ele encarou meus lábios. 

– Eu vou ficar aqui por mais alguns dias, eu aguardo seu contato. – Ele abre a porta do carro novamente e se aproxima beijando minha bochecha. – Não me deixe esperando por muito tempo. – Ele fala e fecha a porta se afastando.

– Vejo você em breve Sekani. – Eu sorrio e vou em direção a minha casa.

Eu encaro o retrovisor, ele ainda está parado enquanto eu vou me afastando, eu gosto da maneira como ele me trata, outra coisa para eu pensar sobre mais tarde. Assim que chego na estrada, a Cami está quieta olhando pela janela, quando ela percebe que estou olhando ela se vira para mim.

– Ele gosta de você. – Ela fala mas algo está errado com ela, apesar do silêncio eu consigo perceber que algo está acontecendo.

– Talvez… Quem sabe… – Ela continua estranhamente calada. – Qual o problema Cami? – Desde que ela trabalha comigo eu nunca a vi tão estranha.

– Nada com que você deva se preocupar. – Ela fala e eu fico ainda mais preocupada. – Eu já preparei tudo para sua viagem hoje a noite, você pode me deixar em casa, eu ainda tenho que arrumar algumas coisas para faculdade. 

– Você tem certeza que está tudo bem Cami? 

– Sim, só estou um pouco preocupada com a faculdade. – Ela suspira. – Não tenho ideia de como vai ser ficar no dormitório. – Ela fala e eu entendo.

Ela nunca esteve afastada de nós desde que chegou aqui, talvez ficar sozinha em um quarto com um monte de gente estranha seja realmente assustador para alguém com as experiências que ela passou. Mas por outro lado ela ir e voltar a noite todos os dias, seria muito mais perigoso, não só poderia acontecer acidentes, como alguém poderia tentar criar uma emboscada e acabar machucando ela para nos atingir, nosso mundo é cruel. Fora as coisas ruins, seria bom para ela interagir com pessoas de fora da máfia, às vezes até nós precisamos agir como pessoas normais, para não esquecer que somos humanos..

– Fica tranquila, você vai adorar e ainda vai fazer muitas amizades. – Eu falo e ela sorri fraco.

– Tenho certeza que sim. 

...Algumas horas mais tarde…...

Eu chego no aeroporto um pouco adiantada, eu gosto sempre de chegar antes e me “preparar para o voo”, eu tenho sério problemas em voar, eu odeio qualquer coisa que não esteja em terra firme. Já no aeroporto depois de todos meus preparativos iniciais, eu aguardo o resto do pessoal chegar, o primeiro a chegar é o Harry, eu olho novamente em direção ao carro que ele está saindo e realmente é ele, porque ele está aqui? Ele vem até mim.

– Boa noite princesa. – Ele beija minha mão e me abraça. 

– Boa noite. – Eu falo e ele continua me abraçando. – O que você está fazendo aqui? – Eu falo tentando sair do seu abraço, mas ele me mantém perto segurando minha cintura.

– É uma missão importante, eu vim te acompanhar.

– O pequeno príncipe dispensou suas atividades com a realeza apenas para acompanhar uma reles mortal em sua batalha? – Eu falo com ironia, já que ele diz não querer ser um príncipe, mas disse que não poderia ficar comigo com a desculpa de “por eu ser um príncipe… bla… bla… bla…”

– Bom, tem que se fazer alguns sacrifícios para agradar algumas princesas. – Ele não quer me agradar, ele mesmo disse que não quer nada comigo, não tem motivo para ele estar aqui, eu saio do abraço dele.

–  Se é um sacrifício para você estar aqui, eu peço que vá embora, eu não preciso do “sacrifício” de ninguém, assim como eu não me lembro de ter pedido sua ajuda, eu sei me virar bem sozinha. – Respondo com raiva. Ele se aproxima segura meu queixo.

– Nunca eu vou deixar você sozinha, ainda que eu nunca possa ficar com você. – Ele fala isso encarando fixamente, ele me puxa tão próxima que eu penso que ele vai me beijar.

Minha respiração ofega, ele ainda está me segurando e encarando meus lábios, então chega mais dois carros. No primeiro estão Pietro e Paolo, no segundo está Dimi acompanhado do Sekani. Que abre um enorme sorriso assim que me vê. O Harry me solta e eu vou até eles, fugindo de tudo o que o Harry causa em mim.

– Vejo que tem mais pessoas do que necessitamos para essa missão. – Eu falo e o Dimi suspira.

– Eu não sabia que o Harry também viria, o Sekani vai ficar alguns dias e pediu para ir conosco, eu não vi problema. – Ele encara o Harry e em seguida sorri para mim, tem algo acontecendo entre eles e não parece ser muito bom.

– É claro que ele é um problema, onde vamos esconder um homem desse tamanho. – O Pietro fala e todos damos risada, ele consegue amenizar o clima pelo menos um pouco.

O piloto se aproxima de nós e avisa que já está tudo pronto para a decolagem, o Harry é o primeiro  para o meu alívio, confesso eu gosto de ter ele por perto, mas ele precisa realmente decidir o que quer, ficar me cercando sempre que tem a oportunidade, não é bom nem para mim e nem para ele.

Nós entramos no jatinho, o Sekani se senta comigo, meus primos na frente e o Dimi e Harry ao lado, eu aperto a poltrona com força, o pior para mim é a decolagem, percebendo meu desconforto, o Sekani segura minha mão, eu aperto forte a mão dele, enquanto ele me acaricia com o polegar, já alto no céu, eu fico mais tranquila e soltamos nossas mãos. 

Eu conto a eles exatamente o meu plano e como vamos agir quando estivermos lá ricamente em detalhes, não vai ser algo rápido, eu gosto de brincar com a minha presa antes de devorá-la. Eles escutam com atenção e falam suas opiniões e dúvidas.

Com tudo pronto eu coloco meus fones e aguardo o momento da diversão. A viagem é tranquila e nós descemos no aeroporto escondido na casa que era da Maria e de lá vamos de carro para casa da Yolanda.

Eu ligo para o Ian enviando nossa localização, ele manda o vídeo em tempo real das câmeras da casa, onde nós podemos ver a movimentação do seguranças, dentro e fora da casa, passamos em frente o portão, a casa deles não fica em um lugar afastado, mas ocupa todo um quarteirão é uma casa enorme que tem ouro até no portão, um total exagero. 

Nós paramos algumas ruas abaixo, vamos subir andando e entrar pela parte de trás, é o local que tem menos segurança no momento. Eu já estudei todo o projeto desta casa várias vezes antes de vir, não vamos ter problemas. Nós pulamos o muro e acertamos os seguranças que estavam na parte de trás, meus primos vão pela esquerda, eu, Harry e Sekani vamos pela direita. 

Estamos chegando na porta quando o Paolo avisa que tem mais seguranças vindo na nossa direção, o Sekani sinaliza para irmos que ele cuida da situação, eu penso por alguns minutos, odeio deixar gente para trás, ele sorri como se tivesse tudo sobre controle e eu confio nele e continuo com o Harry.

Nós entramos e a casa tem dois andares e um subsolo, eu falo no ponto que estamos dentro e, meus primos avisam que limparam a parte fora, com isso os seguranças dela são trocados por nossos soldados. Eu escuto um movimento a nossa frente, imediatamente eu saco minha adaga os passos ficam mais próximos, mas o Paolo não falou nada, eu dei um passo à frente e parei com a minha adaga no pescoço do Sekani, mas ele está segurando minha mão, ele estaria morto se não tivesse reflexo rápido. Eu respiro aliviada e guardo minha adaga.

Nós continuamos andando no primeiro andar, matando os seguranças que encontramos no caminho. Nós chegamos até a passagem para o subsolo, na planta o subsolo é apenas uma área grande sem nada um cômodo enorme sem nada? Provavelmente é algum cativeiro ou algo do tipo, e para aumentar ainda mais minha curiosidade não tem câmeras lá, temos que ser cuidadosos já que não temos ideia do que nos espera lá embaixo.

A entrada precisa de digital e reconhecimento facial, moleza para o nosso grande gênio Ian. O Harry conecta o dispositivo na porta, que depois de alguns minutos está aberta. 

Oi meus amores, passando para avisar que o horário de publicação foi alterado de meia noite para meio dia. 

Um beijo e espero que estejam gostando da leitura.

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