Capítulo 15

MAXIMUS

Alice chorou em meus braços até dormir e dormiu soluçando, essa dor que ela sente, eu também sinto e sinto também por não ter protegido eles.

Eu acordo ela e ela chora mais ainda, me conta um sonho onde nosso bebê nascia e era uma menina, Daphne, onde eu ouvi esse nome?

Resolvi dar um lugar pra ela poder chorar toda vez que quiser. Fui no cemitério onde minha família comprou boa parte e fiz um pequeno jazigo, coloquei laços, acredito que esse sonho é uma forma da nossa filha se comunicar, pintei de rosa, coloquei várias flores e depositei as lágrimas mais doloridas e arrependidas ali.

Fui buscar Alice que quando viu, se ajoelhou e chorou e gritou, um grito sofrido, da alma. Já tinha visto isso acontecer antes, muito mais do que gostaria de ver, algumas mães dos meus soldados reaguiram assim quando eu tive que dar a triste notícias de suas mortes.

Fomos pra casa, Alice ficou conversando com a minha mãe e eu fui ao escritório.

- Como estão nossos convidados pai?

- Bem acomodados, bem alimentados e bem massageados. Pensa em finalizar com eles quando?

- Quando Diana se juntar a eles Ícaro está escondendo alguma coisa.

Saio e vou procurar Alice, ela está no quarto lendo alguma coisa.

- Já saiu pra comprar coisas pra você?

- Aí que susto Maximus! Ainda não.

- Por que?

- Não tive vontade.

Olho pra ela, com um short pequeno, suas pernas a mostra e um pedaço de blusa com a barriga de fora. Sinto meu corpo se arrepiar só de lembrar como é estar dentro dela. Rapidamente eu tranco a porta.

- O que pensa que está fazendo?

- Matando a saudade amor, mas se você mw disser não, eu paro. Nunca forcei mulher nenhuma, não vai ser com a minha que farei isso.

Olho pra ela esperando uma resposta e ela respira rápido, seus seios sobem e descem acelerados.

- Me pare Alice! Diga que não me quer.

Falo andando em sua direção, ela estende sua mão me parando. Mesmo vendo como ela está afetada com a minha presença, ainda assim ela me impede de me aproximar.

- Alice eu preciso de você!

- Eu preciso ficar longe de você!

Mesmo assim eu a agarrei e a beijei e a danada mordeu meu lábio, só senti a dor o gosto de sangue!

- Se é assim que você quer, tudo bem.

Sai do seu quarto e bati a porta com tanta força por frustração e raiva que ela quase quebra. Acabo ligando para Ygor.

- Ygor preciso esfriar a cabeça.

- Tô te esperando, é só vir.

Ainda é meio da tarde, mas eu vou pra boate, só vai abrir daqui a algumas horas, mas já consigo beber um pouco e conversar.

Saio sem falar com ninguém, a única que me vê é Laís que tem a petulância de me parar.

- Eu ouvi tudo Max, se tivesse escolhido a Diana, isso não teria acontecido. Ela sim é a certa pra você.

- O que você pensa que sabe sobre mim pra ficar falando quem é boa e quem não é boa pra mim.

Falo já sem paciência, apertando o braço dessa garota que tem passado de todos os limites, isso vai deixar marcas.

- Não se meta na vida dos seus donos ou vai enfrentar as consequências.

Solto ela e ela sai correndo como um animalzinho com medo.

- Filho, aonde você vai?

- Vou esfriar um pouco a cabeça que a Alice esquentou.

- Tenha um pouco de paciência meu filho, tenho certeza que ela te ama.

- Será? Não me espere para o jantar.

Saio da mansão e só levo comigo os seguranças que Ygor contratou, não sei quantos seguranças Ícaro corrompeu. Chego na boate e começamos a conversar, Ygor está atrás do balcão.

- O que te fez estar desse jeito irmão?

- Alice é mais cabeça dura do que eu pensei. Eu me declarei a ela e ela me enxotou do quarto!

- Calma cara! Dé tempo ao tempo amigo, vocês ficaram 9 meses longe, nós sabemos que foi pra proteção dela, enquanto isso manteve a Diana longe dela, e no dia que você aparece, ela ataca. Essa vadia me estressou.

-Tem alguma notícia?

- A última é que ela saiu do Brasil e foi para Turquia.

- Pois ela que venha, estou aguardando ela. Acho que vai ser a última viagem já que não tem mais o pai e o idiota do Ícaro pra bancar ela.

E assim a semana passou, eu quase não via ela, não a procurei, mas eu vinha todo dia pra boate enxer a cara e tentar esquecer que a mulher que eu amo está na mesma casa que eu e eu tenho que me matar no banheiro por saudade do seu corpo e ela não me deixa aproximar.

Várias mulheres me bajulam, tentam me seduzir, rebolam semi nuas no meu colo, mas meu amigo não levanta, ele é fiel a dona. Dia desse eu bebi tanto que uma das meninas da boate me levou em casa, Ygor não podia ir porque estava com visita importante da Cosa Nostra. Juro que vi a porta do quarto dela se fechando quando passamos.

Hoje, a única diferença é que voltei sozinho ou pelo menos tentei, saí do carro carregado e no meio do caminho Laís aparece, essa garota é doida, nem era pra estar andando pela casa a essa hora da noite.

- Vamos Max, vamos pra cama.

Subo cada degrau falando alto, quando cheguei na cama, me desequilibrei e acabei caindo e trazendo Laís comigo. Acho que ouvi a voz da minha Alice, mas tudo tá rodando tanto, que eu nem sei o que estou, se é que de fato estou vendo.

Laís se levanta, me arruma na cama e sai em seguida. Acordo com uma dor de cabeça infernal, um enjoo horrível. O sol parece que está com raiva de mim e tenta me queimar, só pode. Desço e vejo minha família à mesa. Os meus pais me cumprimentam, mas Alice me manda um olhar de fúria e reprovação, será que era ela mesma? O que será que ela falou e o que viu? Mas também não me importa, ela disse que não me quer e eu vou procurar quem me queria, quem queira fazer parte do monte Olimpo, como diz minha tia Jaque.

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