Capítulo 14

ALICE

Olho para o cartão que Maximus deixou na cômoda, olha as poucas roupas que trouxe, fico pensando se devo usar esse cartão ou não. Me lembro que ele me falou que sua mãe iria comigo.

É tão bom poder contar com a mãe! Será que um dia saberei o que houve com meus pais? Será que um dia eu receberei um pouco de carinho materno? O mais perto que tive foi com a Magali, mas ela não era tão maternal, tava mais pra uma irmã mais velha.

Saio do quarto e sigo o corredor, meu quarto fica no meio, desço as escadas e não vejo ninguém, sinto um cheiro bom de comida, percebo que já está anoitecendo e sigo o cheiro. Chego na cozinha e pego do Hellen já cozinha.

- Que cheiro maravilhoso, me fez ter saudades de casa.

- Ahaa querida, que bom que saiu um pouco daquele quarto. Maximus me falou que você morava num orfanato.

- Sim, mas esse cheiro me parece tão familiar, me faz sentir saudade de algo que não me lembro.

- São só frutos do mar, e eu acabei esquecendo de te perguntar se tem alergia, que cabeça a minha, me desculpe. Fiquei tão feliz em vê-lá aqui, agora tenho a oportunidade de ter a filha que tanto quis e nunca tive.

Meus olhos se enchem tão rápido que não consigo conter que lágrimas despenquem deles, logo senti seus braços quentes me envolverem e eu me perdi naquele abraço tão terno. Deve ser assim ser abraçado por sua mãe.

- Ahaa minha Alice, me desculpe por tocar num assunto tão delicado.

Eu limpo as lágrimas acenando com a cabeça.

Lara e sua filha Laís.

- Deixe-me te apresentar, essas são

- Prazer querida! Maximus tem um bom gosto.

Lara diz me abraçando e se dirigindo a dona Hellen, a filha dela que me olha com uma cara de quem comeu e não gostou.

- Prazer, mas onde está a Diana dona Hellen?

Hellen não fala nada, mas lança um olhar de repreensão nela.

- Que isso Laís, isso é coisa que se diga na frente da noiva do menino Max?

Max, um bom apelido, mas nem ouse Alice, esse apelido não é pra você usar, seja forte garota.

- Mas mãe, até onde eu sei é a minha amiga que é noiva do Max...

Eu a interrompo.

- Laís né?

Ela concorda com a cabeça com cara de desdém.

- Ô flrozinha, Diana deve estar num esgoto sujo lá no Brasil ou em qualquer outro lugar, porque é isso que assassinas de bebês merecem.

- Isso que várias merecem.

Não pensei 2x e metia a mão na cara dela.

- Me desculpe dona Lara, mas é do meu filho que ela está zombando.

Dona Lara me lança um olhar de quem pede desculpas e tira a filha chorando da cozinha.

- Alice me desculpe, não sabia que Laís ia reagir dessa forma.

- Tá, mas me fala uma coisa: porque ela fala português?

- Loga história, senta.

Me sentei me servindo de um pouco de café.

- Lara caiu nas mãos de uma rede de tráfico humano e Dimitri e Max a resgataram em uma de suas muitas missões. Eles a trouxeram pra cá e precisamos contratar um interprete, porque Dimitri não falava tão bem o português. Esse interprete nos ensinou a falar português e a ela a falar grego. Quando passou uns meses, a peguei chorando em seu quarto e ela me falou de sua filha, que tinha ficado com os pais, então fomos com ela buscar a menina Laís e estão juntas até hoje.

- Nossa, que triste. Mas essa Laís deve ter saído ao pai, porque é bem esnobe e debochada, já sua mãe não.

- Humm, foi a má influência da Diana! Espero que essa menina se limpe do veneno da Diana o quanto antes.

- O que as mulheres da minha vida tanto falam?

Tomei um susto com a voz grave de Max ecoando na cozinha. Max Alice? Mas tu não tem vergonha na cara né garota? Tenho vergonha, o que tá me faltando é juízo, que toda vez que ele chega perto de mim, meu juízo vai embora pela primeira porta que ele encontra, colabora comigo Alice madura.

Ele se senta ao meu lado e passa os braços ao meu redor, olho pra ele com muita raiva e tiro os braços dele de mim.

- Me dá licença Hellen, daqui a pouco eu volto pra jantar.

Saiu rápido dali e subo pro meu quarto. No canto tem um espelho de corpo inteiro, passo a mão na minha barriga e uma tristeza me pega em cheio, eu quase caio no chão com o impacto da dor, mas seus braços me seguram, me amparam.

Olho para ele e também está com lágrimas nos olhos.

- Eu nunca vou me perdoar pela nossa perda, nunca vou me perdoar pela dor que te causei.

- Eu não tenho nem um lugar pra chorar pelo meu bebê.

Digo e uma dor me dilacera a alma, choro forte em seus braços, estamos sentados no chão e eu encolhida em Max. Choro até não ter mais forças e durmo soluçando.

Ouço alguém falar alguma coisa da porta e Max se levanta e responde que eu dormir, que é melhor deixar eu me recuperar. Ele volta, se deita ao meu lado, sinto quando ele ne puxa e me arruma em seus braços, volto a dormir.

"Amor a bolsa estourou!

-Ai meu Deus, calma Alice, vou pegar as malas e vamos pro hospital.

Max corre pelas ruas e a dor aumenta. Eu grito do banco de trás. Chegamos ao hospital e já vamos direto para a sala de parto.

- Olhem a princesinha de vocês, ela é tão linda! Já escolheram o nome?

-Sim, vai se chamar Daphne!

- Lindo nome mamãe, aqui está sua pequena Daphne.

Max não para de me beijar e de dizer o quanto sou forte e o quanto a nossa filha é linda. A doutora coloca ela em meus braços e do nada a criança começa a falar.

- Mamãe por que me deu seu nome?

Ela me encara com os mesmos olhos azuis que Max me encara"

- Alice acorda!

- Ahaaaaa!

- Amor fica calma.

- Nós íamos ter uma filha.

Ele me olha confuso e eu conto o sonho e ele me abraça.

- Te prometo que vou te fazer feliz e vou te dar quantos bebês você quiser.

- Quem falou que eu quero ter outro bebê com você, estou aqui obrigada! Fui sequestrada!

- Alice, eu paro de insistir e assim que Diana estiver morta eu mesmo te levo de volta ao Brasil se me disser uma coisa.

- O quê?

- Só se olhar nos meus olhos e disser que não me ama mais!

Olhei pra ele e não consegui falar, a minha mente grita pra eu falar, mas meu coração grita que não, sua presença me afeta e muito ainda, meu coração bobo e traidor ainda ama esse idiota.

- Humm esquece voltar para o Brasil e em alguns dias você vai ser a nova senhora Petrov. Vou dar uma saída e já volto pra te buscar.

Leva umas horas e Max volta, me leva a um lugar diferente para um passeio, me levou a um cemitério. Chegamos a uma lápide pequena enfeitada com flores e uns lacinhos rosa.

- Amor sei que não deu pra ter nada para enterrar, mas esse lugar é onde você pode vir chorar pela nossa filha.

Eu não me aguentei e cai ajoelhada, dei um grito tão profundo, a minha alma estava gritando.

- Me perdoa filha, eu não fui capa de te proteger.

Max se ajoelha em meu lado e me abraça, ficamos muito tempo ali, nem sei quanto, até que um dos seguranças chama ele.

- Senhor precisamos ir.

Só agora eu percebo que não estamos sozinhos.

Palavras da autora

Presenteiem bastante, comentem e curtam, que vou colocar mais 2 capítulos hoje! Mas só se presentearem bastante.

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Comments

Siderléia Vendrameto

Siderléia Vendrameto

Max vai descobrir que Alice é a herdeira de tudo que os pais foram mortos por ganância de poder

2024-04-24

3

Tânia Campos

Tânia Campos

Até eu chorei,
Diana, maldita!!!

2024-04-26

1

Clesiane Paulino

Clesiane Paulino

Alice dá uma chance ao Max... ele também está sofrendo🥺🥺🥺

2024-03-20

2

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