CAPÍTULO 15

Nick

Por ver que realmente ele estava fazendo de tudo para me conquistar enquanto sempre me chamava nos horários vagos para ficarmos conversando coisas do dia a dia, pude realmente sentir que estava sendo atraído por ele. A aparência dele me demonstrava que não estava apenas brincando em relação ao que disse, só então decidi por um pingo na ponta dos " i ".

Fomos até o terraço onde praticamente ninguém ia, me aproximei dele.

— Missão cumprida Leo, sua humilhação acaba por aqui.

— Quem disse que para mim foi uma humilhação? Achei que foi apenas uma maneira de me aproximar.

— Então quer dizer que não sentiu que estava humilhando seu emblema de hétero top?

— Claro que não. Ficando com você só pode aumentar mais ainda o que eu sentia por você.

— Leo você está realmente afim de ficar comigo? Mesmo ainda não assumindo como oficial nossa relação?

— Sim. Mas não podemos mostrar que estamos juntos. Minha mãe tem uns certos problemas com gays e não sei o que seria capaz de fazer se descobrisse. E também é novo para mim. Então não quero que ninguém fique sabendo que estamos ficando.

Se o que ele está dizendo é verdade, posso entender o lado dele e não ter problemas em manter nossa relação no sigilo. Apesar que fica até excitante dar uns pegas no privado sem que ninguém saiba. Ne que merda estou pensando? Deixa queto.

— Posso te beijar?

Ele me pergunta enquanto se aproxima mais.

— Acho melhor aqui não, alguém pode aparecer e nos ver. Você conhece algum lugar que ninguém tem acesso por aqui?

— Pode deixar comigo, se o que sei nessa Universidade, são todos os pontos onde se pode ficar no privado. Vem comigo.

Bom, apenas fui com ele. Afinal, estou sentindo falta de algo para preencher minha boca.

Leonardo meu levou para o quartinho da limpeza onde ninguém aparecia, olhou de um lado e outro para ver se não tinha alguém por perto e me puxou com ele para dentro.

Senti o corpo dele de encosto ao meu, ouvindo as batidas fortes de seu coração, a respiração em meu pescoço sentindo o meu cheiro, os braços dele me apertarem carinhosamente e então em poucos segundos sentir os seus lábios de encontro aos meus.

Um beijo que se iniciou lento e depois foi tomando velocidade se tornado quente enquanto dei umas mordiscadas no lábio inferior dele.

A sensação que aquele beijo estava me transmitindo era de outro mundo, tão doce e apegado. Até que o momento é interrompido com o toque de notificação do celular dele.

Não deu muita ligação e continuamos naquele momento até cair mais notificações de duas mensagens seguidas.

— Acho melhor irmos tigrão, devem ser seus amigos.

— Se dane eles, eu quero ficar aqui com você.

Ponho o dedo indicador sobre os lábios dele.

— Vamos estudar, continuamos em outro momento.

Por mais que não quisesse, aceitou.

Leonardo

Tava tão bom o momento tempos atrás com o Nick, mas tinha que ter uma filha da mãe da Gabriella me chamando para conversar com pressa. No momento só senti uma vontade de mandar gente pro caixão hoje. Já não posso ter uma relação com ele em público, ainda vem um dos meus amigos atrapalhar o meu momento?

Vou pisando duro no chão até encontrar ela sentada em uma das mesas do pátio que estava justo com a pessoa que eu não queria nem ver pintada de ouro.

Aline se levanta da cadeira já vindo na minha direção, apenas passo reto a ignorando e me sentando ao lado de Gabriella.

— O que foi?

— Qual foi dessa cara azeda Leo?

— Não me pergunte e vai direto ao ponto.

No momento ela chama a Aline que senta do meu lado e me afasto um pouco para o outro.

— Leo, a Aline comentou comigo que está arrependida pelo que disse naquela noite da festa. Ela quer que você não a trate com indiferença ou rude e que continuem sendo como eram.

Olho para ela e fico me perguntando o que foi que eu vi de atraente nela.

— Era só isso, está bem. Mas eu não vou ter um caso com ela.

— Por que Leo? Eu achei que já tivesse resolvido e você voltaria a ficar comigo. Eu estou grávida de você.

Fico assim me perguntando de onde ela tirou essa mentira sendo que eu nunca dormi com ela.

— Aline não mente por favor, essa criança deve ser de outro pai. Sei muito bem que não dormi com você em momento nenhum tabom? Agora eu vou indo, tenho muita coisa para fazer.

Apenas sai, meu humor já estava um saco para ter que ficar ouvindo umas mentiras dessas.

Voltei para a sala e fiquei vendo a aula.

Queria tanto sair daqui e correr para o Nick, acho que estou sendo uma espécie de imã querendo ficar ao lado dele. Quando estávamos indo embora, Miguel falou para mim ter muito cuidado nessa relação já que era privada. Poderia ter pessoas querendo destruir a minha maior felicidade, uma delas sei que é minha mãe que sempre foi contra os gay. Achando um relacionamento nojento, fora do padrão, que é anormal e depois boicotando um bando de ladainha a respeito.

Antes de conhecer o Nick na boate, eu não era a favor e nem contra. Apenas me contentava que eu era um hétero e só me importava com isso até perceber que as coisas mudaram mesmo sem querer acreditar no começo.

Vi o Nick, me aproximei dele.

— Está afim de ir na minha casa hoje a noite?

— O que tem de bom lá tigrão?

— Muita coisa, uma delas sou eu.

— Ótimo, vou pensar no assunto.

— Queria tanto te beijar agora sabia?

— Se segura, você mesmo disse que e melhor manter no privado. Então não podemos.

— Não me deixa esperando.

Assim que cheguei em casa, já me organizei para fazer um jantar mesmo que eu nunca cozinhei na vida, só o Nick para me fazer inventar de fazer uma coisa dessas mesmo.

Não foi fácil, cortei meu dedo na faca, tive que refazer o prato duas vezes por estar salgado, até que enfim o último tive que deixar.

Banhei rapidamente, vesti uma roupa de ficar em casa e fiquei na espera depois que recebi uma mensagem dele dizendo que viria. Organizei o sofá, já escolhi um filme na TV e acho que estava tudo pronto.

Nick chegou e fui atender, cumprimentei-o com um beijo rápido assim que o puxei para dentro. Disse que ainda não tinha jantado, então era chance dele experimentar minha comida.

Me surpreendi ao ouvir " Isso aqui tá muito bom" Nick então repetiu várias vezes até não sobrar mais nada. Assistimos um filme de comédia até não sobrar garganta de tanto rir. Teve um momento que ficamos nos olhando sentados naquele sofá até que quando me dei conta o Nick já estava sentado no meu colo virado para mim.

— Você não era o santinho?

Digo provocando ele.

— Leo você não me conhece de verdade.

De repente começamos a nos beijar, dei uma pegada na cintura dele que o fez gemer enquanto se desfez da minha boca e ficou cheirando meu pescoço dando mordidas com beijos.

Só então percebi que meu membro já estava rígido, Nick está me colocando na beira da tentação enquanto continua me provocando. Como ainda estamos pouco tempo ficando, acho melhor não ir tão a frente se caso ele não querer é claro. Ficamos apenas naquele clima quando ele diz.

— Leo acho que vou indo, se não fica tarde.

— Dormi aqui, amanhã é fim de semana. Você não vai me deixar em um momento desses vai?

— Se não for incômodo para você, eu fico. É melhor do que ficar sozinho.

— Que papo é esse, como assim ficar sozinho?

— Não e nada, apenas ignora tá?

Olhei sério para ele que não ver outra alternativa a não ser me falar. Ainda no meu colo disse.

— Olha Leo eu não tenho meus pais, morreram em um acidente de carro. Minha avó teve que se mudar para outro estado por questões de saúde, então eu passei a morar sozinho que é bem frustante. Geralmente eu ficava na casa dos meus amigos, mas depois preferi não mais porque pensei que seria incomodativo para eles ter sempre eu lá todo dia.

Quando menos dei conta, ele já estava triste se segurando para não chorar. Entendo como deve doer ficar sozinho, eu pelo já me acostumei que não me importo. Acaricio o rosto dele pedindo para que não fique assim.

— Não quero te ver triste, melhora esse rosto. Você pode estar vindo na minha casa quantas vezes quiser.

— Mas você não irá achar enjoativo me ter sempre aqui?

— Claro que não. Já que eu moro sozinho também, podemos fazer companhia um para o outro. O que acha?

— Você tá falando sério?

— Nunca disse algo tão sério em toda a minha vida. Você prefere dormir no quarto de hospedes ou no meu quarto? Prometo não fazer nada de estranho com você.

— Então eu aceito ficar com você. Se não achar incomodo, quero ficar em seu quarto.

Falado isso, nos levantamos e fui com ele até o quarto. Como a cama é de casal, acho que ele não se importa de dividirmos a cama. Então assim passamos aquela noite um fazendo companhia ao outro, ele insistiu em por um travesseiro no meio separando nós dois. Achei isso tão desnecessário.

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