CAPÍTULO 12

Leonardo

Tava saindo do circuito já meio tarde quando pensei em ver como Nick era no trabalho. Apesar de estar cansado querendo voltar logo para casa e tomar um banho, resolvi ir lá no Shopping assim mesmo. Esperei pelo lado de fora até ele sair e perguntar como foi de trabalho.

Assim que o vi cambaleante parecendo que ia cair, corri até lá e o segurei no meu braço. Não deixou de ter uns curiosos que ficaram nos olhando tentando disfarçar.

O levei para a casa dele no carro já que o mesmo não estava em condições de voltar na moto. Nesse mesmo momento Patrício faz uma ligação em grupo chamando a gente para dar um rolê.

" Ceis tão loucos? Olha a hora que já é! Não vou, quero apenas descansar e relaxar. O dia foi comprido hoje para mim."

Disseram que eu estava ficando chato, geralmente sempre agarrava essas oportunidades para ficar fazendo zueira pelas ruas em plena tarde da noite igual uns retardados sem nada para fazer. Hoje eu só não estava a fim, estou bem cansado.

Ajudei o Nick entrar no apartamento, estava organizado e com uma decoração bonita de branco com amarelo. Deixei ele sentando no sofá dizendo que invadiria um pouco a casa dele para ir na cozinha buscar um copo de água. Disse para mim que não precisava eu me incomodar com isso, só mandei ele ficar quieto e deixar comigo.

No momento que ele estava tomando a água escuto alguém tocar a campainha, digo que vou atender. Abro a porta e vejo um homem que também tinha o corpo definido, usava roupas pretas, os cabelos eram negros, estava com a testa franzida ao meu ver.

— Quem é você?

Pergunto a ele que não me olha com cara boa.

— Eu que pergunto, o que está fazendo na casa do meu docinho?

— Como assim 'docinho' porra?

— Olha o respeito ou posso muito bem te matar aqui e agora.

O cara diz apontando uma arma bem para minha testa já demonstrando que não estava para brincadeira.

— Celius ele é um amigo, não tem o porquê de ficar tão irritado.

Nick diz se aproximando ficando do meu lado abrindo mais a porta para que o cara entrasse.

De repente o mesmo abraça Nick dando um beijo em um dos lados do rosto dele. Só fico pensando ao olhar a cena " Que merda é esse cara pelo amor de Deus? Ainda com uma cara de gangster que já aponta uma arma para minha testa? "

Quando nos sentamos no sofá não exito em perguntar vendo os dois conversarem.

— Nick quem é esse cara?

— Se você continuar me chamando de cara tão informalmente eu te arranco os dentes e faço um buraco no teu peito caralho. O cara diz com tom irritado.

— Cê tá afim de ir fazer uma visita ao capeta hoje né?

Assim que ele ia tirando a arma novamente, Nick interfere.

— Parem vocês dois, parecem dois cachorros brigando por uma fêmea. Leonardo esse é o Celius meu amigo desde quando eu tinha 20 anos, ele é um policial por isso a questão dele andar com uma arma. Tem o pavio curto e não gosta quando pessoas na qual não conhece se aproximam de mim, não leve a mal. E Celius esse é o Leonardo um dos top 3 que eu te falei da Universidade. Estamos nos conhecendo e ele está sendo legal comigo, não precisa ficar desconfiado dele.

Mesmo o Nick explicando sobre nós, não deixamos de dar umas encaradas como se quisesse disputar quem ficava ao lado do Nick.

Nick

Não pensei que Celius aparecendo aqui ia rolar tanta confusão e um clima que tive até calafrios rodando pela sala, já sei que ele tem uma paciência e humor muito curto então entendo o motivo de achar estranho outra pessoa que nunca viu no meu apartamento. Desde que nos conhecemos o Celius tem uma personalidade superprotetora e sabe dos meus problemas de ansiedade. Então sempre previne quando está por perto, de alguem me machucar. Quando fiquei deprimido por meus pai terem viajado para um lugar longe de mim, nos conhecemos por parte da minha avó que era amiga da família dele. No dia em que eu estava chorando sem parar por causa da ansiedade me matando nas emoções, ele apareceu e me consolou dizendo palavras que me motivaram a parar de chorar. Daí então no conhecemos melhor e passamos dois anos de amizade, Celius sempre vinha me visitar para ver como eu estava, em seus passeios me chamava também, fazia eu rir por coisas até que não tinham graça. Depois que a vovó viajou para outro estado, ele me acompanhou na viagem de ida e volta até lá para deixar minha vovó.

Quanto mais se passavam os dias, mais a nossa amizade ia se formando e ficando apegada. Uma das namoradas que ficava com ele antes do término passou a pensar coisas e ficar com ciúmes da gente sempre ficando juntos. A perua certa vez, até ameaçou me mandar ir para a China, Celius ao saber disso por parte da Nina logo acabou tudo o que tinha com ela mesmo que se machucasse. Ele não suporta que alguém tente fazer algum atentado comigo e me ameaçar.

Passamos a não ter mais aqueles momentos quase sempre juntos porque teve que estar acompanhando o batalhão para missões fora daqui. Entendi super bem, só conversamos mais através de ligações quando ele achava tempo livre pra falar comigo.

— Nick eu já estou indo embora.

Leonardo diz ao se levantar indo até a porta.

— Você já vai? Espera que eu vou pegar suas roupas.

— Amanhã você me entrega na Universidade e eu já entrego as suas tabom? Estou indo agora, me sinto cansado.

— Eu o acompanho até a po...

Antes que eu terminasse de falar ele completa.

— Agora é minha vez de falar que não precisa se incomodar comigo. Apenas se cuida.

Então ele apenas sai, percebi que o rosto dele não está muito alegre. Parecia que não estava contente com algo.

— Então docinho, como você tem passado esses tempos sem me ver? Desculpa o horário, é que amanhã já vou ter compromisso muito cedo.

— Não tem problema, estou bem e você? Como está sua rotina?

— Muito corrida, tantos casos e coisas para fazer.

De repente ele toca meu rosto.

— Você parece que não está se alimentando muito bem, o que está acontecendo? É alguém te ameaçando? Se for não vou pensar duas vezes em mata-lo.

— Não é isso — Dou uma risadinha — É apenas que ultimamente não estou sentindo apetite para comer. É ruim comer sozinho em uma casa vazia.

— Se não fosse tão importante o trabalho, eu viria sempre comer aqui com você. Mas olha, tentarei vir aqui pelo menos um dia para comermos juntos. Vai comer junto com seus outros amigos, tenho certeza que eles vão adorar você lá!

— Eu não gosto de incomodar os outros. Então prefiro continuar assim mesmo, talvez o meu destino mude algum dia.

— Tabom docinho, agora eu vou embora para que você possa descansar tá? Só queria ver como você estava e dizer que no domingo iremos ao campinho para você treinar.

— Obrigado Celius.

— Faço tudo por você, se for possível até pego a lua.

— Não exagera seu idiota.

Ficamos rindo até que ele foi embora depois de me dar outro abraço apertado e um beijo no rosto. Tomo apenas um copo de leite com biscoito e caio na cama.

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