CAPÍTULO 11

Leonardo

Ficamos deitados no chão do terraço, eu só queria algo macio para apoiar minha cabeça em cima. De certa forma estava começando a sentir algo por esse Nick desde o momento que o tirei daquela chuva, só não sei explicar o que eu sinto. Apenas é uma sensação boa quando ele está ao meu lado.

— Você vai estar ocupado pela noite Nick?

Viro o rosto para ele que me olha.

— Eu trabalho a noite da segunda a quarta, bem provável que hoje tem serviço porque ontem fiquei de folga.

— Tudo bem então, aonde é que você trabalha?

— Funcionário de limpeza no Shopping ao leste.

— Sei aonde é. Eu queria te chamar para ir no circuito comigo hoje a noite, era isso. Iria ser bacana se você fosse.

— Se caso não tiver trabalho eu te aviso. Afinal, eu não tenho seu número.

Finalmente sem precisar de nossos amigos pelo meio, trocamos nossos números de celulares e depois de um tempinho conversando no terraço, resolvemos voltar a sala novamente por parte dele. Se fosse por mim, ficaria aqui até enjoar se fosse possível.

Bom, pelo menos ele não recusou o meu outro convite. Pretendo aos poucos ir ganhando a confiança dele até sermos próximos, aí consigo decifrar meus sentimentos direito em relação a ele e também contar aquilo.

Apareço na sala e todo mundo fica me olhando.

— Que foi?

Falo confuso enquanto me sento ao lado de Benjamim, quero saber o porquê todos ficaram me olhando.

— Você demorou bastante, o professor já estava até falando que você deveria estar dando uns pegas porai na Universidade.

— Eu só estava tentando tirar um cochilo tá professor? Já que na sua aula eu não posso fazer isso.

Seguiu as aulas envolvendo como fazer o corte com o bisturi e dar os pontos, olhei para Benjamim de cima abaixo lembrando do que Nick me falou.

— O que foi desse olhar em Leo?

Benjamim faz olhar de surpreso.

— Sabe no que é parecido essa aula com você?

— Não por quê?

— Agora já sei como te cortar e dar os pontos depois. O que diabos andou inventando sobre eu não gostar que os homens encostem em mim caralho?

— Vai com calma, eu disse isso apenas para a Nina, mas depois a notícia se espalhou. Logo que também o seu jeito também comprovava.

— Só não te mato porque é meu amigo.

No refeitório onde ficamos para almoçar, vi o Nick com o grupinho dele sentado em uma mesa depois de outras duas próximas a minha. Resolvo mandar uma mensagem enquanto eu comia, ele viu a notificação e logo respondeu olhando em minha direção.

Ficamos trocando mensagens de texto quando Miguel encosta mais perto e vê com quem eu estava conversando.

— Cara você tá apaixonado viu? Sorrindo feito um bobo aí para esse celular.

— Com quem ele tá conversando Miguel? Pergunta Benjamim.

— Miguel se você contar o que viu aqui eu te mando para a cova, estamos entendidos?

— Não direi nada, apenas que se você sente algo por essa pessoa, corre logo atrás antes que seja tarde.

— Mas eu não estou apaixonado caralho! Pode conversar mais não é?

— Cara eu te conheço desde que tinha 10 anos, sei quando está gostando de alguém. Então não tem como me enganar.

Ficamos tendo nossas discussões como amigos, se realmente for o que ele tá falando, tenho que resolver isso. No momento eu só pensava em compartilhar as coisas com Nick, sentir o abraço dele, estar em momentos bons e ruins junto a ele. Mas de uma forma diferente, bem mais que apenas um amigo. O jeito gentil dele quando não está puto de raiva, me atraí por esse cara pra caralho.

Nick

O Leonardo está ficando gentil e amigável comigo que estou começando a estranhar. Será que é uma ovelha que era disfarçada de lobo antes?

Fico conversando com ele no refeitório por mensagens, até que Abgail pergunta qual é a do meu sorriso para a tela do celular.

— É o metido, trocamos números de celulares e estou conversando com ele que esta logo na outra mesa.

— Migo — Nina diz se levantando — Sabe o quanto isso é esplêndido? Acho que sua sorte está bem a frente, ainda com um dos top 3. Que demais!

— Fala baixo Nina. Estamos apenas conversando, não vejo nada demais nisso. Agora senta nessa maldita cadeira porque tá todo mundo olhando para a gente.

Fizemos nossa refeição, encerrando mais um dia de estudos vou indo direto para minha moto já imaginando chegar em casa e me trocar rapidamente para ir ao serviço. A única coisa que me incomoda lá é uns caras que não perde tempo em me atentar dizendo que meu lugar é apenas limpar o chão que os outros pisam. Na vida tem sempre que aturar as piores pessoas para ser bem sucedido no futuro que tenho certeza que eu serei vitorioso.

Estou contando os dias e as horas para visitar a minha vó, a pessoa que mais amo nesse mundo. A noite foi exaustiva que só foi acabar pelas 11 horas o trabalho, mesmo cansado do estudo pela manhã e tarde me esforçei para conseguir sair bem no trabalho.

Apareceram bastante clientes hoje, foi uma correria densa porque me mandaram não só limpar o chão mas como também auxiliar na organização dos novos produtos que haviam chegado. Estava me sentindo fraco já que não cheguei a jantar e também não ter dormido para descansar meu corpo. As vezes minha vida fica em partes bem complicadas, quando senti que estava quase caindo por estar fraco ao sair do Shopping, sinto um braço passar em volta da minha cintura me sustentando para que não caísse. Olhei e vi que era o metido, o que ele esta fazendo aqui?

— O que você está fazendo por aqui?

Pergunto com a voz um pouco baixa pela exaustão.

— Eu que pergunto porquê você trabalha em um lugar em que te esgota todas as forças dessa forma. Tá querendo caçar a morte seu lunático?

Ele parece até minha mãe quando me dava sermão por eu chegar tarde do antigo trabalho que eu frequentava.

— Eu preciso trabalhar, então não importa o que seja. Faço isso com orgulho e também conquistando minha independência.

— Você é complicado, enfim, quer ir para minha casa ou a sua? Vou te levar no meu carro por não estar em condições de pilotar a moto.

— Não precisa, eu consigo me virar sozinho. Sempre já fiz isso, então não muda nada.

Novamente ele me pega nos braços deitando-me em seu ombro largo e forte indo até o carro. Esse metido não está sendo quem eu pensava que era.

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