CAPÍTULO 8

Leonardo

Rodei a rua quase inteirinha em alta velocidade pois já sou acostumado a correr na pista de circuito com veículos mesmo a pista estando molhada. Encontro Nick perecendo um cachorrinho abandonado sentado na escada da igreja com a chuva forte do jeito que estava.

De certa forma partiu meu coração vê-lo daquele jeito, em vez de ter sido uma festa divertida para todos, para outros foi bem decepcionante a melhor parte por causa do meu ego estúpido e imprudente de tentar renegar que possivelmente senti algo naquela noite por esse cara.

Mais que depressa peguei um casaco que sempre deixo no carro e corri até lá, deu trabalho para poder convence-lo. Tive que pega-lo nos braços, mas tem razão dele ficar assim comigo. Vou ter uma conversa com ele e serei obrigado a explicar o meu ponto de vista para fazê-lo entender meu motivo e também o erro que cometi. A parte que dormi com ele vou deixar para outra hora.

Rapidamente cheguei na festa novamente e sem descer do carro liguei para o Miguel vir comigo para dar um jeito na moto do Nick.

— Me passa as chaves, meu amigo irá levar sua moto até sua casa.

Digo para ele que estava embrulhado ao lado com o meu casaco grande.

Ele me olha querendo negar, só então peço por favor até que o convenci a me dar as chaves e falar o endereço.

Miguel entrou no carro me jogando praga por eu ter estragado o momento que ele estava realmente se divertindo. Deixei ele lá em frente a igreja onde estava a moto de Nick depois de dizer o endereço do apartamento onde mora. Entreguei o cartão-chave para Miguel ter acesso ao estacionamento e o mandei ir com cuidado porque a pista estava bem molhada.

Então ele fala.

— Cuida bem dele tá? É o mínimo que você pode fazer.

— Eu sei disso.

Decidi levar Nick para minha casa, assim conversaria melhor com ele. Como ele deve morar sozinho, nesse momento seria bom que estivesse alguém ao lado dele mesmo sendo eu que concerteza ele deve estar me odiando a já armando uma espécie das piores macumbas ou planos para me ferrar.

Ficou um silêncio total no carro, eu esperava por isso já que nem nos conhecemos direito, somente de visão e não tendo uma boa impressão.

Em casa, pedi ao Nick que sentasse no sofá até eu ir buscar uma toalha e roupas secas para que ele tomasse logo um banho.

— Vai molhar seu sofá. Diz ele mostrando o quanto estava encharcado.

— Não tem problema, amanhã mando que enxuguem. Pode se sentar aí enquanto eu vou no meu quarto.

Nick obedece e se senta no sofá quando eu vou ao meu quarto no 2 andar. Era uma casa grande para apenas uma pessoa, as vezes tenho até medo de assombração quando vejo alguns filmes de atividade paranormal sozinho.

Anabelle é um deles que mais fico assombrado, boneca feia do caralho, parece o capeta com máscara de brinquedo.

Nick

Leonardo está sendo cuidadoso comigo apesar de ser apenas o mínimo que ele tem que fazer. Depois disso tenho certeza que quando adquirir o meu perdão irá caçar outro rumo a seguir e fingir que nunca me conheceu. Típico dos metidos que só pensam em si mesmos sempre.

Pelo menos ele não teve receio que eu me sentasse no sofá mesmo molhado. Ainda assim continuo deprimido por estar sentindo uma sensação melancólica dentro do meu corpo. Aviso meus amigos no grupo que o metido está se mostrando arrependido e me aturando ao cuidar de mim.

Abgail falou que jogou umas verdades bem picantes na cara dele que o fez refletir mais sobre o que fez dando iniciativa de querer me procurar com urgência.

Achei esse metido até fofo quando ficou preocupado comigo e vendo que eu não iria vir com ele, me pegou mesmo eu dizendo não.

Quando eu ficar de recesso na Universidade, vou visitar minha vó em Toronto que deve estar sentindo muito a minha falta assim como estou dela. Será minha primeira viagem para outro Estado que farei sozinho, pelo menos vai durar apenas dois dias de viagem no avião 00-9 que é considerado um dos mais rápidos.

O metido aparece com a toalha e umas roupas.

— Sei que as roupas não devem caber em você mas dá para passar a noite. Enquanto estiver no banheiro, vou arrumar o quarto onde você irá ficar.

— Não precisa fazer isso tudo por mim, não mereço. Já vi que você está realmente arrependido, então nossa dívida assim como você deve pensar, acaba aqui.

Ele me olha como se quisesse dizer que o que eu falei não fosse verdade, só então me olha com sinceridade.

— Tem razão de você pensar assim de mim mas, não estou fazendo isso porque considero uma dívida com você. Apenas senti vontade de estar fazendo isso, percebi o quanto eu errei e estou arrependido por isso. Olha eu não sou fácil, só estou demostrando esse lado gentil apenas para você. Então peço que pare de ter uma má impressão sobre mim, eu sou diferente dos outros.

— Você é metido, esnobe, se acha, desde quando te vi nunca vi humildade do seu lado e me olhava com olhar desprezível. Estou também desconfiado dessa sua atitude de bonzinho assim do nada, meus amigos ameaçaram te castrar?

— Nossa você é bem difícil de entender o meu lado. Quanto ao olhar que você falou que era desprezível, é apenas o meu jeito quando não conheço as pessoas e eu estava conversando com meu amigo sobre a festa. Será que podemos chegar numa reconciliação? Seus amigos não me ameaçaram em nada, apenas queriam me matar com o olhar. Você que não me conhece direito e acha que estou sendo legal por falsidade.

Não sei porquê tem hora que sinto vontade de rir da expressão que ele faz quando quer provar sua sinceridade. Se tudo o que ele disse for verdade, mesmo assim acho que depois que eu sair dessa casa ele nunca mais vai pensar que existo.

— Tudo bem — Estendo minha mão para ele — Nos reconciliamos aqui e agora senhor metido.

Leonardo pega na minha mão e diz:

— Será que dá para parar de me chamar de metido seu lunático?

Acabei rindo do que ele me chamou, pego as roupas e a toalha e vou ao banheiro tomar banho. Mas pera um segundo aí.

— Metido aonde é o banheiro? Achei que estava em casa.

Só então ele começa a rir e me guia até o banheiro que ficava no segundo andar do corredor. De certa forma estou me sentindo um pouco feliz com a presença dele, deve ser por ter me trazido em sua casa e dito aquelas coisas. Não vai me matar se eu acreditar que seja um pouquinho verdade o que ele disse.

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