— Originalmente, eles vinham em caixas, mas eu transfiro-os para frascos para facilitar, já que talvez eu precise viajar a trabalho na próxima semana. - Alícia explicou nervosa.
Richy achou a explicação plausível e não pressionou mais.
— O seu tornozelo pode não estar completamente curado na próxima semana. Se não for muito importante, peça para outra pessoa ir no seu lugar.
Alícia concordou, suspirando aliviada.
Enquanto examinava os remédios restantes, Richy pegou uma pomada e indagou:
— Ontem, no hospital, eles só lhe deram uma pomada? Nenhum outro medicamento?
— Tenho tido frequentes dores de estômago ultimamente. O médico achou que medicamentos poderiam agravar a situação. Então não receitou nenhum. - Alícia balançou a cabeça.
A dor no estômago reapareceu. Richy franziu a testa, sentindo algo estranho, mas incapaz de identificar o que era.
— Deixe-me trocar o curativo. - Richy pegou a gaze e a pomada, sentando -se na beira da cama e levantando o edredom.
Ele segurou o tornozelo machucado dela com a sua mão calorosa, causando uma careta de dor involuntária.
Delicadamente, ele desfez a gaze, revelando o tornozelo inchado de Alícia e a pomada parcialmente absorvida. Então, usou um, lenço com álcool para limpar a articulação inflamada. Após aplicar novamente a pomada no tornozelo de Alícia, ele enfaixou-o com cuidado e gentileza.
— Isso deve ajudar. - Richy a ajeitou na cama mais uma vez.
— Obrigada. - Alícia disse coquete.
Ele guardou os remédios e respondeu:
— Não precisa agradecer. Eu... - Nesse instante, o celular de Richy tocou novamente.
Ele verificou o identificador de chamadas, a sua testa se franzindo. Ele atendeu:
— Alô, Graziela!
O conteúdo da conversa de Graziela permaneceu um mistério, mas a expressão de Richy se tornou séria.
— Compreendi. Estarei aí em breve.
Richy encerrou a ligação e partiu rapidamente, com os seus passos determinados.
Alícia conseguiu interrompê-lo por um momento.
— Você retornará hoje à noite?
— Não tenho certeza. - Ele respondeu com incerteza.
— Como está Graziela? - Alícia reuniu forças para conseguiu perguntar.
— Alícia, você normalmente não faz tantas perguntas. - Richy lançou-lhe um olhar, franzindo o cenho.
Uma palidez repentina espalhou-se pelo rosto de Alícia.
— Meu tornozelo está latejando.Talvez você possa...
— O seu tornozelo está apenas torcido. Chame a governanta se precisar de ajuda. - Retrucou Richy de forma fria, partindo sem olhar para trás.
Enquanto Alícia observava a sua figura se afastando, um amargor a tomou. Ela raramente demonstrava a sua vulnerabilidade diante dele, mas ele respondeu como se ela estivesse sendo excessivamente delicada.
Quando alguém não tinha afeto por você, expor as suas fraquezas era inútil.
O divórcio estava à vista. Que direito ela tinha para controlar os romances dele?
Ela se repreendia por ser tão ingênua que até confundia um ato de gentileza com afeto.
Ela sentiu-se humilhada novamente.
Surpreendentemente, Richy não apenas ficou ausente por uma noite, mas por duas noites.
Alícia, no entanto, não estava disposta a desistir. Ela permanecia enclausurada na sua cama, aguardando o cair da noite. Brincava com o celular até que o sono a envolvesse, deixando apenas uma luz brilhante ao seu lado.
Ao despertar, a imaculada condição do outro lado da cama confirmava que ninguém havia ocupado aquele espaço.
Deitada ali, Alícia contemplava o teto com os olhos e soltava um suspiro:
— Por quê?
Já que o divórcio era iminente, por que ela ainda tinha esperanças de que eles se acertariam?
No entanto, ele era o homem que ela havia amado durante uma década e compartilhado uma cama por três anos.
Como simplesmente poderia aceitar o fim?
Provavelmente, apenas depois de Richy repetidamente a desapontar, apagando qualquer vestígio de amor por ele, que ela finalmente conseguiria se libertar.
Depois de um tempo, Alícia decidiu se levantar para fazer a sua higiene pessoal. O domingo estava chegando ao fim e a segunda-feira logo amanheceria.
Ela tinha uma reunião marcada com Richy para dar seguimento ao processo de divórcio naquele dia.
Assim que o divórcio fosse concluído, eles deixariam de fazer parte da vida um do outro.
Embora ainda compartilhassem o mesmo espaço, os laços matrimoniais seriam desfeitos.
Independentemente do quão próximo ele ficasse de Graziela, Alícia não tinha o direito de interferir. Ela só podia observar enquanto o homem que uma vez chamou de marido se entregava a outra mulher.
Parecia que o seu futuro estava repleto de desafios.
Alícia não queria uma vida assim.
Ela caminhou até a varanda, apoiada nas muletas, se acomodando numa cadeira de balanço para aproveitar um pouco de sol.
O seu celular emitiu uma notificação.
Davide havia enviado uma mensagem para ela.
..."Você não deveria ter vindo? Já é fim de semana. Por que você ainda não apareceu?"...
Foi então que Alícia se lembrou da promessa que havia feito a Davide.
..."Peço desculpas, não poderei comparecer. Por favor, transmita os meus arrependimentos aos seus pais. Eu os visitarei em outra ocasião, quando o tempo permitir." ...
..."O que aconteceu? Problemas no trabalho? Não te vi no estúdio nos últimos dias."...
..."Ah, é uma história longa. A razão pela qual não fui ao estúdio, foi porque da última vez que estive lá, uma prateleira caiu sobre mim. Acabei torcendo tornozelo e estou me recuperando em casa"...
Houve uma breve pausa antes que Davide decidisse iniciar uma videochamada.
Ao atender, Alícia viu o rosto preocupado de Davide preenchendo a tela.
— Como você está se sentindo? É algo sério?
Você foi ao hospital? O que o médico disse?
— Não precisa se preocupar. Fui ao hospital e o médico assegurou-me que não é nada grave. Só preciso repousar um pouco em casa. - Tranquilizou Sabrina.
Ela então direcionou a câmera para o tornozelo inchado.
— Você acha que isso não é grave? Como foi que aconteceu? - Sua voz cheia de preocupação evidente.
— Talvez eu só tenha tido um pouco de azar. - Comentou Alícia com um sorriso, voltando a câmera para si mesma.
— Ei, onde você está hospedada? Já que não pode vir, por que eu não vou até você? O que você gostaria de comer? Posso levar algo para você? - Davide sugeriu casualmente.
Alícia e Davide eram amigos de infância, namoraram até ela se mudar. Eles se reconectaram há apenas um ano. Devido ao agitado cronograma de trabalho de Davide, eles raramente conseguiam se encontrar em particular. Geralmente comiam fora ou Alícia visitava os pais dele. Mas ele nunca conseguiu esquecer a jovem.
Alícia terminou com ele e optou por ser sua amiga.
Davide sabia pouco sobre a vida dela depois que ela partiu do lugar onde morava, além de que tinha sido adotada pela família Lehmann.
Como Richy não estava em casa naquele momento, Alícia não viu razão para recusar a oferta de Davide.
Com um sorriso, ela aceitou.
— Claro, venha. Vou te enviar o endereço por mensagem. Me ligue quando estiver na entrada. Você poderia também trazer bolinhos e suco para mim?
— Eles ficam no caminho?
— Não, mas você está vindo me ver, certo? Você não vai se importar de fazer um pequeno desvio, não é?
— Claro que não. - Respondeu Davide, com um sorriso gentil em sua voz.
Quando ele finalmente chegou, já era quase meio-dia.
Depois de confirmar com o porteiro, ele recebeu permissão para entrar.
Com a ajuda da governanta, Alícia já havia descido e o esperava na sala de estar. Davide conseguiu encontrar a casa com base nas instruções de Alícia.
Ao entrar, ele comentou:
— Deve ser um lugar caro, não?
Retornando com um sorriso caloroso, ela respondeu:
— Você é uma celebridade, imagino que possa bancar facilmente um lugar assim!
— Não exatamente, mas gostaria de ver como a família Lehmann trata você. Se eles não forem acolhedores, saiba que você sempre terá um lugar comigo e meus pais. - Respondeu Davide com um tom de seriedade.
Neste momento, a governanta surgiu da cozinha.
— Senhorita, o que vocês gostariam para o almoço?
Alícia pediu à governanta que ajustasse a forma como a tratava.
Estava se preparando para se divorciar de Richy, um segredo bem guardado dos seus amigos, inclusive de Davide.
Com o divórcio à vista, ela imaginava que aquela casa seria seu refúgio exclusivo, ansiosa pela oportunidade de convidar os seus amigos para a visita.
Alícia pediu os seus pratos favoritos, e virou-se para Davide:
— E você, o que prefere comer? E só dizer.
— Certo. - Davide então pediu alguns de seus pratos favoritos.
A governanta se retirou para a cozinha enquanto Alícia exigia friamente:
— Entregue os bolinhos que você comprou.
Davide trouxe uma série de presentes, o suficiente para fazer duas viagens de carro para entregar tudo. Embora não fossem presentes extravagantes, representavam gentileza dos seus pais.
— Pode colocar aqui na sala de estar. A governanta vai organizar tudo depois do almoço. - Orientou Alícia.
Davide assim o fez.
Os dois aproveitaram o almoço numa conversa animada, relembrando os dias de infância, frequentemente se entregando a risadas contagiantes.
Há uma da tarde, Davide se despediu e foi embora.
Voltando para seu quarto, Alícia buscou refúgio no sono.
Às três da tarde, Richy voltou do trabalho e se dirigiu à cozinha.
Enquanto servia um copo de água, notou presentes cuidadosamente dispostos num canto da cozinha.
A sua curiosidade foi despertada.
— Recebemos alguma visita hoje?
A governanta respondeu de forma direta:
— A senhora Lehmann recebeu uma visita.
Uma pausa instalou-se enquanto ela optava por não fornecer mais detalhes. Richy, porém, não estava satisfeito e insistiu:
— E então?
— Bem, ela pediu para ser chamada de senhorita Rech na presença da visita.
Uma ruga de perplexidade apareceu na testa de Richy, quando ele perguntou:
— Essa visita foi de um homem?
— Sim, senhor. Um jovem muito bonito, divertido e eles passaram a tarde toda sorrindo. Eu nunca vi a senhora Lehmann tão feliz.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Lourdinhafelix Felix
eu vou lê até onde vai da essa palhaçada autora
2025-03-25
0
Rosangela Paula
tentei mais não dá mais pra ler muita humilhação de mais Alice burra
2025-03-11
2
Gessivania Benevinuto
estou com raiva da Alicia, mulher caí fora
2024-12-10
0