Quando acordou na manhã seguinte, Richy já havia partido. A porta e as janelas estavam fechadas, como se ele nunca tivesse estado lá.
Alícia se aprontou para o dia e, em seguida, se dirigiu ao escritório.
Ela se dedicou ao trabalho na empresa, antes de partir para o estúdio à tarde.
Conforme o dia progredia, o ritmo da sessão de fotos se intensificava, e Graziela estava se tornando mais competente.
Durante uma pausa, Allie mostrou as fotos do dia a Alícia.
Assim que o cenário ficou pronto, eles retomaram as filmagens.
Sob a luz dos holofotes, com maquiagem e estilo impecáveis, Graziela estava verdadeiramente deslumbrante. Até mesmo Alícia teve que admitir que ela estava linda.
O ensaio chegou ao fim.
Alícia e Allie se reuniram para analisar as fotos.
Graziela também se aproximou para dar uma olhada nas imagens.
De repente, Julia exclamou:
— Graziela, adivinha quem deu o ar da graça.
Erguendo a cabeça, Graziela soltou um grito animado:
— Richy!
À medida que Richy se aproximava, a sua expressão mudou drasticamente.
— Cuidado!
Um grito inesperado fez Alícia olhar para cima, e então ela sentiu um empurrão firme.
Uma prateleira próxima tombou, emitindo um som ensurdecedor. Alícia caiu no chão, o seu tornozelo latejando de dor.
— Você está bem? - Richy envolveu Graziela nos seus braços, sua voz cheia de preocupação.
— Richy, obrigada por ter chegado a tempo. Se você não tivesse me afastado, eu teria me machucado. - Graziela se apoiou no peito de Richy, seu rosto revelando o medo que sentia.
— Foi por pouco, a prateleira quase te pegou. Felizmente, o senhor Lehmann foi rápido. - Julia aproximou-se. — Não podemos agradecer o suficiente, senhor Lehmann. Sem você, Graziela poderia ter se machucado.
A cena diante de Alícia a arrepiou.
Um calafrio percorreu a sua espinha, abafando a dor no seu tornozelo.
A atenção dele estava focada inteiramente em Graziela. Ela era a única pessoa no seu campo de visão.
O que mais a incomodou não foi a preocupação de Richy por Graziela, mas o empurrão que ele deu nela.
Aquele empurrão colocou a sua vida em perigo.
Ele não parecia se importar com seu bem-estar. A sua preocupaçāo estava exclusivamente voltada para Graziela. Ele até estava disposto a deixar Alícia se machucar para proteger Graziela.
— Você está bem, Alícia?- Allie deu um salto com a queda da prateleira e o estrondo subsequente.
Ela largou apressadamente a câmera para auxiliar Alícia.
No momento em que Alícia tentou mover seu tornozelo, uma dor lancinante no estômago a atingiu. Subitamente, Alícia pressentiu algo errado. Agarrando a mão de Allie, ela ofegou:
— Allie, preciso ir ao hospital!
Quando Richy percebeu Alícia no chão, o seu semblante encheu-se de preocupação. Ele ergueu-a rapidamente.
— Alícia, você está bem? Eu vou te levar para hospital.
Alícia segurou firmemente o braço dele, sussurrando com dificuldade:
— Hospital, rápido!
A agonia no seu estômago aumentou, e o seu rosto refletindo o pânico que a tomava. Graziela e Julia ficaram furiosas vendo a cena.
O bebê!
Ela tinha que proteger o bebê!
Com Alícia nos braços, Richy entrou apressadamente no carro e instruiu o motorista:
— Depressa! Nos leve para o hospital mais próximo!
Sem pronunciar uma palavra, o motorista acelerou o veículo e partiu.
Alícia, apoiada no peito de Richy, começou gradualmente a desfalecer.
Richy sussurrou ansioso no seu ouvido:
— Alícia? Alícia, fique acordada. Estamos quase lá.
— Entendi. - Alícia fez um esforço para permanecer consciente.
Num estado de confusão, ela foi conduzida até a sala de emergência. Com grande dificuldade, conseguiu dizer ao médico:
— Por favor, salve o meu bebê.
— Não se preocupe. Faremos o possível para proteger seu bebê.
Após ouvir as palavras tranquilizadoras do médico, Alícia soltou um suspiro de alívio. Mas não pôde evitar acrescentar:
— Quanto ao homem lá fora, ele é meu ex- marido. Por favor, não revele a ele que estou esperando um filho.
O médico ficou surpreso.
Ao perceber que o homem do lado de fora parecia demonstrar uma profunda preocupação por Alícia, o médico havia presumido que eles ainda estavam casados, mas descobriu agora que estavam divorciados.
No entanto, essa era uma questão estritamente pessoal dela. Como médico, ele tinha o dever de manter a confidencialidade dos seus pacientes.
Mas por que aquele homem parecia tão familiar?
Após um longo período, Alícia emergiu das profundezas da escuridão, sendo recebida pelo forte odor de desinfetante.
Os seus olhos abriram-se lentamente, revelando que estava numa enfermaria hospitalar.
— Tudo bem, Alícia? Como você se sente? - Perguntou Richy.
Abrindo os olhos, ela deparou-se com a reconfortante visão do belo rosto dele.
Instintivamente, ela colocou a mão fria na sua barriga.
— Parece que está tudo bem. - Ela respondeu, notando que a noite havia caído lá fora.
Um ronco faminto escapou do seu estômago, quebrando o silêncio.
— Está com fome? Vou pedir para que tragam algo para você. - Ele ofereceu.
Alícia olhou para ele e sussurrou:
— A espera pode ser longa. Estou faminta. Você poderia pegar algo para mim?
Pela primeira vez, um sorriso terno formou-se no rosto de Richy, que concordou prontamente:
— Claro, vou pegar algo. Fique aqui e chame a enfermeira se precisar de qualquer coisa. Não se esforce para se mover.
Alícia simplesmente acenou com a cabeça.
Enquanto Richy saía, ela chamou a enfermeira pressionando o botão.
— Posso te ajudar, senhora? Está sentindo algum desconforto?
— Eu preciso saber. Como está o meu bebê?
— Não se preocupe. O seu bebê está bem. No entanto, o feto está instável no momento, e você torceu o tornozelo. Sugiro que não saia da cama ou caminhe por alguns dias.
— Certo. Obrigada. - Alícia suspirou aliviada e agradeceu.
Logo depois, Richy retornou com uma variedade de comida da lanchonete do hospital, incluindo carnes, legumes, sopa, e uma suculenta pera e uma caixinha de leite.
Enquanto Alícia saboreava a sua refeição, ela sugeriu:
— Por que você não vai para casa? Tem muitos médicos aqui. Você pode me buscar amanhã. Se estiver ocupado, mande o motorista me levar.
— Eu vou ficar com você. Com o seu tornozelo machucado, não é fácil para você se mover. Já providenciei para o motorista trazer algumas roupas para você trocar.
Alícia sentiu um calor reconfortante no coração.
— Tudo bem. - Sua voz estava feliz.
O celular de Richy começou a tocar subitamente.
Ele tirou o celular do bolso e verificou a tela. Saindo do quarto, ele atendeu.
— Alô, Graziela?!
Ao ouvir aquele nome, Alícia levantou o olhar e tentou escutar sorrateiramente. Mas Richy estava longe demais para Alícia ouvir claramente.
Após a ligação, Richy voltou com um toque de arrependimento.
— Desculpe, Alícia. Preciso sair. Graziela não está se sentindo bem. Eu fiz arranjos para que o motorista traga a governanta para cuidar de você. Voltarei amanhã para buscá- la.
Antes que ela pudesse responder, Richy saiu às pressas do quarto.
Observando ele partir, Alícia sorriu amargamente.
Mais tarde, o motorista chegou com a governanta, que cuidou dela durante a noite.
Na manhã seguinte, Alícia teve o seu curativo trocado e o motorista a levou para casa. Com a ajuda da governanta, ela caminhou até o carro com muletas.
Surpreendentemente, o carro estava vazio, sem sinal de Richy.
Ela abaixou a cabeça e apertou os seus lábios enquanto observava a paisagem se afastar, refletindo sobre a ausência de Richy.
Ela foi rápida em perdoar, mas parecia que Richy não apreciava isso.
Com o tornozelo ainda dolorido, Alícia decidiu trabalhar de casa e lidar com as suas tarefas diárias. Para evitar as escadas, escolheu ficar no
segundo andar e pediu à assistente que trouxesse o seu laptop.
A governanta trouxe a sua refeição mais tarde.
Ao som da porta se abrindo, Alícia distraída pediu:
— Apenas coloque na mesa, vou comer mais tarde.
— É melhor comer primeiro e depois continuar seu trabalho. Não vai demorar e o trabalho pode me esperar. - Disse Richy.
Olhando para cima, Alícia ficou surpresa ao ver Richy entrando com a sua comida.
— Você já voltou do trabalho?
Enquanto ela desligava computador, Richy colocou a refeição na mesa ao lado da cama antes de descer para jantar.
Quando Alícia terminou de comer, ele voltou para limpar a mesa.
Em seguida, ele apareceu com uma bolsa de remédios, examinando os comprimidos cuidadosamente.
Dentro da bolsa, além da medicação prescrita, estavam os comprimidos que Alícia tomara anteriormente para as suas "dores no estômago".
Enquanto Richy inspecionava os medicamentos, Alícia segurava suas roupas com nervosismo.
Ele analisou dois recipientes sem etiquetas e questionou:
— Estes são os remédios que você tomou para a dor de estômago, não é? Por que eles não têm identificação?
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Juliana Beijo de Borboleta
Não se iluda.
2025-03-23
0
Rosangela Paula
tá de mais que homem idiota ela mais burra ainda
2025-03-11
1
Marilea Brandão
Eu quero que ela racha e taquicardia tudo no ventilador
2024-12-19
1