Quando acordou na manhã seguinte, Alícia percebeu o espaço vazio ao seu lado, sem nenhum sinal de Richy.
Ela sentou-se na beira da cama, perdida em pensamentos.
Ele devia ter passado a noite com Graziela.
Alícia deveria ter antecipado isso.
Mas por que ela ainda se sentia vazia por dentro?
A porta do quarto abriu-se com um clique e Richy entrou, encontrando Alícia pálida e distante, sentada na cama. Ele sentou-se ao lado dela, balançando as suas pernas longas, enquanto perguntava:
— Alícia, você está doente?
Pega de surpresa, ela sentiu-se levemente feliz ao vê-lo e levantou da cama.
— Não.
— O que aconteceu? conte-me.
Contar a ele?
Ela deveria desabafar com ele que era contra a ideia do divórcio?
O presente e o fato de ele não passar a noite com Graziela poderiam ser sinais de que ele nutria sentimentos por ela?
Ele concordaria em não ir em frente com o divórcio se ela propusesse a ideia?
Enquanto Alícia estava prestes a falar, ele interrompeu-a:
— Continuarei sendo seu irmão depois do divórcio. Fique à vontade para compartilhar qualquer coisa comigo.
Suas palavras fizeram Alícia perder as dela.
Depois de uma longa pausa, ela virou-se para ele, forçando um sorriso.
— Estou bem, de verdade. Pode descer. Eu me juntarei a você depois de me arrumar.
Richy soltou o colarinhọ e a observou, franzindo os lábios.
— Nós ainda não estamos divorciados, Alícia. Você quer criar uma distância entre nós agora mesmo?
Ela novamente forçou um sorriso e engoliu a sua tristeza, balançando a cabeça.
— Não.
Richy franziu a testa e disse impaciente:
— Se você não quer conversar, não vou te pressionar. Preciso ir para o escritório.
Com isso, ele saiu do quarto sem olhar para trás.
Quando a porta se fechou e Alícia se viu sozinha, o seu sorriso desapareceu.
Por que ele estava chateado?
Ele estava ficando cada vez mais impaciente com ela pelo fato de Graziela ter retornado?
Alícia usava o seu sorriso como uma máscara, uma fachada feia.
Mais tarde, no Grupo Lehmann, a assistente entrou na sala sem bater:
— Senhorita Rech, a agente da Sharleny está na linha.
Sharleny Cortes, uma atriz popular, assumiu o papel de embaixadora para os novos estilos sazonais da marca Roupas HK, do grupo Lehmann.
A sua imagem jovem e bela, além do seu reconhecimento pelo público, a tornou a escolha perfeita para o tema dos novos estilos desta temporada.
— Qual é o problema? - Alícia perguntou curiosa
— Ela recusou-se a revelar qualquer coisa, insistindo em falar com você. - A assistente passou-lhe o telefone.
— Alô, Mandy? - Alícia pegou o telefone.
— Senhorita Rech, se acredita que Darlene não é adequada para o Grupo Lehmann, é só dizer. Assim, não precisamos colaborar com vocês. Rejeitamos outras ofertas de embaixadoras e agora vocês querem substituir ela por outra pessoa? Vocês não nos valorizam? Exigimos uma explicação! - Ao ouvir a voz de Alícia, Mandy, agente de Sharleny, respondeu com raiva.
— Primeiro, se acalme, Mandy. A escolha para embaixadora é Sharleny. Por que sequer pensaríamos em substituí-la? - Alícia perguntou, confusa.
— O quê? Você não sabe que o diretor do seu departamento de relações públicas notificou-me pessoalmente sobre a substituição dela?
Depois de um breve silêncio, Alícia respondeu:
— Vou resolver esse problema imediatamente e lhe retorno com uma explicação.
Após encerrar a ligação, Alícia se levantou da cadeira com uma expressão séria e foi até departamento de relações públicas. O som do seu salto alto ecoava pelo chão enquanto ela caminhava.
Rubi Morales, diretora do departamento, vinha sendo uma fonte constante de desentendimentos com Alícia pelos últimos três anos.
Ao ver Alícia sair, um funcionário sussurrou:
"Isso vai ser interessante. Sempre existiu tensão entre Rubi e Alícia."
Alícia invadiu o escritório de Rubi, exigindo uma resposta.
— Por que Sharleny foi substituída como embaixadora, Rubi?
Rubi, sem se abalar com a chegada de Alícia, se aproximou com os braços cruzados.
— Por que toda essa raiva? Vamos nos sentar e conversar. - Rubi disse zombando grosseiramente.
— Não há necessidade de formalidades. O senhor Lehmann aprovou a cooperação. Qual o seu interesse em se intrometer nos assuntos da Roupas HK? - Alícia contra argumentou
Rubi disparou, retrucando:
— E por que eu não deveria me intrometer?
Quem você pensa que é para gritar comigo? Se não fosse pelo seu falecido pai, você nem sequer seria diretora de marca da Roupas HK. Se enxerga!
Alícia respondeu friamente:
— Você não está em posição de me julgar.
Ela não permitiria que ninguém difamasse o seu pai.
Os funcionários começaram a transferir a atenção do trabalho para acompanhar a escalada da discussão.
— O quê? Toquei num ponto sensível? Não foi você quem entrou para a empresa através de conexões familiares? Você vive se esfregando com o senhor Lehmann, não é? - Rubi riu com deboche.
Ela já tinha visto Alícia descer do carro de Richy e visitar o seu escritório com frequência, então fez uma investigação e descobriu que Alícia foi adotada pela família Lehmann simplesmente devido à doação de fígado do seu pai ao avô de Richy. Provavelmente, ela se jogava ou dormia com ele.
Um traço de ciúmes surgiu nos olhos de Rubi enquanto ela comentava:
— Que pena. Agora que Graziela voltou, o senhor Lehmann mal te olha. Seu pai, que viveu tão pouco, teria ficado desapontado com a filha que ele deixou para trás. Uma mulher tão baixa que só serve para limpar prego de homem.
PAF!
O escritório ficou em silêncio e os funcionários trocaram olhares surpresos. Rubi, com a mão na bochecha, olhou chocada para Alícia.
— Você me bateu! O seu pai colheu o que plantou com uma filha sem- vergonha como você…
— Se você não calar a sua boca agora, e se os seus pais não te ensinaram a respeitar os outros, eu vou te ensinar. - Alícia retrucou friamente.
Ela levantou a mão novamente, mas não chegou a dar outro tapa porque alguém segurou o seu pulso.
Ela virou-se, tentando se soltar, e congelou ao reconhecer o rosto.
— Senhor Lehmann! - Rubi disse se vitimizando.
Richy examinou Rubi com um olhar gélido e, em seguida, olhou para Alícia.
— Parece que vocês estão com tempo de sobra. Duas diretoras brigando na frente de todos os funcionários? E esse o exemplo que vocês estão dando? O que vocês supõem que esta empresa é?
Por mais que os demais funcionários tivessem desviado o olhar, eles não resistiam a olharem de canto para as duas ocasionalmente.
Rubi manteve-se firme ao falar, seu tom cheio de confiança:
— Eu estava simplesmente cumprindo as minhas obrigações quando ela chegou de repente, fazendo escândalo, além de me agredir sem qualquer motivo. Como uma pessoa assim pode merecer ser diretora de marca?
Richy se virou para Alícia e ordenou:
— Peça desculpas a Senhorita Rubi. - Ele ordenou secamente.
Ela respirou fundo e fechou, as mãos em punhos ao responder:
— Assim que ela fizer o mesmo, ficarei feliz em retribuir!
Apesar de ter reconhecido o seu erro ao dar um tapa em alguém num ambiente profissional, ela não sentia remorso algum.
Mas contanto que Rubi admitisse a sua culpa primeiro, Alícia não teria nenhum problema em enfrentar as consequências.
Se sentindo injustiçada, Rubi olhou para Richy e disse pausadamente:
— Senhor Lehmann, não consigo ver onde errei.
Antes que Alícia conseguisse protestar, Richy interrompeu, com o seu ultimato ecoando:
—Peça desculpas, Senhorita Rech!!!
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Rosilene Oliveira
deixa de ser idiota pessoa a conta e vai para bem longe desse povo e não se humilhe para ninguém,acorda Alice ,o homem não te quer 😡😡😡😤😤😤
2025-03-29
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Vilma Pereira
Tome uma posição, vai ficar se humilhando até quando.
2025-03-05
0
Jessy Andrade
como consegue viver com as sobras da outra?
2024-09-18
0