Capítulo 15

A palavra "cunhada" soou fria e distante.

Ele estava realmente pedindo à sua esposa que brindasse a Graziela na frente dos amigos deles?

Ele nem sequer a considerou como a sua esposa?

Ou ela foi apenas um brinquedo para ele?

Um calafrio percorreu o corpo de Alícia, os seus músculos tensionaram e seus dentes cerraram.

Ajustando a sua gravata, Richy acrescentou casualmente:

— Algum problema? Você não quer fazer isso?

Ou você não aceita a sua futura cunhada?

Ouvindo as suas palavras indiferentes, o coração de Alícia doeu, o sorriso falso no seu rosto começou a desmoronar.

Richy sabia exatamente como a machucar e onde Ihe doía mais!

Isso não é apenas um brinde a Graziela? Não há nada de errado nisso, certo? Graziela é tão encantadora. Alícia, você está sendo rude. - Disse Erick.

Suprimindo as suas emoções, Alícia apertou os lábios e pegou a taça da mesa. Levantando-a em direção a Graziela, ela engoliu o conteúdo num gole. Sem uma palavra, ela colocou a taça de volta na mesa, se virou e saiu da sala.

— Ela nem mesmo cumprimentou Graziela. - Erick balançou a cabeça, um sorriso irônico surgindo nos seus lábios. — Ela realmente pensa que é parte da família Lehmann? Que desrespeito pela namorada de Richy! A família Lehmann a acolheu generosamente em seu círculo. Graziela é a futura senhora Lehmann e Alícia ousa tratá-la com desdém? Richy, você vai deixar isso passar?- Falou Erick.

— Hum. - Spencer pigarreou, lançando um olhar sombrio para Richy.

— Chega de discussões. - Exigiu Richy.

Percebendo o descontentamento de Richy, todos presumiram que era obra de Alícia e decidiram encerrar o assunto.

No entanto, havia uma pessoa ansiosa para agradar Richy e Graziela.

— Richy, Você não pode mimar Alícia assim. Olha, ela não te respeita, nem Graziela, achando que tem o respaldo do seu avô. Se você não colocá-la no lugar dela, um dia, ela pode até reivindicar ações em nome do seu avô. - Erick desdenhou.

— É mesmo? E como você sugere que eu faça isso? - Richy perguntou com indiferença, girando a sua taça, com uma expressão séria no rosto.

— É simples. Ela ainda está solteira, não é? Arranje um marido para ela, e ele com certeza a manterá sob controle para você. Mulheres como ela, normalmente só prestam na cama ou na cozinha.

— ldeia interessante. - Richy comentou.

Erick sorriu ao ouvir o elogio.

De repente, Richy se levantou rapidamente e deu um chute certeiro no joelho do homem.

Surpreso, o homem caiu de joelhos, sentindo uma dor aguda na perna.

A sala silenciou em choque. Richy olhou friamente para homem e disse:

— Independentemente do comportamento de Alícia, ela continua sendo membro da família Lehmann. Não vou tolerar esse tipo de comentário novamente.

— Claro, claro. - Erick respondeu enquanto gemia de dor.

— Vamos embora. - Richy se virou para Graziela. — Vou pedir ao motorista que a leve para casa.

Alícia retornou a sua sala, aparentemente calma, mas com o coração pulsando de dor, a deixando sem ânimo. Como os três tinham compromissos a cumprir no dia seguinte, então encerraram a conversa rapidamente.

Davide pagou a conta e todos se dirigiram ao estacionamento. Dizendo adeus, Allie comentou:

— Meu carro está ali, então vou indo.

— Está bem. - Alícia assentiu para Davide. — Eu também tenho que ir.

Davide lembrou:

— Lembre-se do nosso jantar na minha casa.

— Não vou esquecer, prometo. - Entrando no carro ela partiu.

Ao chegar na sua casa, Alícia entrou com a sua bolsa, apenas para encontrar Richy sentado no sofá da sala de estar. Ele ainda estava vestido com o terno, reclinado no sofá, usando o braço como apoio, parecendo estar cochilando.

O som da porta o despertou. Levantando lentamente o braço, ele abriu os olhos e encontrou o olhar de Alícia.

— Está de volta? - Indagou Richy.

Silenciosamente, Alícia subiu as escadas sem desviar o olhar. Richy, observando a sua figura se afastar, deixou os seus olhos seguirem cada passo dela até desaparecesse no topo da escada.

Após um tempo no andar inferior, Richy se levantou e encaminhou-se para o quarto principal no andar de cima. Ao entrar, percebeu que o quarto estava vazio, exceto pelo som abafado da água caindo da cascata no banheiro, indicando que Alícia estava desfrutando de um banho.

Quando retornou, encontrou Alícia saindo do banheiro. Ela tinha se esquecido de levar as suas roupas de dormir consigo. O seu cabelo molhado ainda não estava completamente seco, e ela estava envolta numa toalha de banho que mal cobria o seu corpo. O seu pescoço era gracioso, seus ombros delicados como porcelana. Sob a toalha, o seu busto parecia cheio, e Richy quase podia sentir a maciez através do olhar. As suas longas pernas estavam à mostra.

Os dois encararam-se, e Graziela rapidamente desviou o olhar. Ela dirigiu-se ao guarda-roupa para pegar a sua camisola, anunciando casualmente:

— Vou descansar no quarto de hóspedes esta noite. Fique a vontade.

— Alícia, o que quer dizer? - Ele se virou para encará-la.

— Não é nada. Eu só quero a sua felicidade. - Respondeu Alícia com um toque de sarcasmo, detectando o leve cheiro de álcool nele.

— Você está chateada porque te mandei brindar a Graziela? - Richy, apoiado na entrada, questionou.

— Não posso ficar chateada? - Alícia arqueou uma sobrancelha, a sua raiva se estendendo.

Ela também estava irritada com a postura protetora dos seus amigos em relação à Graziela.

— Por que a raiva? Afinal, em breve, ela será a sua cunhada, não foi nada de mais.

— Não se preocupe. Depois do divórcio, nunca mais a verei. Alguém que arruinou o meu casamento não merece ser minha cunhada. - Alícia respondeu com determinação.

Richy se aproximou dela e disse:

— Você disse que Graziela foi quem destruiu o nosso casamento, mas e aquele homem que vi com você no estúdio?

A menção de Davide por parte de Richy, deixou Alícia desconcertada.

Diante do silêncio dela, ele continuou:

— É dele que você gosta? Ele é o é o motivo de você ter se afastado desde que voltei da viagem?

Está pensando em divórcio há algum tempo, não é?

Surpreendida com as acusações inesperadas de Rich, Alícia respondeu com uma risada amarga:

— Isso é porque.. - Ela fez uma pausa no meio da frase e continuou: — Não me importo com o que você pensa.

— O Quê? Está guardando sentimentos por aquele homem? Não se importa com o que penso? Talvez não possa se explicar? Não é surpresa que tenha concordado tão prontamente com o divórcio. Graziela e eu te demos exatamente o que queria, e ainda assumi a culpa perante os meus avós. - O olhar de Richy endureceu enquanto expressava a sua especulação com calma.

— Por que presumiria isso? - Alícia retrucou.

— É mentira? Deseja a minha felicidade, ou apenas quer ficar com o homem que ama?

Alícia não conseguiu conter uma risada. O Seu

coração estava anestesiado naquela noite.

— Ele já tocou em você? - Ele segurou o braço dela.

— *Me solt**a*!! - Ela empurrou-o fortemente.

Mas ele não se movia.

— Responde se ele tocou com você sua v#g#bund#? - Richy pressionou o queixo dela.

Alícia chorou de dor, parecia que a sua mandíbula estava se deslocando. Observando o quanto ele estava impulsivo devido o álcool, ela negou.

— Vou verificar. - Ele puxou a toalha do corpo dela.

Ela ficou completamente imóvel. Mas o rosto atraente diante dela se aproximou lentamente, e o hálito quente roçou sua bochecha.

Sem pensar, ela fechou os olhos.

Mas o beijo que ela esperava nunca veio.

Richy deu um passo para trás.

— Você realmente acha que eu levaria você para a cama?

Ele saiu. O som alto de uma porta fechando tirou Alícia de seus devaneios. Ela ficou paralisada no lugar.

O frio da sala começou a penetrar em sua pele.

Ela puxou rapidamente o cobertor ao seu redor, se encolheu no canto da cama e escondeu o rosto nele. Lágrimas silenciosas embebiam o cobertor.

Ele a deixou vulnerável e exposta, como um tapa em sua face.

Bastou um momento por parte dele, e ela se entregou ao seu charme.

Que patética!

Pouco antes, ele a fez brindar a outra mulher. No entanto, quando ele se aproximou, o coração dela se rendeu novamente.

E então, ele saiu.

A lealdade dele a Graziela era inabalável.

Alícia tinha suportado mais uma rodada de humilhação. Para ele, ela não tinha valor algum.

A verdade era que ele nunca a considerou como a sua esposa, apenas como um brinquedo, um objeto descartável que ele mimava quando estava de bom humor e descartava quando o tédio chegava.

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