Capítulo 15

JC

Ele me olhou, no fundo dos meus olhos e depois desceu o olhar pra minha boca. Senti que ele me queria, e aquilo me deixava louco. Não sabia oque ele queria de verdade, se ele realmente podia ser gay, ou bi, ou se eu que estava ficando louco e nada daquilo era real.

JC - Me respon...

Fui surpreendido por um beijo, era isso mesmo? Ele me beijou mano, e não o contrário, e lógico que eu retribui. E que beijo mano, foi muito mais gostoso que o primeiro, ele me beijava com um fogo e com muita força, enquanto dava leves mordidas em meu lábio inferior para pegar ar durante o beijo, ao mesmo tempo sua mão desceu até minha cintura e me puxou mais pra perto de si. Senti seu membro duro junto ao meu, que também já estava duro feito pedra. E caralh* que tes*o ele me dava, minha nossa.

Ele parou o beijo com um leve selinho, e assim nos afastamos um pouco, o que foi até bom, apesar de querer continuar, eu precisava respirar.

Ele ficou alguns segundos me olhando nos olhos sem falar nada, até que sua boca se abriu.

Pedro - Nunca, nunca mesmo, com mina nenhuma, eu senti algo parecido com o que eu senti com você.... Droga... Caralh*.

Ele saiu batendo em algumas coisas, muito bravo e revoltado.

Tentei o segurar, agarrando seus braços e envolvendo meu corpo ao dele. E ele ficou ali imóvel, e quieto por um tempo, até que ele falou.

Pedro - Não estou bravo com você, por me fazer sentir isso, pelo contrário, você fez eu sentir algo surreal.

Meu coração disparou em ouvir aquilo, mas eu não disse nada, deixei que ele continuasse.

Pedro - Eu tô puto por dois motivos, primeiro que eu sou o dono de todo esse caralh* desse morro, e se descobrirem isso, ( fez sinal com a mão apontando para mim e para ele ) eu posso perder meu posto, ou posso perder até minha vida, mano. Tu sabe que a comunidade não vai aceitar um gay como dono de tudo, jamais.

Olhei pra ele e abaixei a cabeça, estava triste por ele ter razão, infelizmente o preconceito ainda é ridiculamente imenso.

Pedro - E o segundo motivo, é que até hoje, eu só tinha um ponto fraco... Não me entenda mau, eu amo você, e a tia Mari, e vocês são importantes demais pra mim. Mas se algo acontecesse a vocês eu ainda sabia como reagir, mesmo com a dor eu saberia oque fazer, meu único ponto fraco era a Manu. Só que agora não, agora você, em pouco tempo, tá conseguindo se tornar esse ponto fraco. Alguém que se acontecesse algo hoje eu não sei oque fazer. Percebi isso no dia em que te encontrei no beco. Por fora eu estava tranquilo e tentando manter a calma, mas por dentro eu estava destruído e morrendo de medo de te perder, e isso foi antes disso tudo aqui, oque me faz pensar, se isso não pode piorar ainda mais. Eu odeio isso, odeio não saber como reagir, igual foi no dia que mataram meu pai, ele era meu único ponto fraco, e ele sempre me ensinou, nunca ame ninguém a ponto de ter essa pessoa como seu ponto fraco. Pois se isso cai no ouvido de quem não deve, você está colocando um alvo nas costas de quem você ama.

Vi uma lágrima escorrer de seus olhos quando ele falou do pai. Pqp, não queria magoar ele, e se pra ter ele eu tiver que o magoar e ver ele assim, eu prefiro nunca o ter.

Me chateava muito pensar no que se passava pela minha cabeça. Mas era o certo, eu iria embora. Embora do morro. Talvez deixar ele seja a melhor opção pra que ele fique bem novamente. Afinal, ele até hoje foi o melhor dono que esse morro já teve, superou inclusive seu pai, e olha que a maioria adorava o pai dele.

JC - Eu vou embora.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***