Capítulo 14

Pedro

Passei o dia na boca e não sai nem pra almoçar, quando foi de tarde por volta das 18h, o vapor que tava vigiando a casa da Camili me mandou uma mensagem falando que o João tava saindo de lá. Espero que ele venha direto pro morro.

Mensagem Tião:

Tião : Patrão, o JC tá saindo aqui do AP, acho que vai volta pro morro, mas vou seguir ele jaé.

Pedro - Demoro, vlw.

Eu queria conversar com ele sobre oque tinha acontecido, mas não ia conseguir, precisava pensar, era muita loucura.

Eu nunca olhei pra um homem, e nunca tive atração por homens. Tá certo que nunca achei uma mina pá que eu me apaixonasse e que valesse ser minha fiel, mas agora um homem mano. Tirando também, oque minha família pensaria de mim? Tipo eu tô ligado que sou sozinho nessa vida, mas sempre ajo de acordo com que acho que deixaria meu velho orgulhoso. E se ele soubesse que eu beijei um homem, ia fica maluco de ódio. Era capaz de mandar matar o João. Não que eu fosse fazer isso, jamais. Eu adoro aquele idiota, ele sempre foi como um irmão pra mim, mas agora nem sei mais se o enxergo assim.

Algum tempo depois o vapor me avisou q o João tava entrando no morro. Fiquei mais aliviado, porém ele foi direto pra casa dele e nem sequer conversamos sobre tudo aquilo, pelo menos por enquanto acho que era melhor assim mesmo.

2 semanas depois

JC

Faz duas semanas que tudo aquilo rolou, e o Pedro, adivinhem. Tá me evitando ao máximo. Se eu chego na boca ele sai, pra resolver uns "B.O." como ele diz. Cara que saco mano. Todos já tão percebendo nossa distância. Se eu soubesse que ele me evitaria assim jamais tinha feito aquilo, tô me sentindo mal pela falta desse idiota.

Pedro

Faz um tempo que ando evitando o João, mas acho que precisamos conversar, não vai ter jeito. A boca anda de mal a pior, já deu altos furo de caixa, e eu tô sentindo os muleque cada vez mais desunidos, tudo isso por eu tá evitando o João, tirando também os papinhos pelos cantos, do porque a gente brigou.

Mano não posso deixar isso interferir no meu controle sob essa porra aqui não. Tirando também que tô sentindo falta daquele imbecil.

Vi que o João saiu do morro, já faz uma semana que não mando ninguém seguir ele, não acho que ele vá fazer aquilo de novo. Pelo menos assim eu espero.

Passei um rádio pros vapor lá da entrada, pra assim que o João chegasse, eles mandassem ele direto lá pra casa.

E assim que ele chegou eles me passaram um rádio dizendo que ele tava entrando no morro, e que tava avisado que eu queria conversar.

Fui pra casa, esperar ele, e demorou bastante, acho que ele tava pensando se ia ou não, mas no fim ele chegou.

Entrou e ficou me olhando enquanto eu estava no sofá assistindo televisão. Ele hesitou um pouco mas depois sentou do meu lado.

JC - Queria fala comigo?

Pedro - Acho que precisamos conversar, não é?

JC - Mano, queria te pedir desculpa pela merd* que eu fiz. Foi mal ae, na moral, já tá insuportável isso de você fica me evitando.

JC

Não esperei ele falar, já sai na frente falando, porque estava indignado com aquela situação.

Pedro - Não tem que me pedir desculpa mano, mas se era o que tu sentia porque fez tudo aquilo e simplesmente não me contou de uma vez velho?... Porra irmão, tu é uma pessoa pra lá de importante pra mim cara, se você tava se sentindo assim eu tinha que saber.

JC - Você tem que entender que o bagulho é complicado mano, tu é o dono dessa porr*. Acha que é simples assim, eu chega em você e fala, porr* irmão tô apaixonado por você.

Pedro - Lógico que eu sei que é foda. Mas olha tudo que você fez cara, tu quase se matou por causa disso velho... Não vou negar que me pegou desprevenido, não esperava nada daquilo. Mas também não é o fim do mundo irmão. Tá certo que nunca vi outro homem assim, mas cara, a gente ia dá um jeito.

JC - Já que estamos conversando, só preciso saber de uma coisa mano ( Falei chegando mais perto, sentando bem ao lado dele ).

Pedro - Fala.

JC - Porque retribuiu o beijo? Se nunca viu outro homem assim, porque me beijou?... Não posso tá louco, eu senti seu beijo, senti o desejo entre seus lábios.

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