Capítulo 11

JC

Sai da casa do Pedro, puto, querendo matar um, porém não o fiz, fui pro asfalto, mas dessa vez não fui pra casa da Camili e nem pra praia. Fui pra uma boca, poisé, uma boca fora do morro, e comprei muita droga, droga suficiente pra vender por uns dois dias dentro do morro. Lógico que não consegui usar tudo, mas me droguei sem parar, sem ver o amanhã. Nada me importava, se eu morresse, fod*-se, eu não tava nem aí, queria esquecer, queria que tudo sumisse. Queria que esse sentimento morresse.

Fui até um beco, não muito longe do morro e comecei a usar.

Estava cheirando e fumando na boa, mas chegou uma hora que resolvi injetar e aí o bagulho começou a fica louco de verdade, começou tudo a rodar e eu não senti mais meu corpo, só senti que cai no chão, depois disso tudo apagou.

Acordei dentro de um carro, no colo do Pedro, e escutei ele falando que ia me leva pro hospital. Tá maluco, se minha coroa me vê assim ela me mata de vez, não quero dar esse desgosto dela me ver assim. Pedi pra ele me levar pra casa dele e assim ele fez, não queria, mas fez.

Pedro

Chegando em casa os vapores me ajudaram a levar ele pro quarto. Depois saíram e nos deixaram só.

Tirei suas roupas e o fiz tomar um banho. Ele mal se aguentava em pé, mas com a minha ajuda conseguiu. Depois de o vestir o coloquei na cama e levei comida e água e fiz com que comesse e bebesse bastante. Achei que seria o ideal pra que ele tirasse tudo aquilo do corpo. Ele comeu meio a contra gosto e depois dormiu.

Eu tava muito puto, mas não ia brigar com ele agora, ele não tinha nem forças pra se quer conversar.

6 dias depois...

JC

Faz 6 dias que tô aqui no Pedro, e agora tô melhor, mas nos primeiros dias achei que ia morrer. Ele chamou um médico pra vir me examinar e ele me deu vários remédios e soro para que eu ingerisse. Não foi fácil, mas não reclamei um só segundo, afinal ter o Pedro cuidando de mim tem sido ótimo, mesmo que seja pela minha burrice.

Faz uns dias que não subo pra boca. Pedro mentiu pra minha coroa que eu não estava bem porque comi comida estragada no asfalto, a velha acho que ficou mais brava de eu ter ido comer no asfalto do que preocupada comigo, mas ela vem todo dia me trazer comida e ver como estou, e também trazer a Manuzinha pra fica um pouco comigo e com o Pedro.

Acabei de acordar e tava deitado na cama pensativo, quando fui tirado dos meus pensamentos com o Pedro entrando no quarto e me encarando.

Pedro - Tá melhor?

JC - Tô sim, obrigado por ter cuidado de mim. ( Falei me levantando )

Pedro - Mano, eu jamais ia te deixar na mão, mas porque tu fez isso velho? Oque deu em você? Não te entendo, a gente sempre se deu tão bem e você sempre se abriu comigo. Mas de um tempo pra cá não consigo te entender mais. Você não fala, brigou comigo aquele dia sem motivo e agora fez isso.

JC - Sem motivo? Tá de sacanagem né?

Pedro - Cara eu tô ligado que fiz errado de ficar com ela na boca, mas não é pra tudo isso velho. E eu sei que tem mais coisa, e que não brigou comigo por isso, mas tu não me conta, preciso saber oque tá acontecendo.

JC - Você quer mesmo saber oque tá acontecendo? Quer mesmo? ( Falei num tom bravo indo pra cima dele ).

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