Capítulo 9

JC

Fui e tomei um banho demorado e quando voltei ela estava no sofá assistindo.

Cami - Seu celular não parava de tocar. O Pedro estava louco atrás de você. Eu atendi e disse que você estava aqui e ia dormir por aqui hoje.

JC - Obrigado.

Apesar da minha irmã nunca ter pertencido ao morro, a gente sempre se deu bem, e ela sempre foi muito minha cúmplice e depois do Pedro ela era quem eu mais confiava.

Cami - Me conta, brigou com o Pedro?

JC - Hã? Claro que não, tá doida?

Cami - Pra você descer pro asfalto sem avisar ele algum grilo deu. Fala logo.... Você assumiu que gosta dele?

Me engasguei com a minha própria saliva.

JC - QUE?? Do que você tá falando?

Cami - Ah maninho, só não vê quem não quer, você é paradão na dele.

Eu estava incrédulo, mas sem forças pra negar, ainda mais pra ela, e eu precisava mesmo desabafar.

JC - Tá tão na cara assim?

Cami - Te conheço a vida toda e desde a nossa adolescência você sempre olhou pra ele diferente, eu sempre percebi. Você sempre foi louco por ele. Mas anda me conta, oque aconteceu.

Desabei a chorar.

Cami - Há não, que porra de bandido é tu? Chorando? Depois dessa, descobri que aquele morro tá perdido mesmo.

JC - Para de tirar sarro otária. ( Falei rindo ainda com o rosto cheio de lágrimas).

Cami - Tô te zuando burro. Chora mas me conta.

Contei pra ela tudo que aconteceu e ela ficava só me encarando e fazendo caras e bocas enquanto eu falava.

Cami - Nossa irmãzinha vai ser uma bela de uma cupida kkkkk

JC - Idiota, mas me fala vai, você acha que devo falar pra ele?

Cami - Cara é uma situação complexa, primeiro conversa com ele sobre hoje de manhã, e dependendo do que ele fala você vê se conta ou não. Apesar de ser um cara firmeza não sei como ele pode reagir com essa situação. Mas ele gosta muito de você, eu não teria te ligado 16 vezes pra saber onde você tá.

JC - Ele gosta, mas como família. Não como eu gosto dele.

Cami - Faz o seguinte, dorme, relaxa, e amanhã, mais calmo, você sobe o morro e conversa com ele sobre o que aconteceu.

JC

Fiz oque minha irmã disse, dormi e no outro dia quando acordei já estava mais tranquilo. Então levantei e ia me despedir, mas ela ainda dormia, então deixei um bilhete agradecendo e voltei pro morro. Chegando lá, um vapor na entrada me mandou ir direto pra casa do chefe que ele precisava conversar comigo.

JC - Demorou menor, valeu.

Fui subindo o morro e pensando em como ter essa conversa com ele. Mas ok, ia dá tudo certo.

Chegando lá em cima, cheguei já entrando, afinal, eu tinha a chave, porém o Pedro não tava, então fui pra boca atrás dele. E chegando me deparei com uma cena que me quebrou em pedacinhos.

O Pedro estava na boca com uma vadia, eu vi quando ela entrou e pela persiana não 100% fechada dava pra ver oque faziam. Me segurei pra que os vapores não me vissem daquele jeito, então sai dali e corri pra casa, para poder chorar, chorar muito.

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