Capítulo 4

Pedro

Cheguei na boca, o JC tava conferindo a carga junto com os vapor e o Matheus, um outro parceiro meu, que apesar de não confiar igual o JC, sei que era responsa também.

O Matheus não curtia me ver vindo do restaurante da tia Mari, porque ele era doido na Júlia e sabia da queda dela por mim. Mas também ela só não olhava pra ele, porque o maluco cada dia tava com uma puta diferente, tive que meter o loco nele esses dias porque peguei ele com uma mina aqui na boca. E tá ligado né mano, aqui é lugar de trabalho não é lugar dessas fita não.

Os maluco aqui era tudo chegado nessas vadia aí, já eu sou mais suce tá ligado. De vez em quando pego uma mina ou outra pra me aliviar, mas não curto essas vadia atrás de mim não. Já o JC é raro vermos ele com alguém, os cara só não zoa ele porque não são nem louco, mas eu tô ligado que os cara pensa.

JC

Cara, eu já tive meus tempos em que ficava confuso, porém agora eu sei bem o que sinto, eu sou louco pelo Pedro. Sim, eu sou gay, o problema é que eu sei que o Pedro é hétero, e também ele é o dono do morro mano, sem chance de rolar algo. Mas ele é um cara tão incrível, e a cada ano que passa é mais difícil me manter perto dele, ver como ele cuida da Manu, como ele é respeitoso com a minha mãe, como ele cuida desse morro, botando ordem, matando quem tem que mata é verdade, mas ao mesmo tempo, ajudando muitas famílias que precisam. Ele é simplesmente incrível. Mas tudo bem, eu já aceitei que vou morrer com esse amor dentro de mim, sem nunca poder sentir ele de verdade.

Pedro - João.... João.... JOÃO, PORRA, TA SURDO CARALHO.

JC - Hã, oi? Foi mal mano, tava vegetando aqui.

Pedro - Avisa os vapor que podem libera o caminhão que aqui tá tudo certo e depois sobe pra minha sala que quero conversar com você.

JC - Falo irmão.

Pedro

João mando os pivete liberarem o caminhão, e dps de dar mais algumas ordens ali ele subiu pra minha sala.

JC - Fala irmão, quer conversar sobre o que? Algum B.O.?

Pedro - Pia, tô te achando muito no mundo da lua tem alguns dias já, que que tá pegando? Outro dia se o menor lá não tivesse matado aquele cara tu tinha levado um tiro mano. Que que tá pegando?

JC

Fiquei pensando se contava pra ele tudo que eu sempre guardei dentro de mim, afinal, eu tava assim porque tava explodindo, não aguentava mais essa situação, precisava dele. Eu sei que disse que tava conformado que não ia sentir esse amor, mas meu corpo e minha mente as vezes me pregam peças. Esses tempos o morro foi invadido e tava maior loucura. E do nada eu vi ele salvando uma criança e eu simplesmente congelei e fiquei olhando pra ele, igual um imbecil, admirando a situação. É, esse amor ainda vai me matar. E quase matou, não fosse o menor ter atirado primeiro e matado o cara que tava mirando na minha cabeça.

Pensei melhor, e sabia que não podia contar, se eu falo uma parada dessas pode estragar uma amizade da vida toda, e se ele fala por ai que sou gay, os maluco pode até me matar. Quem sabe ele mesmo não me mate, de nojo de saber oque sinto.

Pedro - IRMÃO? Tu tá aí caralho? Porra de novo mano, na moral, pega e fala, papo reto, que que tá pegando? Tô aguento ver tu assim não véi. Tem mina na parada? Não vai me dizer que tá apaixonadinho? ( Falou tirando sarro ).

JC - É por ai irmão. Tem alguém mechendo com a minha cabeça de um jeito que ando louco.

Pedro - Eita caraí, difícil ver tu com alguém. Pensando bem, acho que já faz mais de ano que não te vejo da uma se quer, já tava na hora de ou cata alguma vadia ou arruma uma fiel. E aí quem é a mina? Eu conheço?

JC - A irmão, um amor impossível tá ligado, melhor deixa baixo.

Pedro - Qualé fio, tu sempre me contou tudo, agora vai fica nessa fita? Tá de sacanagem? Fala aí. Não vai me dizer que é casada?

JC - Nada have mano, deixa baixo, mas pode fica susa que não vou me distrair mais nos corre. Nenhum vapor vai precisar me salvar de novo, não porque mosquei pelo menos.

Pedro - Acho bom. E se não quer fala não fala, mas tá ligado que sempre to aqui pra tu né viado? Quando precisar desabafar é só gritar.

JC - Valeu irmão.

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