Chave - Capítulo 17

Hoje o Atlas tinha jogo de futebol depois da escola e eu estou aqui torcendo por ele. Ontem à noite o Will me disse "eu te amo" e eu não respondi de volta.

Eu não tenho muita certeza dos meus sentimentos com o William, nós nos aproximamos por um acaso, tivemos os gêmeos, nos separamos e nos encontramos por acaso, conversamos, ficamos e agora estamos namorando em segredo das crianças para caso dê errado. Eu apenas fingir dormir naquela hora e durante o café da manhã agi como se não tivesse ouvido sua declaração, agora ele está em algum canto de Londres com Hestia e vai se encontrar com a gente a qualquer hora e levar as crianças para a casa dele já que hoje é seu dia.

Vou passar na casa do meu irmão hoje, para conversar com a Mel e cozinhar algo nutritivo e saboroso para ela. Enquanto estava absorvida em pensamentos o Atlas marca um gol e eu comemoro esquecendo de meus problemas. Então ouço uma voz familiar atrás de mim. Ao me virar eu confirmo que o dono da voz era de ninguém menos que Mitchell Rowjoe, ele acena para mim e eu me aproximo.

— Mitchell, estou surpresa em te ver, algum dos meninos é seu filho? — Pergunto ao me aproximar dele.

—Eu não tenho filhos, mas aquele da camisa 7 é meu sobrinho, meu irmão ganhou uma promoção e levou a esposa para a segunda lua de mel e deixaram o Lucas comigo e você, qual deles é o seu?

— O que acabou de marcar o gol, Atlas — Aponto para o camisa 9 que estava correndo loucamente no campo.

— O Lucas já me falou dele, parece que ele é o único menino que não zoa ele por não marcar o gol, fico feliz em saber que você criou um menino maravilhoso como ele.

A partida termina e Atlas vem correndo em minha direção, enquanto Lucas corre para o tio. Me abaixo e abraço o Atlas, o erguendo.

— Parabéns meu amor, que gol lindo que você marcou! Está merecendo um sorvete — Beijo suas bochechas provocando risadas dele.

— Quero sorvete de chocolate — Atlas responde em meio as risadas.

—Meu amor, esse é o Mitchell Rowjoe, ele é o presidente da empresa do vovô e seu amigo Lucas é sobrinho dele, se apresente — Coloco ele no chão e ele vai na direção do Mitchell e estende a mão.

— Tio Mitchell, meu nome é Atlas — Mitchell pega em sua mão se apresentando.

—Muito prazer Atlas, obrigado por cuidar do meu sobrinho, tenho certeza que seremos grandes amigos...

— MAMÃÃÃÃÃÃÃE — Ouço Hestia me gritar do outro lado do campo e vir em toda velocidade em minha direção enquanto o Will tenta alcançar ela, que falha miseravelmente.

— Não corra Hestia, você pode cair —Alerto e ela diminui a velocidade o que faz o Will alcançar ela.

Will se aproxima de nós quase morrendo e enquanto tenta recuperar o fôlego, ele coloca Hestia no chão perto de mim e eu tento me segurar para não rir dessa cena.

— Bom Mitchell, essa é minha mais velha Hestia e esse é o pai dos gêmeos William — Apresento quando o Will finalmente se recupera — Will, Hestia esse é Mitchell Rowjoe, ele é o presidente da empresa do meu pai.

—Muito prazer pessoal, bom eu tenho que levar o Lucas para comer algo, nos vemos na reunião na sexta? — Mitchell se despedi olhando para mim.

— Claro, nos vemos na sexta-feira.

Observo Mitchell pegar o Lucas e colocar ele sentado em seus ombros. Então volto minha atenção para o Will quase em estado vegetativo e a Hestia imperativa dando voltas no pai.

—Deu açúcar para essa garota? — Pergunto realmente incrédula.

—A gente só foi assistir um filme no cinema, o máximo de comida que ela ingeriu foi pipoca e refrigerante, mas e então? como foi o jogo?

— Nosso querido Atlas marcou um gol e o time venceu e agora nós vamos tomar sorvete.

William pegou o Atlas e colocou em seus ombros assim como Mitchell fez e depois pegou a Hestia nos braços.

—Tem certeza que quer andar segurando os dois? — Pergunto enquanto ele se adianta na frente.

—Absoluta.

Fomos até o carro dele e ficamos cantando o caminho inteiro, tomamos sorvete em uma lanchonete próxima do campinho de futebol de crianças e deixamos o Atlas e Hestia gastar um pouco mais de energia antes de sairmos. Então ficou nós dois em um silêncio mortal.

— Ontem à noite, eu não queria apressar as coisas sabe? Dizendo eu te amo, eu apenas queria expressar meus sentimentos, é isso o que minha mãe sempre me ensinou, nunca ter medo de seus sentimentos e sempre expressar quando algo está errado, por que somente assim podemos trabalhar nisso, juntos —Ele coloca sua mão sobre a minha.

— Eu gosto de você William, e não só como pai dos meus filhos, você é uma pessoa que me conhece sem nunca ter me visto, as pequenas coisas que você faz que nem percebe são o que mais me atrai, eu cresci em uma família onde meu pai apenas nos amava por que minha mãe amava a gente, eu aprendi a amar o que eu faço, eu amo os meus filhos e meu irmão, então quando eu finalmente puder dizer essas três palavras para você, é por que eu finalmente aprendi o que é uma amor romântico, então por favor, espera por mim...

Ele entrelaça nossos dedos e beija o dorso da minha mão.

—Sempre...

Chamamos Hestia e Atlas de volta e fomos para o carro do William, ele me deixou na casa do meu irmão e eu me despedi dos pequenos antes de tocar campainha e Mel abrir com um sorriso no rosto, estava saltitando enquanto voltava para dentro de casa, ela estava com um balde de pipoca, um milk-shake tamanho XG pela metade, vários produtos de beleza perto dela e o filme de "Mamma Mia!" passando na televisão.

— Onde está o John? — Pergunto curiosa.

— Expulsei ele, disse para ir para um bar ou para qualquer outro canto, já que durante as próximas horas serão totalmente papo calcinha, seu milk-shake está no freezer, pega lá.

Eu pego um milk-shake e começo a chorar com a música "Slipping through my fingers" e Mel chorou junto sem nenhuma surpresa.

—Quero tanto que seja uma menina, é meu sonho ter uma menina, eu já sei até o nome, Leah Catarina Jones.

— Que nome lindo, o John que vai escolher o nome masculino?

—Escolhemos o nome Noah James Jones, ele falou que não importa o que aconteça, se for menino tem ser esse nome, sabe por que? — Abro um sorriso sincero lembrando daqueles tempos.

—Na oncologia, quando nossa mãe estava doente, o John conheceu um garoto chamado Noah, ele estava internado por que sofreu acidente de carro e estava se recuperando, mas o Noah precisava de um rim que ficou danificado, depois de uma semana houve outro acidente de carro e um menino chamado James morreu com morte cerebral, Noah era compatível e fizeram a cirurgia, Noah tatuou o nome de seu doador no braço depois de ter sido liberado, o John e ele mantiveram o contato, mas ele se afastou quando nossa mãe morreu. Um ano depois o John foi ao hospital doar sangue e encontrou o Noah, o mesmo estava com câncer no rim, o doador James tinha uma síndrome de von Hippel-Lindau que acabou não sendo investigada, essa síndrome causa pequenos tumores no corpo e um hipernefrona em estágio final apareceu, Noah só tinha 2 meses de vida no máximo e não tinha família, então o John chamou ele para morar com a gente e como estávamos de férias, viajamos para os Estados Unidos e fomos para Disney, Miami, Las Vegas e por último Coney Island, na última semana de vida do Noah nós voltamos para Londres e eles fizeram uma tatuagem, o John era a chave e ele o cadeado, o Noah morreu dormindo, cremamos ele e jogamos suas cinzas um lago de nossa cabana de férias, o Noah foi uma parte crucial para recuperação do John e ele honrar isso é adorável.

— Ele nunca me contou sobre isso — Mel estava chorando.

Começamos a bater papo e começamos a fazer a unha uma da outra.

—Will disse "eu te amo" para mim — Ela olha empolgada para mim.

—E você disse o que?

—Eu fingir dormir, mas hoje a gente conversou sobres os sentimentos e ele disse que vai esperar eu está pronta para dizer isso a ele.

— Eu sei que um dia vai dizer isso.

— Também espero....

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