Escolhas - Capítulo 4

Depois da simpática conversa mais cedo voltei para casa me preparar para a inauguração. Depois fui buscar os gêmeos na creche, o braço do Atlas tinha vários desenhos dos colegas e então fomos de volta para casa, coloquei comida para eles e então arrumei para a inauguração.

Fiz uma trança escocesa na Hestia e coloquei um vestido florido, finalizei o cabelo de Atlas e coloquei uma blusa e bermuda. Deixei eles assistindo algo enquanto me arrumava, coloquei um macacão azul marinho e passei uma maquiagem. Ainda tinha um tempo então me sento de frente a eles.

— Crianças, vocês se lembram o que eu dizia sempre que me perguntavam sobre o pai de vocês? —  Pergunto assim que me sento.

—  Você disse que o papai viajou sem saber que estava grávida e nunca teve oportunidade de contar a verdade —  Hestia responde.

—  Acontece que recentemente eu encontrei com ele e contei sobre vocês —  Atlas ganha um brilho no lugar assim com Hestia —  Ele quer conhecer vocês.

—  Vamos ver o papai?

—  Somente se vocês quiserem, não irei obrigar a nada e eu continuarei com vocês, queria conversar com vocês amanhã por causa da inauguração de hoje, mas acabei contando logo agora... Se concordarem, irei apresentar vocês e poderemos conhecer ele, e até eu conhecer ele melhor, não poderão dormir na casa dele.

Atlas olhava para a irmã com medo de dizer algo, então eu apenas pego em suas mãos e olho em seus olhos

— Que tal irmos comer algo gostoso na lanchonete e depois vocês me falam a resposta de vocês? — Ouço um som de buzina no lado de fora — Seu tio chegou, vamos?

As vezes esquecia que tanto Hestia quanto Atlas eram crianças de 4 anos de idade, tudo o que eu fiz foi por eles e nunca me arrependerei disso. Entramos no carro e fomos direto para a inauguração da lanchonete, e próximo mês iria conseguir uma filial da lanchonete Red no Canadá. Será meu primeiro negócio fora da Inglaterra e mal posso esperar para isso.

Ao chegar lá tinha alguns repórteres e os funcionários já estavam vestindo o uniforme oficial, fui até a entrada junto com meus filhos e me preparei para o discurso.

— Boa tarde, muito obrigada por estarem aqui na inauguração da primeira lanchonete "Allergy", estou contente em falar que depois de longos 6 meses de planejamentos, burocracia e diversas avaliações, podemos finalmente abrir esse novo local de memórias. — Pego a tesoura — Sejam bem-vindos.

Então eu corto a fita vermelha, e abro a lanchonete, os funcionários correm para suas funções enquanto os garçom organiza as mesas para os clientes. Vou para o fundo da lanchonete e coloco meus filhos sentados junto meu irmão.

— Tio.. Você conheceu o nosso pai? — Atlas pergunta tão aleatoriamente que até Hestia se assusta com a pergunta.

— Não cheguei a conhecer, mas já vi o rosto — John responde calmamente.

— Será que devemos dar uma chance para ele? — Hestia pergunta timidamente.

— Eu acho que deveriam dar uma chance, se não gostarem dele, nunca mais terão que ver ele — novamente John fala calmamente.

— Desculpa interromper, já sabem o que vão comer? — Uma garçonete pergunta a nós.

O resto da noite foi tranquila, nos enchemos de doces. Os gêmeos estavam mais calmos do que eu achei, assim que deixamos a lanchonete, fomos para um parquinho para eles gastarem a energia, então meu irmão aproveita que estávamos distantes para falar.

— Eles estão crescendo tão rápido...

Então eu lembro do dia que em que eles nasceram, a experiência mais dolorosa da minha vida foi o melhor momento da minha vida. O choro da Hestia ecoava por todo o quarto, e saber que Atlas ainda estava recluso de sair. Meu irmão gravando a cena para mim enquanto se tremia todo. Esse momento me fez parar o mundo, foi uma algo surreal, de outro mundo.

— Estou com medo John... — Uma lágrima escorrega sobre minha bochecha — O William é um médico, simpático e quer ser pai para eles, você tem feito um trabalho fantástico me ajudando sempre que posso, mas ele é o pai deles, o Atlas é a cara do pai e a personalidade da Hestia não é nada parecida com minha.

— É normal ter medo, no dia em quem você me contou que estava grávida, eu também tive medo por você, por mais que o papai tivesse recursos para te ajudar, você estava em seu último semestre e eles nasceram justamente 1 semana após você inaugurar seu primeiro restaurante, e te ver disposta a gravar todos esses momentos por esperança de ver ele mais uma vez, já diz tudo a respeito sobre sua relação com ele.

— Espero que eles consigam encontrar um porto seguro um no outro como a gente — Abraço ele, mas o momento não dura muito já que Atlas correu em nossa direção eufórico.

— Mamãe, nós temos nossa direção — Ele estava tão agitado que me escalou e sentou no meu colo, enquanto Hestia esperava o tio a pegar, e assim ele faz.

— Então? Irão dar uma chance ao pai de vocês?

— Sim...

Era um alívio e uma ansiedade agoniante se instaura em meu peito. John nos leva para casa e então eu coloco eles para dormir, era momentos pequenos como esse que eu agradeço o fato deles serem meus filhos. Eu vou para o meu quarto assim que tenho certeza que eles estavam dormindo e então eu ligo para ele.

— Olá... — Um sussurro sai do outro lado da linha.

— Eles aceitaram... Eles querem ti conhecer, eu também irei comparecer ao encontro, que dia é melhor para você?

— Seria muito apressado se eu escolhesse amanhã? — Um silêncio instaura.

— Me decepcionaria se escolhesse outra data — Novamente o silêncio — Viu os arquivos?

— Sim... O aniversário deles, sua gestação, o parto, a primeira palavra da Hestia foi papai enquanto do Atlas foi mamãe... A cada vídeo que vejo aqui, me faz querer voltar no tempo e me impedir que eu fosse para Alemanha...

— Eu temia que você nunca voltasse da Alemanha e matriculei eles em um curso de alemão, por que sabia que em uma hora ou outra eles iriam atrás de você... — Conseguia ouvir ele fungar ao segurar o choro.

— Quando me ofereceram o emprego na Alemanha, eu hesitei, por bastante tempo... Porém quando finalmente aceitei e sair para comemorar, eu te encontrei e por um momento quase desisti — Uma risada fraca sai de meus lábios — Obrigado Hailey...

Eu não sei nada do homem que está do outro lado da linha, um estranho vai fazer parte da minha vida e estou com medo. meus filhos são os meus tesouros, meu tudo, nenhuma palavra chega a altura. Pego o retrato deles que está do lado da minha cama e olho para o meu motivo de viver, como eu amo eles.

— Me encontre no mesmo local de antes, boa noite

Ele desligou a ligação e eu apenas deitei na cama com o retrato deles em minhas mãos, mas meu momento é interrompido com uma batida na minha porta. Levanto e vejo o Atlas com cara de sono e Hestia irritada.

— Mamãe, o Atlas não para de me chutar enquanto dorme.. — Hestia delata o irmão irritada, enquanto o Atlas mal se mantinha de pé devido ao sono.

Pego a Hestia no colo e seguro na mão do Atlas, levo eles até minha cama e deito eles, enquanto me ajeitava para dormir também.

— Eu amo vocês... — Beijo a testa dos dois.

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