Receitas - Capitulo 11

Eu já namorei cerca de, no máximo 5 caras na minha vida inteira e desses cinco caras no qual eu namorei, eu nunca conheci a mãe de ninguém e agora estou esperando a mãe do William chegar e a gente nem namora, mesmo ele sendo o pai dos meus filhos e também tem aquele evento no sofá do meu escritório 3 dias atrás.

Assim que contei ao John, nunca vi um homem tão indignado como ele ficou, sua escolha de palavras foram certeiras:

"Ô sua doida fogosa, estava com fogo na bunda foi? Pelo amor de Jesus Cristo"

Então saiu da minha casa.

Como eu disse já se passaram cerca de 3 dias desde esse evento e claramente eu ainda não me recuperei. As crianças estão brincando na sala e eu comprei tanta comida que é capaz de alimenta um pequeno exército. Então finalmente a companhia toca e eu vou atender, na minha frente estava uma senhora de cinquenta e poucos anos, os cabelos pretos encaracolados, os lindos olhos de mel que William puxou e que o Atlas também puxou.

William estava atrás dela, todo envergonhado e evitava olhar em meus olhos, sua pele bronzeada estava corada, o que me fez corar de volta.

— Bem-vinda senhora Dowson, por favor entre...

Ela abre um sorriso encantador, me abraça, beija minhas bochechas e entra. William também me abraça e entra na minha casa indo direto para os gêmeos que param de brincar para falar com a avó. Então vou até eles.

— Mama, essa é a Hailey, a mãe do Atlas e da Hestia, e Hailey essa é minha mãe, pode chamar ela de Carla — William introduz ela e eu aperto sua mão para cumprimentar.

— Muito prazer Carla, o William não para de falar o quanto queria me ensinar da cultura mexicana, será um honra aprender com a senhora.

— Você é uma jovem tão bonita, mesmo o Atlas sendo uma cópia do pai, a Hestia é uma cópia sua, ela com certeza tem seus olhos...

— Bom, eu vou levar os pequenos para um passeio e vocês duas podem passar o tempo juntas — William sugere enquanto segura a Hestia — Então crianças? Que tal passearmos por Londres sem destino e encher o corpo de açúcar?

— Vou só pegar um casaco para eles, deve fazer frio mais tarde — Falo indo em direção as escadas, mas Will me impede segurando minha mão.

— Não se preocupe, eu vou...

Então ele subiu com a Hestia ainda no colo e voltou com os dois casacos. As crianças me dão um beijo na bochecha e se despedem da avó. Eu e a Carla sentamos no sofá enquanto ela tira um álbum de fotos da Charlotte e do William pequenos, era literalmente o Atlas na foto, eles não exageraram quando falavam que os dois eram idênticos.

— Quando a gente chegou em Londres, mal sabíamos falar inglês, e você sabe como o sotaque britânico ainda não ajuda. Eu estava grávida da Charlotte e era difícil achar um emprego com minha experiência e sem saber a língua local, no final da gestação nós quase fomos para Espanha, já que a gente entenderia o idioma, mas então minha bolsa estourou e dei a luz. Demorou, mas com o tempo conseguimos abrir um pequeno restaurante com nossas economia e vendíamos comida mexicana, mas nada de especial. Porém dois anos depois eu fiquei grávida do William e ele nasceu 1 mês depois da Lottie fazer 3 anos — Ela abriu o álbum para mostrar as fotos dos dois — Eram inseparáveis e a Lottie sempre me ajudava no restaurante depois da escola, nunca tiveram uma boa infância, mas nunca deixavam de ter um sorriso no rosto, então a Lottie ganhou uma bolsa para a faculdade de pedagogia e economizou dinheiro para um curso pro William e na segunda tentativa conseguiu uma bolsa de medicina — Ela mostrou a foto da formatura dos dois — Ainda me lembro de quando ele me disse que ia para Alemanha por oportunidade de aprender e então lembrei do meu passado.

Era estranho saber da história do Will e ver quão diferente somos e eu admiro ele por isso.

— Nunca quis que a Charlotte se casasse por dinheiro, eu escolhi esse nomes para eles não sofrerem o preconceito racial, mas no meu coração eles seriam Isabela e Diego.

— Por que não colocou como nome do meio? — Pergunto.

— O sobrenome do meu marido é Díaz Dowson e o meu é Guerrillaz Valdez, colocar o nome deles como Taylor Dowson foi ideia nossa, de quanto mais britânico for o nome deles, melhor será seu futuro.

Fico olhando as fotos deles crianças, e fico encantada lembrando dos momentos da minha gravidez e então pego um álbum meu e mostro fotos minhas crianças junto com o meu irmão John.

— Eu nasci na França, minha mãe sempre quis visitar o país, mas nunca conseguiu, minha mãe teve uma gravidez silenciosa. Minha mãe foi forçada a casar com meu pai, mas ele sempre amou minha mãe, o sonho dela era cozinhar, então meu pai sempre levava a vários restaurantes todo final de semana para ela avaliar a comida e depois falava como melhoraria a receita, ela escreveu em um diário os pratos que experimentava, aí veio minha inspiração para o restaurante Weekend, tive bons estudos e quando eu estava no ensino médio, ela morreu. Meu irmão John sempre foi meu escudeiro e meu ombro amigo, entrei em Oxford fazendo economia e gastronomia, queria concretizar o sonho da minha mãe, eu abri meu primeiro restaurante uma semana antes de dar a luz.

Levanto e pego um pen-drive e outro álbum.

— Eu engravidei no último ano da faculdade, então não me afetou de verdade, eu tinha minha rede de apoio e criei os gêmeos da melhor forma que pude — Entrego o álbum e o pen-drive para ela — Quando o William avisou que a senhora viria, tive tempo de fazer uma cópia de tudo que aconteceu durante esses 4 anos, eu tinha esperança que iria encontrar ele mais uma vez mesmo sem saber seu nome, até coloquei as crianças em aula de alemão para no casa que elas quisessem procurar o pai.

Então ela começou a chorar e me puxou para um abraço.

— Agora vamos colocar a mão na massa.

Ela guardou os álbuns e o pen-drive, foi até a cozinha e me deu um caderno já preenchido com várias receitas mexicanas, tinha os detalhes sobre o ponto da comida, o tempo no fogo, como deve servir. Coloco o caderno na prateleira com os livros de receita, bem ao lado do diário da minha mãe. Quando começamos a cozinhar era uma 13:30, agora que estávamos na nossa décima terceira receita e o William chega com os gêmeos todo sujo de lama já era cerca de 19:46.

— O que diabos aconteceu? — Falo indo checar se eles realmente estavam vivos.

— Nós fomos dar um passeio por Londres e descobrimos uma fazenda turística, vamos dizer que eles descobriram onde os porcos vivem, então eu tive que entrar para pegar eles — Cheiro eles e quase vomito.

— Eu vou pegar uma toalha e uma roupa do meu irmão para você tomar banho aqui no banheiro de baixo e eu vou limpar os gêmeos — Vou para o meu quarto pegar a roupa e toalha.

Entrego para William e levo os gêmeos lá para cima enquanto Carla colocava a comida em marmitas na geladeira. Sempre respeitei a privacidade dos dois, então deixo William esperando sentado em um canto do banheiro e fecho a cortina para dar banho na Hestia, e lavar o cabelo dela. Coloco o pijama dela e faço o mesmo processo com o Atlas, depois finalizo o cabelo do Atlas e então seco com o secador o cabelo dos dois.

Ao descer William está secando o cabelo com uma toalha e a roupa suja estava em uma sacola. O chão sujo de lama foi limpo pela Carla.

— Obrigado pelas roupas, vou ter que levar o carro para uma lavagem severa — Fala me entregando a toalha.

— Obrigada pelas receitas e ter limpado o chão da casa, foi um prazer passar a tarde com a senhora.

— Não se preocupe querida, você me deu uma oportunidade de ver meus netos crescendo — Ela pega as coisas dela — Tchau meus amores, qualquer dia que vocês quiserem passar com sua avó é só pedir para sua mãe me chamar que eu venho correndo — Ela se despede das crianças.

Levo eles até a porta e enquanto Carla vai até o carro, William para na minha frente e quando achei que ele iria me dar um beijo na bochecha, ele me da um selinho.

— Até depois senhorita Elisabeth...

Até depois, senhor Taylor....

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