Capítulo 12 - Bisa Julieta

Quando Marina sai do seu quarto, Bella decide ir até o quarto de Jully outra vez, e dessa vez a encontra com o seu fone de ouvido.

— Oi...

— Qual a cobrança dessa vez? — Jully pergunta ao vê-la entrar no seu quarto.

— Vim saber como você está? — Ao ouvir a pergunta, Jully a olha desconfiada, há muito tempo Bella não a procurava para saber como ela estava.

— Eu estou ótima, obrigada pela preocupação — Jully volta a olhar para o nada.

— Jully o que está acontecendo? — Bella continua de pé e Jully não se dá ao trabalho de se levantar..

— Que eu saiba, não está acontecendo nada.

— Porquê você só vive de mau humor?

— Sério? Nem percebi — Jully ri da própria resposta.

— Jully não quero que fique chateada comigo...

— Porquê eu ficaria chateada? Por ser chamada de mentirosa pelo seu namoradinho escroto? Ou por você ter acreditado nele e não em mim?

— Jully já conversamos sobre isso, mas estou disposta a te ouvir.

Jully fica olhando para a irmã sem acreditar no que acabou de ouvir, Bella estava realmente disposta a ouvir ela falando do namorado falso dela? Jully se pergunta.

— Para você brigar comigo de novo? — Pegunta triste.

— Me perdoe por eu ter duvidado de você.

— O que você descobriu?

— O que eu tenho para descobrir? — Bella senta ao lado da irmã que se senta na cama sem saber onde aquela conversa chegaria.

— Eu sinto muito Bella, mas não vou mais dizer coisas que não queira ouvir.

— Eu sei que Arthur não me ama...

— Então porquê está com ele? Dá um chute na banda daquele babaca — Jully fala com raiva fazendo Bella rir.

— Sabe irmã, eu nunca pensei nos meus sentimentos em relação a Arthur, acho que me acostumei com ele, só isso. Não vou negar que gosto de estar com ele, ele é bonito, carinhoso e muito gostoso para ser sincera, mas, nunca senti o meu coração disparar ao vê-lo, e muito menos já dormi pensando nele — Jully apenas fica ouvindo o que a irmã diz — Apenas era cômodo para mim estar com ele.

— Você não o ama?

— Se amor é o que vemos entre mamãe e papai, não, eu não o amo. Você vê como os nossos pais se olham?

— Claro, e olha que já são velhinhos...

— Não exagera Jully — Bella ri do que a irmã diz.

— Estou brincando, mas entendo o que quer dizer, por isso ainda não namorei ninguém firme, quero um amor assim, como o deles.

— Você está certa. É como diz o ditado "antes só, do que mal acompanhada".

— Você vai terminar com Arthur?

— Estou pensando sobre isso, mas quero saber se há motivos que te faça ter tanta raiva dele.

— Deixe isso pra lá, você dando um chute na bunda dele já está bom.

— Ainda não, preciso antes ter certeza de uma coisa.

— O que?

— Acho que deixei passar algo sem dar importância — Elas se olham como confidente — Não fale sobre isso com mamãe, sabe como ela é.

— Você acredita em mim agora?

— Sim, acho realmente que ele tem outra, eu para ele sou apenas a ponte para os negócios dele.

— Aleluia!!! Obrigado Deus por ter aberto os olhos da minha irmã.

— Boba, mas saiba que o que é dele está guardado.

— Você está gostando de alguém? — Jully pergunta desconfiada.

— Porquê a pergunta?

— Só assim para descobrir que não havia sentimentos por esse traste do Arthur.

— Se existe amor a primeira vista, sim, eu conheci. — Bella sorri ao pensar em Gael — Uma pessoa que sou capaz de dormir pensando, que senti arrepios em um simples aperto de mãos. Que os olhos são tão lindos que não consigo esquecer do seu olhar, uma pessoa que me despertou o interesse em conhecê-lo melhor.

— Gente... minha irmã está apaixonada — Jully fala ao ver como a irmã falava dessa pessoa — Preciso conhecê-lo para dar a minha aprovação.

— Algo me diz que você também irá gostar dele — Ela suspira desanimada — Só me resta saber se ele gostou de mim, ou se algum dia irá gostar.

— Preciso conhecer essa pessoa que fez a minha irmã sair de sua zona de conforto. É algum empresário?

Bella sorri, mas não responde, o que Jully diria ao saber ser um professor de física? O melhor que faz é deixar o destino decidir, mas se ela pudesse dar uma mão ao destino, ela daria, faria como o seu pai, quando conquistou o coração de sua mãe.

— Vamos dormir, já está tarde e amanhã eu acordo cedo. — Bella se levanta indo em direção a porta — Eu te amo irmã, nunca se esqueça disso, ninguém é mais importante em minha vida do que vocês, e acredite, se eu descobrir que Arthur te fez algo, ele pagará caro.

Jully não responde, apenas se levanta para dar um abraço apertado na irmã que retribui o abraço se sentindo com o coração em paz.

Jully demora a dormir depois que Bella sai do seu quarto, ela fica pensando em quando conheceu Arthur, e o que a fez sentir tanta raiva dele. Para ela, ele era o pior dos seres humanos, por ter ofendido aquela que ela mais amava na vida a sua mãe.

Jully ao acordar percebe que já passava das 10.00h a mãe dela dizia que ela tinha herdado o sono do pai, pois era raro acordar cedo. Depois de tomar um banho e vestir um vestido estilo camisão com um rosto de tigre bordado em um dos lados, ela desce para tomar o seu café da manhã e encontra a mãe na cozinha conversando com Rose, a cozinheira.

— Bom Dia!

— Oi filha, bom dia! Tem bolo de fubá, está quentinho ainda, acabou de sair do forno.

— Hummmm então é apenas o que eu vou querer, mas um pedaço bem generoso — Ela ri, indo pegar um prato para se servir com o bolo que a mãe tinha feito.

— Daqui a pouco preciso ir buscar as meninas na escola, mas queria ir a cidade comprar um presente para a sua avó, ela estará chegando semana que vem, sei que ficará na casa dela, mas quero muito a presentear, sinto a falta dela.

— Vovó esta com 77 anos, mas está inteirinha, quero envelhecer como ela.

— Vejo você como a sua bisa Julieta, que morreu aos 84 anos fazendo o que gostava de fazer, viajando. Julieta era a alegria em pessoa, como o seu irmão Natan, para ela não existia tempo ruim.

— Deve ter sido difícil para vovó, afinal elas estavam juntas na viagem.

— Sua avó sofreu a dor da saudade, mas ela sabia que a mãe tinha ido embora feliz, não sofreu em uma cama de hospital, apenas se foi. Ainda sou capaz de ouvi-la sorrindo aqui nessa casa, ela era muito divertida.

— A senhora ganhou uma família quando se casou com papai, mas é difícil alguém não gostar da senhora, sempre com essa humildade e esse coração grato — Jully abraça a mãe.

— Não quer ir comigo, comprar o presente para a sua avó?

— Eu vou adorar. Além de ajudar com as menininhas, aproveito para comprar um presente para vovô Fernando que estará completando 85 anos e inteiro — Jully fala rindo — Pedi à ele a fórmula, mas ele se negou a me dizer.

— Antônia com certeza irá ao aniversário dele, talvez seja por esse motivo que ela estará voltando de viagem semana que vem, eles sempre foram amigos.

E assim animadas, mãe e filha vão se arrumar, para juntas irem as compras.

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