Capítulo 6 - Arthur

Bella após cumprimentar Gael, o apresenta aos presentes, dando início a reunião após apresentá-lo a todos. Sempre que os olhos dele encontravam os seus, Bella desviava o olhar, os olhos dele era como um imã atraindo os seus e isso a deixava desconfortável.

Ao abordar os assuntos pautados, ela conduz a reunião com confiança, não dando brecha para ninguém a questionar ou duvidar de sua capacidade de estar a frente de uma empresa tão grande em potencial e capital. O método que ela usou foi não olhar para Gael, sentia raiva dela mesma por não conseguir entender o que estava acontecendo com ela.

Quando acaba a reunião todos saem da sala e Gael continua no mesmo lugar. Bella dá atenção a Felipe mas, não demora a dar atenção a Gael que parecia querer falar com ela, Felipe se dirige à sala dele os deixando a sós.

— Precisa de algo? — Bella pergunta e ele se aproxima dela.

— Gostaria de falar com você um instante, pode ser? — Gael pergunta com o semblante sério, e Bella não sabia dizer como o achava mais bonito, sério ou sorrindo.

— Claro — Bella se senta e faz sinal para que ele também se sente. Júlio, o advogado do Sr. Germano, que estava o acompanhando já havia saído.

— Não sei se o meu tio te falou, mas eu sou professor, e acredite, eu gosto do que eu faço.

— Sem problemas, e o que pretende fazer?

— Tio Germano me disse que você poderia me ajudar, o que me aconselha?

— Você não é obrigado a vir na empresa todos os dias, o seu tio era Diretor Comercial, mas acredito que não queira um cargo para assumir.

— Pensei em ter um representante, conversei com o Dr. Júlio, ele me deu algumas orientações, mas como o meu tio tinha muito respeito por você, decidi pedir a sua opinião.

— Se isso for te deixar mais confortável, não existe motivos para eu te desaconselhar, mas você tem a opção de começar a se envolver aos poucos, não é difícil...

— Eu sou professor de física, o meu irmão é quem entende dessas coisas, por ser empresário. Confesso que não consigo entender o motivo do meu tio fazer questão de me passar essas ações, mesmo eu não as querendo — Ele ri e Bella fica o olhando, ele parece ser uma pessoa simples, a sua mãe iria gostar dele, ela ri com esse pensamento e Gael percebe — Pode não acreditar, mas é a verdade. Sei que essas ações são valiosas, mas o que eu tenho já é mais do que o suficiente para eu ter uma boa vida e ainda fazer o que gosto.

— Me desculpe, não estava rindo por não acreditar em você, mas sim por acreditar — Dessa vez ele sorri também — Acredito que Sr. Germano tenha os seus motivos, e sei que poderá se sair bem.

— Não apostaria nisso, administro alguns imóveis que tenho, e isso com a ajuda de um corretor. Mas agradeço a confiança — Ele fica a olhando, ela era realmente muito bonita — Assim que eu resolver essa questão eu entro em contato.

— Gostaria de conhecer a empresa? — Bella pergunta simpática.

— Não há necessidade, eu preciso ir. Sei que deve ser uma pessoa muito ocupada e não vou mais te incomodar. — Gael se levanta para se despedir.

Eles se despedem com um aperto de mãos, e quando os seus olhos se encontram é como se uma corrente elétrica corresse pelo corpo de Bella e ela desvia o olhar, soltando a mão que apertava a sua.

Gael sai da sala sem olhar para trás, ele não a conhecia e ficou admirado com tamanha beleza da "bonequinha de porcelana" como o irmão a chamava.

Bella vai para o seu escritório se sentindo irritada, ela parecia uma adolescente diante do professor bonitão, quantas meninas deviam suspirar por ele, será que ele tinha namorada? Se pergunta se recriminando em seguida, ela tinha.

— Sr. Germano, porquê não me disse que o seu sobrinho era lindo desse jeito? — Bella ri, fazendo a pergunta para ela mesma.

Naquele noite Arthur vai a casa de Bella, mas ela estava evitando sair a noite, para não deixar as irmãs sozinhas. Arthur era alto, olhos castanhos, assim como os cabelos, era muito bonito com os seus 32 anos, era um empresário no ramo da construção civil e sua empresa era muito requisitada para grandes obras.

— Oi Arthur — Bella o cumprimenta com um beijo, e ele a abraça.

— Saudade da mulher mais linda desse mundo.

— Seu bobo... — Bella apenas ri com a declaração — Entre! Você já jantou? Se não, jante com a gente.

— Não vou recusar o convite — Ele sorri indo com ela em direção a sala — Onde estão as gêmeas?

— Jully está cuidando delas — Bella suspira desanimada — Por favor, só evite discutir com Jully.

— Eu nunca discuto com a sua irmã, eu apenas respondo as bobagens que ela me fala.

— Tudo bem, mas tente não responder essa noite.

— Farei isso por você.

Natan logo se junta a eles, mas já avisando que iria sair com Beatriz, uma amiga que todos diziam que era namorada.

— Vamos nos encontrar com alguns amigos.

— Vocês dois são uma comédia, se gostam e não se assumem.

— Querida irmã, eu só tenho 23 aninhos e gosto muito de beijar na boca, mas se eu ficar com Beatriz, sinto que serei empurrado para um compromisso mais sério.

— Arthur! — Gabriela corre para abraçar o namorado da irmã — Trouxe chocolate? — Seu interesse era o chocolate que ele sempre levava para elas.

— Sua irmã me proibiu de trazer — Ele sorri para as duas — Mas eu trouxe um presente para vocês, espero que gostem.

Manuela corre para pegar a pequena caixa que ele lhe entrega. Ao abrir a embalagem Manuela abre um sorriso, pois era algo que ela queria muito.

— Uma caneta 3d! Obrigada.

— Manu, você me ensina a usar? — Gabriela pede a irmã, que já está sentada animada para criar objetos com a caneta.

— Depois vocês brincam, está na hora do jantar. Onde está Jully?

— Ela foi para o quarto dela, disse que não está com fome.

Bella pensa um pouco, é melhor não provocar a irmã, depois levaria algo para ela, mas antes que eles acabem de comer, Jully aparece para avisar que estava saindo com os amigos.

— Se Guilherme não vem te buscar, vá com um segurança.

— Eu sei, Marlon já me disponibilou Apolo, já que você não vai sair de casa.

— Ótimo!

Depois do jantar, as gêmeas ficam na sala brincando com a caneta que ganharam, mas a pedido de Arthur elas vão brincar no quarto.

— E então como foi a reunião? E o professor, ficou quieto ou pensou estar em uma sala de aula e quis dar aula?

— Deixe de ser bobo, é claro que ele ficou quieto, mas parecia estar prestando atenção ao que estava sendo dito.

— Claro, com certeza querendo saber dos lucros da empresa — Bella se lembrou dele dizendo não querer as ações, o que era verdade, pois Sr. Germano já havia falado sobre o assunto.

— Ele não parece ser esse tipo de pessoa ambiciosa, na verdade ele nem tinha interesse por essas ações.

— E você acredita mesmo nisso, esse seu coração mole a faz acreditar que todos são puros e santos como a sua mãe, acredite, Marina é exceção.

— Minha mãe sempre nos ensinou isso, nem todos veem a riqueza como a fonte da felicidade.

— Mas ninguém gosta de ser pobre, essa é a verdade.

— Gael não é pobre, ele só acredita já ter o suficiente.

— Ah meu amor, mas eu digo que ser rico é maravilhoso, e nunca ninguém está totalmente satisfeito com o que tem.

— Arthur... — Bella pela primeira vez tem dúvidas quanto aos sentimentos do namorado.

— O que foi amor?

"Se eu fosse pobre, você olharia para mim?" Ela pensa, mas resolve não questionar, tinha medo de ouvir a resposta.

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