Capítulo 9 - Bella te ama

No domingo, Bella estava na cozinha do apartamento de Arthur preparando um lanche para eles, quando o telefone de Arthur toca, ele olha o identificador e não atende. Bella estranha ao ver ele rejeitar a ligação, mas a pessoa insiste e ele atende.

— Alo! — Bella tenta não prestar atenção, mas Arthur parece irritado — Eu não trato assuntos de trabalho aos finais de semana, me ligue amanhã. — Ele encerra a ligação e a olha.

— Nossa, eu nunca te vi falando assim com um cliente.

— É um conhecido, quer um desconto em um serviço. — Ele responde, a abraçando por trás.

— Entendo...

— Esse omelete está muito cheiroso.

— Então vamos comer, pois estou faminta.

— Amor, quanto ao que te falei, o que acha? São clientes em potencial e se eu conseguir um contrato com eles será muito bom para a nossa empresa.

— Nada impede de você apresentar um projeto a eles, a sua empresa não é qualquer uma, tem muitos clientes importantes.

— Se pudesse me indicar a eles seria ótimo, sei que vocês tem contratos com eles e a minha empresa será a nossa empresa, não se esqueça, já que iremos nos casar.

— Casar? Nunca falamos em casamento...

— Podemos mudar isso, podemos nos casar, é só marcarmos uma data.

— Pensei que você fosse mais romântico — Bella apenas ri.

— Sei que não espera nada como em filmes de romance, um homem de joelho, ou mesmo um jantar romântico com flores e músicas ao violino, nem parece com você algo assim.

— Acho que você está certo — A vontade que Bella estava era ir embora, pois mesmo que ela não fosse romântica, pelo menos um pedido de noivado seria bom.

— Eu sempre estou certo meu amor, afinal ninguém te conhece melhor do que eu...

— Nisso você está muito errado, ninguém me conhece melhor do que os meus pais, e os meus irmãos, principalmente Jully.

— Jully não conhece nem a ela mesma, sempre viveu apoiada em você.

— Não fale de coisas que você não sabe.

— Estou errado? Depois que você passou a cuidar da sua vida e deixou de ser a cuidadora de Jully, sua irmã está quase se tornando uma alcolatra...

— Nunca mais diga isso, nunca mais fale mal da minha irmã.

— Amor, me desculpe, mas eu não estou falando mal dela, não estou mentindo, ela bebe de cair.

— Eu acho melhor eu ir embora...

— Amor, por favor, fique essa noite comigo.

— Eu prefiro ir para a minha casa, ficar com a minha família.

— O que eu fiz para te deixar desse jeito? Se foi pelo que eu disse de Jully, me desculpe...

— Arthur, quando você pensar em falar algo sobre os meus pais, ou dos meus irmãos, pense duas vezes, pois eu nunca vou aceitar que fale mal deles.

Bella sai do apartamento de Arthur sem mesmo se despedir, o deixando possesso de raiva, ele nem sabia dizer porque foi falar de Jully, sabia o quanto Bella era apegada a família, provavelmente foi pela maldita ligação que recebeu.

Quando Bella chega em casa todos já estavam em seus quarto, mas não demora alguém chegar ao quarto. dela.

— Oi filha. O que houve? Disse que ficaria com Arthur.

— Não foi nada mamãe, eu apenas quis vir para casa. — Bella sorri para a mãe, tentando disfarçar a raiva e tristeza que estava sentindo, raiva pelo que ouviu sobre Jully e tristeza por ter sido Arthur quem disse.

— Tem certeza?

– Mamãe, quando a senhora ficou com o papai, foi só por estar grávida? Ou sempre teve certeza que o amava?

— Não digo que amei o seu pai ao conhecê-lo, mais fui grata a ele pelo que fez por mim, e com isso dei a ele a chance de me conquistar.

— Papai te amou primeiro?

— Acredito que sim — Marina sorrir ao lembrar de quando eles se conheceram. — Mesmo eu sendo a faxineira dessa casa.

— Eu amo papai, não só por ser o meu pai, mas pelo homem maravilhoso que ele é. — Bella deita com a cabeça no colo da mãe — Arthur não ficaria comigo se eu fosse pobre.

— Como sabe? Não pode ter certeza disso, não tem como saber.

— Eu não sei mamãe, mas é verdade — Bella fica em silêncio, apenas aproveitando o carinho da mãe — Acho melhor a senhora ir ficar com o papai, antes que ele venha querer saber o que houve.

— Você realmente está bem?

— Estou mamãe, não se preocupe, eu estou bem.

Depois que a mãe sai do quarto, Bella se deita para dormir, e talvez por ter falado com a mãe, ela consegue ter uma boa noite de sono.

...

Na segunda feira pela manhã quando todos sairam para o trabalho Marina fica em casa cuidando das gêmeas, elas não iriam para a escola, estavam com muita saudades, por isso Marina as deixou ficar em casa. Jully geralmente ficava em casa também, mas sempre trancada em seu quarto.

— Mamãe, porquê Jully está triste? — Manuela pergunta a mãe, sentando-se ao lado dela.

— Filha, eu não quero que você fique preocupada com assuntos de adultos.

— Não é assunto de adulto mamãe, Jully é minha irmã e ela está triste.

— Porquê você diz isso? — Marina pergunta curiosa.

— Porquê ela finge sorrir. — Manuela fala com um sorriso triste — Ela nem brinca mais com a gente, fica só trancada no quarto.

Manuela sempre foi a mais sensível, conseguia perceber quando alguém estava triste ou mesmo aborrecido. Marina não gostava muito de vê-la preocupada, pois isso a levava a ter pesadelos, já tinha a levado até mesmo em um psicólogo, mas o mesmo disse que não havia com que se preocupar.

— Manu, vamos brincar — Gabriela se aproxima de onde mãe e filha estavam conversando — Jully é chata e ela não gosta mais da gente.

— Você é muito boba, é claro que Jully gosta da gente ela é a nossa irmã e nos ama.

— Manuela, esquece o meu nome. Meu Deus que garota chata — Jully chega na área externa onde elas estavam — Mas eu te amo assim mesmo chatinha — Ela se deita com a cabeça no colo da mãe.

— Eu sabia — Manuela sorri com a declaração da irmã — Eu não posso te esquecer, eu preciso te ajudar a ser feliz.

— Vai brincar com a sua irmã, vai bebê — Marina beija a filha, e por fim Manuela vai brincar com a sua irmã Gabriela, que já estava quase chorando por se sentir ignorada.

— Essa menina parece ter mais idade do que realmente tem.

— Ela quer ser adulta, não sei pra que isso, era tão bom quando éramos crianças — Jully fala com uma voz melancólica.

— Vocês para mim sempre serão as minhas bebês.

— Mamãe, porque será que eu sou esse fracasso?

— Filha pare com esse assunto, você apenas não descobriu o que realmente quer.

— Até a minha irmã me trocou pelo namorado.

— Não diga isso filha, você sabe que Bella te ama.

— Ela ama mais o namorado, aquele ridículo, falso.

— Isso não é verdade. E pare de implicar com Arthur ele gosta da sua irmã.

— Ele gosta dos benefícios que tem em namorar a minha irmã, é diferente.

— Porquê diz isso? — Jully olha para a sua mãe, a quem admirava por ser justa e sincera, e para não deixa-la triste decide deixar as coisas como estão, Bella não era mais criança.

— Deixe isso pra lá, eu só não quero que a minha irmã sofra.

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