Capítulo 8 - Professor de Física

O restante do dia é tranquilo, ninguém sai e eles aproveitam a tarde em família, com Aaron e Marina contando como foi a viagem pela Europa, foram 19 dias, 11 a menos do que haviam planejado, mas foi bom para eles, pois desde que as gêmeas nasceram eles haviam parado de fazer viagens longas.

Marina e Aaron estavam casados há 25 anos e permaneciam na mesma união e no mesmo amor de antes, a única vez que Aaron discutiu com Marina foi quando Jully dormiu fora pela primeira vez, Aaron ficou uma fera e Marina tentou contornar a situação, ela acreditava que se apenas brigasse com a filha quando ela chegasse em casa de nada adiantaria, apenas a faria se afastar deles, e ela sempre procurou ser amiga das filhas, elas sempre seriam as suas bebês, independentemente da idade que elas tivessem.

Essa foi a única vez que Jully dormiu fora sem avisar, depois desse dia, mesmo ela saindo para as baladas, voltava para casa na companhia do seu segurança, ou do seu fiel escudeiro Guilherme.

A noite, depois do jantar, estavam todos na sala conversando, Marina tinha ido à cozinha dar um lanche as filhas menores, antes delas irem dormir, pois elas sempre jantavam mais cedo que os adultos.

— E como foi a apresentação do tal Gael — Aaron pergunta, querendo saber do novo sócio da empresa de Fernando.

— Papai, nem sei o que dizer, ele mesmo disse não querer se envolver.

— Mas querendo ou não ele terá que entender pelo menos um pouco, será necessário.

— Segundo ele, irá nomear um representante.

— Provavelmente será Benicio Fagundes, o irmão.

— Sei quem é o traste — Jully fala ao ouvir o nome Benicio Fagundes

— Você o conhece? — Bella pergunta curiosa

— Já esbarrei com ele algumas vezes, mas garanto que não foi em reuniões de negócios — Jully responde rindo, ao lembrar das vezes que o viu, principalmente de uma delas.

— Mas Sr. Germano não quis dar as ações para esse irmão.— Bella justifica.

— Acredite, o cara é insuportável. — Jully ao pensar no traste completa rindo — Lindo, mas insuportável.

— Não vou me preocupar com isso.

— Faz bem, eu particularmente já acho um absurdo você ter assumido a empresa de Fernando, temos a nossa com que deve se preocupar.

— Eu gosto do que eu faço, papai, acho que a empresa do vovô se parece mais comigo, Jully estudou moda, ela tem tudo para ser uma ótima profissional.

— Basta tomar juízo — Aaron não se preocupa em agradar a filha — Sempre fiz tudo por vocês, nunca precisaram trabalhar antes de se formarem, agora se ela não quer ter responsabilidade, o que eu posso fazer?

— A primeira vez que eu tentei o senhor criticou os modelos que eu criei...

— Eu não critiquei, apenas disse não ser o estilo de roupas criadas por nossa grife.

— Talvez um dia eu desenhe roupas para crianças, aí quem sabe o senhor não aprove os modelos para a marca Bella.

— Jully porque você não cria roupas no seu estilo? Gosto de como você se veste. — Manuela pergunta ao chegar na sala, ela se deita com a cabeça no colo do pai — Não é papai? Eu gosto muito das roupas de Jully, só não me visto igual, porque a mamãe diz que eu não tenho idade para isso.

Marina vestia as filhas como crianças que eram, com vestidos e laços, ela adorava ver as filhas como princesinhas, mas Manuela adorava roupas modernas, vom um visual diferente como dizia ser as roupas de Jully

— Manu, você adora prestar atenção na conversa dos adultos... — Jully recrimina a irmã.

— Eu não sou surda, e papai começou a trabalhar na minha idade, porque eu não posso trabalhar também — Manuela fala com muita naturalidade, fazendo os pais rirem.

— Não precisa filha, quero apenas que seja criança e aproveite essa fase.

— Eu posso ajudar Jully a criar os modelos...

— Não, muito obrigada, eu agradeço a ajuda .

Jully se levanta do sofá e depois de dar boa noite a todos, vai para o seu quarto. O estilo dela se vestir era diferente de todos da casa, era parecido com o estilo do pai quando mais jovem, sendo que, com uma pegada feminina, ela gostava de shorts e camisas com estampas diferentes, poucas foram as vezes que vestiu as roupas da My Queen.

Jully estava em seu quarto com o seu fone de ouvido, ouvindo as seus músicas preferidas, quando alguém entra sem bater

— O que você quer aqui? E quantas vezes eu já te disse para não entrar no meu quarto sem bater?

— Eu vim falar com você sobre a sua coleção...

— Esquece garota, vá dormir, pois tenho certeza que mamãe mandou vocês subirem para irem para a cama.

— Jully, eu sou a sua irmã e te amo, não quero que papai fique brigando com você, eu sei que você é legal, só tenta mostrar ser insuportável.

— Sai do meu quarto, Manuela — Jully tira o fone do ouvido.

— Eu sei que você é capaz...

— Some!!!

— Boa Noite, mas acredite, eu sei que você me ama. — Manuela fecha a porta, antes de ser atingida por uma almofada.

Quando Manuela sai, Jully se senta na cama, ela ri ao pensar na irmã lhe dando conselhos, 'Se ela soubesse o quanto é bom ser criança não iria querer ser adulta' pensa, pegando um bloco que ficava em uma gaveta ao lado de sua cama. Ela olha alguns desenhos que havia desenhado, e depois de trancar a porta, ela senta em sua escrivaninha.

Quando Bella vai para o seu quarto recebe a ligação de Arthur, eles haviam combinado de sair, mas como os pais de Bella chegaram, ela preferiu cancelar o compromisso, quis matar a saudade dos pais. O único que quis curtir a noite foi Natan, ele saiu com os amigos, pois, desde que os pais viajaram ele estava ficando mais em casa e como qualquer jovem estava com vontade de curtir um pouco.

— Oi amor, como estão os seus pais?

— Ótimos — Ela sorri — Me desculpe por não sair com você essa noite, mas prometo te recompensar essa semana.

— Isso quer dizer que não precisa mais correr para casa todos os dias?

— exatamente...

— Isso é ótimo. Venha para o meu apartamento amanhã, podemos passar o dia juntos, matando a saudade

— Pode ser... — Pela primeira vez, Bella não se sentia tão animada — Amanhã eu te falo, se eu for, te aviso.

— Ótimo, podemos ir ao cinema, ou jantar fora.

— Claro, eu vou adorar.

— Você aproveita para me dar a sua opinião de um investimento que estou pretendo fazer, vou precisar da sua ajuda — Estava tão bom , mas ele tinha que falar de negócios, Bella pensa, mas prefere não dizer nada.

— Amanhã nos falamos então. Beijos...

Eles se despedem e Bella ao se deitar pensa em sua vida. Sua vida estava resumida a reuniões de negócios, assinaturas de contratos e eventos das empresas de seu avô e do seu pai, e namorar Arthur que também falava de negócios quando estavam namorando.

Talvez tenha sido por isso que ela começou a namorar Arthur, já que ele estava inserido no meio em que ela vivia utimamente e parecia ser a coisa mais natural do mundo que eles se envolvessem.

Como ela iria conhecer um professor de física se nem a faculdade ela frequentava mais? Ela sorri com esse pensamento e olhos verdes penetrantes vem a sua mente e com esse pensamento Bella adormece, pensando em Gael que era tão diferente dela.

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