8.

"Você gosta de garotas insanas

Escolha suas últimas palavras.

Esta é a última vez porque você e eu,

Nós nascemos para morrer."

Born To Die - Lana Del Rey

- Ele te colocou na cama e mais o que em? - Lucca se deita na espreguiçadeira me olhando com interesse, mostro meu dedo do meio a ele e fico em pé pronta para voltar ao meu lugar favorito dessa prisão, antes de começar a andar, me viro novamente.

- Lucca, nenhum sinal do meu pai? - Coloco a cerveja na pequena mesa ao lado da espreguiçadeira que eu estava sentada, Lucca se senta e balança a cabeça negativamente.

- Não sabemos se ele está planejando entregar o que deve a nossa família ou se simplesmente vai retaliar, por isso Ryder reforçou a segurança em volta da casa.

- Não tem essa de retaliar, meu pai não tem homens... - O olhar de Lucca me diz tudo, não tem homens que eu saiba, e pelo visto eu não sei de nada.

- Já passei por isso, descobri que meu pai não era quem ele dizia ser e isso acabou me arrastando para essa vida, não estou reclamando, é só que, enfim, também descobri bem tarde os negócios do meu pai, então te entendo.

Me sento de novo na espreguiçadeira aproveitando o momento de abertura para saber mais sobre o que são esses tais negócios.

- Você quis trabalhar com isso, seja lá o que for? Quer dizer, você teve escolha?

- Não muita, meu pai foi morto duas semanas depois que descobri tudo, como o filho mais velho fui convocado para tomar seu lugar, aos 16 anos meu treinamento começou. - Ele bebe a cerveja até o final.

- Vocês dois entraram nessa vida substituindo seus pais?

- Não necessariamente, pelo o que sei Ryder também entrou dessa maneira só que com ele a coisa foi mais pesada, mas ele não comenta sobre.

- Então é uma máfia? E meu pai é de alguma organização contra a de vocês? É isso? - Escancaro minha pergunta tentando não parecer tão desesperada por informações.

- Já que você quer me colocar em problemas, nada mais justo que você se refresque um pouco antes. - Ele se levanta rápido o bastante para que eu não consiga me afastar o suficiente e segura meus dois pulsos. Grito quando ele me gira e caio com tudo na piscina.

Fico de pé cuspindo água e xingando alto o bastante para que todos os seguranças fora dos enormes muros nos ouçam, ele ri enquanto abre outra cerveja. Saio da piscina e torço o cabelo retirando o excesso de água antes de entrar na casa, o top gruda no meu corpo e por ser branco tenho certeza que está transparente, então fico de costas e ando rapidamente para a mansão.

- Menina, o almoço vai ficar pronto em meia hora. - Amélia grita enquanto passo correndo pela cozinha e entro no corredor que dá na escada, me viro para responder e não vejo quando meu corpo bate com tudo em alguém.

Ryder me encara com os olhos frios como sempre, seus olhos descem até meu top, normalmente eu poderia até erguer as costas para lhe dar uma visão melhor a fim de provocar, mas não com ele, Ryder me dá arrepios.

- Desculpa, não te vi. - Seus olhos sobem lentamente até meu rosto, seu rosto é inexpressivo, ele usa uma máscara de desdém que me irrita.

- Tudo bem, só cuidado por onde anda. - Ele dá um passo para continuar seu caminho mas para ao meu lado. - E se não for pedir muito, tente usar algo menos vulgar.

- Ah claro, me sequestrar na escola tudo bem, mas usar um top é falta de caráter. Que irônico. - Ando despreocupadamente até a escada e sua voz me faz parar mais uma vez.

- Não disse isso, é só que não acho inteligente usar algo tão revelador com uma casa lotada de homens por toda parte.

- Eu sei me cuidar.

- Por isso te sequestrei no meio da tarde... - Ele se vira e vai andando para a cozinha.

- Canalha! - Subo as escadas batendo meu pé firmemente em cada degrau. - Canalha, desgraçado.

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