4.

..." Você me faz experimentar algo que não posso comparar a nada....

...Eu sabia, estou esperando...

...Que depois dessa febre, eu sobreviva. "...

...The Heart Wants What It Wants - Selena Gomez...

Viro-me rapidamente na direção da voz, tento manter a postura quando vejo o homem por trás da voz sombria. Seus olhos são negros e encaram-me com desprezo, barba bem aparada cobre metade do seu rosto, ele consegue ser igualmente ou ainda mais bonito que o outro homem com quem conversava, só que esse, faz meu corpo todo gritar em alerta, me mandando ficar longe.

-Quem são vocês e porque estou aqui? - Minha voz falha no final da frase, esse homem me deixa nervosa, me dá medo, dessa vez não é um sentimento que me lembra estar viva e sim um sentimento de perigo- Meu pai já já chama a polícia e aí você vai estar na merda! - Digo apontando em sua direção.

Ele sorri com deboche enquanto cruza os braços.

- Seu pai não vai chamar a polícia, acredite em mim quando digo que também quero que isso acabe o mais rápido possível. Até que o covarde do seu pai apareça, você fica aqui, lembre-se que a casa tem um sistema rigoroso de segurança e tenho câmeras em todos os cômodos a qual consigo ter acesso no meu notebook, celular e relógio, então, não me desafie garota.

Reviro os olhos e ando batendo o pé pela sala até a escada, meu sangue ferve.

- Bom saber que até no banheiro serei vigiada.

Meu corpo bate em um corpo duro como metal, o homem mais novo sorri para mim

- Não se preocupe, não há câmeras no banheiro gata, embora eu gostaria muito que tivesse! - Ele diz sorrindo de orelha a orelha.

- Vá se foder!

Ele gargalha alto enquanto o ignoro e subo as escadas, ouço quando o homem sombrio manda ele calar a boca.

Entro no quarto e grito quando vejo uma mulher parada dentro dele mexendo no guarda-roupa, ela aparenta ter uns 50 anos, é bem baixa e também se assusta com meu grito.

- Calma, estava colocando as roupas secas nos cabides menina. - Ela diz com calma colocando a mão no coração.

Só aí reparo em seu avental preto e branco, ela trabalha aqui. Entro rapidamente e fecho a porta.

- Quem é você?

- Me chamo Amélia, irei preparar seu banho, o jantar fica pronto às sete. - Ela fecha as portas do guarda-roupa e vai em direção ao banheiro, acompanho cada movimento da senhora.

- Quem são seus patrões? - Pergunto parando na porta do banheiro enquanto a observo encher a banheira e separar óleos e sabonetes.

- Não posso falar sobre isso.

- Eles me sequestraram. - Não recebo nada mais que silêncio. Reviro os olhos.

- Prontinho, a toalha está pendurada, tem itens de higiene no armário próximo a porta e caso precise de mais alguma coisa só me chamar.

Não respondo, então ela sai do banheiro e anda em direção a porta do quarto e sai sem olhar para trás. Olho em direção a banheira e meu corpo relaxa, preciso urgentemente de um banho, retiro às pressas minha blusa e só aí me lembro sobre as câmeras, meu corpo tensiona enquanto caminho até o banheiro e tranco a porta.

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