6.

" Eu estava sufocando na multidão

Acumulando minha chuva nas nuvens

Caindo como cinzas ao chão

Esperando que meus sentimentos se afogassem

Mas eles nunca se afogaram, viveram pra sempre. "

Believer - Imagine Dragons

- Oi, trouxe comida. - Lucca entra no quarto equilibrando dois pratos em um braço e na outra mão uma jarra de água e um copo.

- Estou sem fome.

Ele se aproxima da cama e se senta ao meu lado.

- Não sabia o que queria, então trouxe massa, sopa e pães…

- Você está me ignorando, eu disse que não estou com fome. - Digo antes que termine a frase tentando ignorar o cheiro da comida que parece estar maravilhosa. Ele suspira e algumas mexas de cabelo caem em seus olhos com o movimento.

- Olha, você está a mais de doze horas sem comer e sem beber água. Ryder falou sério sobre o soro e sonda, precisamos de você bem. - Ele empurra os pratos na minha direção e suspiro ao perder a guerra e pegar o prato com sopa e pães. Ele sorri e apoia as costas na parede me observando comer.

- Seu amigo é sempre babaca assim? - Pergunto com a boca cheia, a comida está maravilhosa e me lembrou o quanto estou com fome.

- Às vezes é até pior, chamo isso de falta de sexo.

Mergulho o pão na sopa e o sinto derreter na boca quando mordo.

- Você é legal Lucca...

Ele sorri.

- Ryde também é, só é muito mais responsável que eu. Eu gosto de curtir a vida, fazer sexo e ficar bêbado, ele começou a trabalhar muito cedo então não lembro de um dia sequer que ele tenha ficado bêbado, uma vida de merda na minha opinião.

- O que exatamente vocês fazem? - Pergunto pegando o prato com massa.

- Não me leve a mal, você é uma gata mas não vale um tiro no ombro, então por favor, não me faça perguntas que não posso responder sem correr o risco do Ryder me chutar onde dói.

- Ele pode nos ouvir? - Ele assente. Reviro os olhos.

- Mas ele está em ligação então duvido que esteja prestando atenção aqui. - Ele pega a jarra e coloca água no copo. - Aqui, antes que você fique entalada.

Pego o copo de sua mão e bebo a água até o final.

- O que vocês querem com meu pai?

Ele respira fundo.

- Imagine uma vida em que seu pai não é exatamente o que você pensa, - Olho confusa em sua direção. - Seu pai tem uma coisa que nos pertence, que pertence a nossa organização familiar e precisamos que ele devolva. Por isso você está aqui, nosso plano não é te machucar, só vamos te manter aqui até que ele resolva nos entregar.

O encaro incrédula.

- O que é que está com ele? Organização familiar? Tipo uma máfia? - Coloco o prato na cama, meu estômago embrulha.

Ele não me responde nada e se levanta.

- Descansa, amanhã Ryder e eu iremos viajar a negócios, você vai ficar com Amélia. Aqui tem piscina, biblioteca, sala de TV. Caso fique entediada se sinta à vontade para explorar o lugar. - Ele anda até a porta levando consigo os pratos vazios, antes de chegar a porta se vira e diz: - E Lohana, não tente fugir, ele realmente tem o controle do lugar nas mãos, tem seguranças por toda parte, apenas aproveite o momento, sei que não é como gostaria mas para um sequestro aqui é bem da hora.

Sorrio e agradeço pela comida. Me levanto e escovo os dentes pensando nessa conversa louca que acabamos de ter, meu pai não teria o porquê estar envolvido nessas coisas, sempre tivemos dinheiro, ele tem um negócio de sucesso, não faz sentido, nada faz sentido. Volto para a cama torcendo para ser uma noite livre de pesadelos e relaxo o meu corpo até meu cansaço físico e mental me abater.

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