CAPÍTULO 15:MISTÉRIO E CONFUSÃO

Leonard chegou aos EUA depois de uma longa viagem. A expressão caída no rosto pedia por descanso. Havia muitos seguranças em volta de Christian e funcionários. Uma quantidade enorme de pessoas se espalharam em torno do local. Fãs pediam autógrafos, enquanto outras queriam tocá-lo e perguntavam sobre o acidente.

— Não sei como Christian aguenta isso toda vez. Tão caótico! — pensou e logo suspirou.

Na mansão do homem, o jovem ajudou colocar os novos equipamentos. Em seguida, tomou um banho e direcionou para o escritório dele.

— Preciso que organize e saiba a rotina para os próximos dias. Além disso, precisamos conversar sobre o caso que lhe mostrei. Sente-se na sua mesa de escritório e faça o planejamento de acordo com o que eu falar. Sabe mexer em notebook, não é?

— falou Christian enquanto olhava para a janela.

— Sei um pouco, senhor. Não acompanho muito a tecnologia. — falou Leonard. Sentou na cadeira e ligou o notebook.

— Abra a agenda, coloque que amanhã às 17 hrs terá uma reunião com a empresa.

De acordo com o que Christian dizia, Leonard colocava na agenda. No fim, tornou uma lista imensa de tarefas.

— Esse cronograma também ficará salvo no tablet. O novo já chegou? Agora, abra a lista de contatos.

— Sim, chegou com os equipamentos.

— falou Leonard enquanto procurava a lista de contatos. Não encontrava de jeito nenhum.

— Senhor, não estou encontrando.

Christian caminhou em direção a Leonard. Curvou um pouco o tronco para se aproximar da tela. O peitoral encostava nas costas do jovem enquanto o rosto ficou perto da sua face. Christian soltava um aroma de banho recente tomado, o cheiro suave transbordava pelas narinas de Song. O perfume espalhado pelo ambiente era de Christian e não da sala, o que deixou Leonard surpreso.

— Aqui! A secretária de antes, moveu para o lugar errado.

— Compreendo. Eu não a vejo mais. O que aconteceu com ela?

— Ela foi despedida.

— Meu Deus! — pensou assustado.

— Aqui tem todos os contatos importantes que posso pedir para você resolver alguns problemas.

— Certo. — balançou a cabeça concordando.

Christian se afastou do jovem e voltou para perto da janela.

— Naquela reunião, você percebeu algo estranho?

— Não, mas vi que algumas pessoas estavam desconfortáveis. Casos assim, para mim mostram que temiam algo. Como é a primeira vez que presenciei, não tenho muito a dizer.

— Eu também percebi isso. Mas, é comum acontecer. Além que tiveram assuntos inesperados. Por causa disso, foi uma surpresa para alguns.

— Você sabia desses assuntos inesperados?

— Não, mas já suspeitava.

— Entendo. Você parecia diferente dos outros.

— Como diferente?

— Você não mostrava nenhuma reação ou expressão, por isso perguntei se já sabia.

— Em reuniões importantes, não pode deixar visível o próximo passo. Quanto ao caso que mostrei, o show vai começar em breve a pegar fogo. Esteja preparado. Foi descoberto que a falha no avião foi proposital pela câmeras de segurança. Um homem foi visto mexendo no avião alguns dias antes. Acredito que a secretária forneceu informações sobre essa viagem. Pelas características, o homem é parecido com um caso que aconteceu de espionagem, mas a única coisa que encontraram foi um funcionário morto, roubo de dinheiro e exposição de informações.

— Deve ser por isso que despediu a secretária.

— pensou. — E você levou para autoridades?

— Na época, sim. Mas, não deu em nada, só prejuízo. Sei como o sistema funciona. Vou esperar ter mais provas do caso para levar adiante.

— Se prefere aguardar, tudo bem. Mas recomendaria que reforçasse a sua segurança e não fizesse viagens por um tempo. Você suspeita de alguém?

— Essa pergunta é muito difícil, desconfio de todos. Além que tenho contato com muitas pessoas.

— suspirou.

— Imagino o quanto pode está tenso. Se precisar de algo, tenho alguns contatos.

— Estou tenso a todo tempo, faz parte da minha vida.

— Eu só o vejo trabalhando. Você descansou? Seria recomendável que fizesse uma pausa, fazer algo para relaxar.

— Minha vida é trabalhar. — deu um sorriso.

— Então, você é um robô. Já percebi. Você já jantou?

— Não costumo jantar.

— Por que? É uma refeição importante.

— Porque não sinto vontade.

— Tenho certeza é por causa da sua rotina. Vamos jantar algum dia. — Leonard sorriu. — Queria lhe perguntar algo. Eu queria ir à farmácia para comprar alguns remédios.

— Aceito o convite. Pode ir, mas não demore muito.

— Obrigado, senhor!

Leonard trocou de roupa, colocou um casaco com capuz e calça jeans. Saiu da casa do homem de forma discreta. Caminhou em direção a alguma farmácia mais próxima. Sentir o ar batendo no seu rosto trouxe um grande alívio.

— Fiquei tanto tempo trancado naquela casa que até me esqueci como é o mundo. — deu um sorriso.

Entrou em uma farmácia perto de um pequeno mercado e caminhou até o farmacêutico.

— Olá! Eu queria comprar esse remédio.

— mostrou para o farmacêutico a receita.

— Esse remédio é difícil encontrar e também sua fórmula não é barata. Ele custa 500 reais.

Leonard engoliu seco quando ouviu o valor.

— 500 reais? Da última vez, comprei por um preço bem menor. Qual é a fórmula dele? Ouro e diamante?

— Bom, além de ser um remédio que tem em poucos lugares. É um remédio difícil para reproduzir. Remédios desses tipos são um dos mais caros no mercado.

— Então, a tendência desse remédio é cada vez mais subir o preço?

— Tenho em mente que sim.

Leonard suspirou.

— Eu irei comprá-lo.

Leonard pagou pelo cartão de crédito e comprou alguns comprimidos para dor de cabeça. Passou pelo mercado para comer e comeu durante o caminho, pois não podia demorar muito. Comprou um salgado de frango e suco de uva.

Ao retornar, percebeu que a casa do homem estava cheia de seguranças.

— Nossa, o que virou aqui? Parece que estou dentro de uma investigação que aconteceu um imenso crime de roubo a banco. — disse Leonard indo para o quarto.

— Acho que aquele doido não precisa de mim agora. — suspirou.

Guardou os remédios e trocou de roupa. Em seguida ficou observando a vista.

— Será o que está acontecendo no mundo agora? Não posso mexer no celular.

— colocou as duas mãos apoiando a cabeça entediado.

De repente, escutou um grito feminino. Saiu rapidamente do quarto e caminhou em direção ao som. Estava vindo da cozinha. Uma mulher assustada segurava uma caixa de verduras coberta de sangue.

— Quando abrir a caixa, estava cheia de sangue.

— falou a mulher assustada, aparentemente uma das cozinheiras.

Olhou ao redor procurando algum tipo de suspeita. Ao olhar pela janela, avistou um carro saindo pelos portões da mansão em alta velocidade.

— De onde é aquele carro? — apontou para a janela e logo alguns seguranças foram atrás do carro.

Uma perseguição entre o carro e a polícia aconteceu durante a noite inteira. No final, os fugitivos escaparam sem deixar rastros. Leonard não conseguiu dormir depois o ocorrido. A polícia investigou o local chegando a conclusão que nada poderia ser feito pela falta de provas.

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