CAPÍTULO 14: UM DIA DE NEGÓCIOS

Por alguns segundos, Christian ficou calado apenas olhando Leonard.

— Uma pessoa que fala pouco e faz mais. É interessante! Além disso, me parece que não tem medo também. Perfeito para ser meu secretário! Temos algo em comum. Sua personalidade valente faz querer esperar o que você é capaz de fazer. O trouxe aqui, pois tenho um encontro de negócios hoje e você tem que ir comigo. Será em um restaurante, peço que sente na mesa ao lado que reservei e poderá pedir qualquer coisa que desejar de comida. Você como secretário, tem que acompanhar todos os meus encontros, só aqueles que são extremamente privados não precisará. A única coisa que peço que observe caso acontecer algo de estranho.

— Acredito que não temos algo em comum. Tem uma regra ou algo que tenha seguir?

— Sim, tente chamar o mínimo de atenção possível. Sempre seja formal, desde a postura e a comunicação. Não faça nada que não tenha certeza. Ter etiqueta é um bônus que poderia fazer. Tenha em mente que está sendo observado a todo momento, não por mim, mas por outras pessoas.

— Ficarei atento quanto a isso. Sei algumas etiquetas, pelo menos o básico.

— Ótimo! Deixarei a roupa que deve usar no quarto de hóspedes.

Leonard tomou um banho rápido e vestiu a roupa que foi deixada pelo homem. Era o terno tradicional preto. O jovem acompanhou o homem ao restaurante.

— Seja bem Sr.Christian! Eu nunca tinha o visto de perto. Quando vi pela entrada do restaurante, pensei que estava andando com pau de madeira de tanto que fiquei impressionado com sua altura. — falou Jack. Um empresário e dono de uma empresa de publicidade dos EUA, estava passando pela Itália para realizar alguns negócios.

— Obrigado, Sr.Jack! Quando lhe vi, mal conseguir ver seu rosto. Pensei que estava agachado. Da próxima vez, você pode acenar para mim para facilitar localizá-lo. — deu um sorriso irônico.

— Eita, lapada seca! — pensou Leonard segurando a risada. Logo se sentou na mesa ao lado como pedido por Christian.

— Sente-se, por favor! — Jack falou para Christian. Trocou de assunto, aparentemente ficou sem graça com a fala de Christian.

Os dois homens se sentaram na mesma mesa e começaram a conversar sobre uma possibilidade de negócio. Christian queria que Jack fizesse um trabalho de publicidade para o grande projeto da temporada entre diversas empresas.

— Quero que faça um trabalho para minha empresa. Não me preocupo com valores, apenas se está sujeito a concordar. Terá ótimas vantagens. — pegou a garrafa de vinho e depositou um pouco na taça, em seguida bebeu.

— Como sempre, você é muito bom em fazer negócios. No entanto, quais serão esses benefícios? Tenho a dizer que a concorrência está grande. O que você tem de diferente para me chamar atenção? — o homem cruzou os braços e deu um sorriso.

— Fora o dinheiro, cobrirei a sua dívida e darei 30% dos lucros.

— Interessante! Porém, 30% dos lucros parece pouco. Aliás, pode me servir uma taça Sr.Christian?

— Pouco? Você sabe que uma empresa com a minha sempre tem lucros altíssimos. Você não pode se servir sozinho?

— Por que não pode me servir uma taça? Você é tão cruel! — suspirou. Jack olhou para Leonard que estava tomando uma xícara de café.

— Psiu! — Jack chamou Leonard.

O jovem levantou e caminhou até a mesa que eles estavam. Jack olhou para ele.

— Me sirva uma taça de vinho.

Leonard pegou a garrafa de vinho e colocou um pouco de vinho na taça.

— Mais! — falou o homem.

Colocou mais um pouco de vinho.

— Mais!

Leonard parou de colocar quando o vinho estava prestes a encher na taça.

— Por que parou? — falou o homem levantando a voz.

— Porque iria transbordar, senhor. — falou Leonard colocando os braços para atrás dentro de um gesto formal.

— Me parece quem está transbordando é você. Transbordando de orgulho! Quem você pensa que é para por algum limite aqui? — Falou Jack. O homem jogou o vinho que estava na taça no rosto do jovem. Leonard fechou com força seus punhos.

— Um funcionário que pensa que pode fazer tudo. Inacreditável! — suspirou o homem indignado.

Christian encheu a taça com vinho e jogou no rosto de Jack com uma expressão de nervoso.

— VOCÊ É LOUCO?! — falou o homem tentando limpar o rosto.

Christian levantou da cadeira.

— Como você se atreve fazer esse tipo de coisa com o meu funcionário? Inacreditável é você, seu louco! Como uma pessoa tão baixa, acha que está dentro de um nível alto? Sua empresa está cheia de dívidas. Olha suas roupas, não entende nada de moda. Que roupa mais clichê, isso é um terno ou fantasia? Ainda tem a decência de me falar que 30% de lucros é pouco, além do dinheiro que estou proposto a pagar e acobertar sua dívida. Se enxerga! — enquanto Christian dizia, as sobrancelhas ficavam levantadas. Era a primeira vez que Leonard viu ele tão nervoso.

Christian ajustou o terno. — Esqueça o trabalho.

— Christian saiu do restaurante e entrou no carro. Leonard o acompanhou sem dizer nada. Por dentro estava se explodindo de raiva, se fosse da sua vontade, bateria em Jack.

— Limpe seu rosto. — Christian deu alguns lenços para Leonard.

— Obrigado! — agradeceu Christian pelo lenços.

— Me leve para casa. — falou Christian para o motorista.

Ao chegar na residência, Christian pediu para o jovem tomar um banho e descansar pois no dia seguinte iriam voltar para EUA.

Leonard tomou um banho e deitou na cama sem blusa, apenas com uma bermuda branca.

— Hoje me senti tão humilhado! — suspirou virando o travesseiro para o lado. — Mas por outro lado, aquele cara teve o que merece. Foi um desperdício de vinho e tanto. Nem sei como vou me preparar meu psicológico para entrar no avião amanhã. — deu outro suspiro, mas agora com um pesado.

Leonard teve dificuldades para dormir durante a noite. Se mexia na cama o tempo todo, algo lhe incomodava. Levantou para beber um pouco de água e voltou para a cama. Seu remédio tinha acabado e caso seu corpo começasse a ter problemas, teria que usar a sorte ao seu favor. Depois das 3h da madrugada, conseguiu dormir.

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